Produtores do Paraná e Rio Grande do Sul deverão receber pelo trigo vendido
Segundo Micheletto, serão destinados aos triticultores paranaenses até R$ 45 milhões e aos gaúchos até R$ 15 milhões para pagamento das operações de AGF referentes a safra 2009. No Paraná, o volume entregue à Conab está avaliado em 65 mil toneladas, beneficiando cerca de três mil produtores e 14 cooperativas. Para o deputado, a liberação desse recurso dará um alívio momentâneo aos produtores de trigo, que estão na expectativa da comercialização da nova safra em final de colheita. No Paraná, produção de trigo está avaliada em 3,2 milhões de toneladas, com desanimadoras perspectivas de negociações.
“Nós paranaenses estamos preocupados com a comercialização da nova safra de trigo. Embora o produto colhido seja considerado de boa qualidade, os negócios seguem com muita lentidão, com as cotações praticadas nas regiões produtoras abaixo dos preços mínimos que deveriam ser garantidos pelo governo federal”, revelou. Ele afirmou que o aumento verificado nos preços no mercado internacional ainda não se refletiu por aqui. “As indústrias do setor estão deitando e rolando em cima do produtor, sempre favorecidas pela atual política dos elevados subsídios aplicados pelos nossos concorrentes e de muitos outros benefícios a elas concedidos”.
Para o deputado, o próximo presidente deve voltar mais a sua atenção para a cultura do trigo tão essencial à mesa do consumidor brasileiro. “Tenho observado ao longo de meus cinco mandatos como transparece a pequena importância que esta lavoura recebe na política agrícola do governo federal e apesar do trigo ser considerado um produto de segurança alimentar não se busca a tão sonhada autossuficiência, perdurando ao longo dos anos esse cenário de insegurança vivido pelo triticultor quanto à sua renda e prejuízos causados na sua atividade”.
A maior parte das importações do Brasil, que consome cerca de 10 milhões de toneladas de trigo por ano, vem da Argentina. Mas nos últimos anos o Paraguai e o Uruguai passaram a vender maiores volumes, diante de problemas na produção do tradicional fornecedor. Além dos parceiros do Mercosul, que vendem o cereal livre de tarifas aos brasileiros, o Brasil também tem comprado o produto no hemisfério norte. Neste ano, aproximadamente 10% do total importado teve origem nos Estados Unidos ou no Canadá.