Trigo: Rabobank aumenta previsão para preços futuros do grão

Publicado em 04/03/2011 15:12
Previsões sobre o trigo do Rabobank, o maior banco agrícola do Mundo.
O Rabobank aumentou sua previsão de preços futuros do trigo, sinalizando perspectivas limitadas de exportação dos países do Mar Negro (Rússia, Ucrânia, Bulgária, Casaquistão, entre outros). O banco elevou US$ 0,35 para US$ 8,35/bushel sua estimativa média para os preços do trigo em Chicago no trimestre abril a junho próximos, prevendo que a Rússia iria lutar por aumentar as áreas plantadas com trigo de primavera, para compensar as perdas de áreas nos plantios de inverno, ainda caudatárias da seca do verão anterior.

Neste cenário, a Rússia teria menos de 10 milhões e toneladas de trigo para exportação na temporada 2011/12 e,mesmo com as melhoras no Casaquistão e na Ucrânia, o bloco do Mar Negro poderia exportar menos de 20 milhões e toneladas, contra 35 milhões exportadas na safra 2009/10. “Não contamos coma região do Mar negro como um grande exportador de trigo em 2011/12”, afirmaram os analistas do Rabobank em seu relatório.
Elevação do prêmio de risco

Isso colocaria mais pressão sobre os outros principais países produtores e daria “crescente importância” para seus programas de plantio de primavera. “Sem aumento significativo na disponibilidade de trigo da região exportadora do Mar Negro os tradicionais exportadores mundiais de trigo, como Estados Unidos, França, Canadá, Austrália e Argentina voltarão a ter um papel importante no comércio global”, conclui o relatório.

Como tempo seco já observado em algumas partes da China, a União Européia e, em particular, os Estados Unidos terão elevados os seus prêmios de risco no mercado, até mesmo durantre as fases de crescimento das safras”, acrescenta o relatório. “Acreditamos que os preços devam permanecer elevados até que a safra de trigo do Hemisfério Norte seja plantada e estiver em boas condições”, finaliza o relatório do maior banco de agronegócios do Mundo.

Perspectivas para o Brasil

Esta parte da análise é da Consultoria Trigo&Farinhas, seguindo a linha do exposto acima. É certo que o Brasil está longe de ser um exportador significativo no mercado mundial, se observarmos o desempenho havido até o momento nos últimos 60 anos. Contudo, é certo também que dispõe de terra, tecnologia, dinheiro, mão-de-obra, infraestrutura (a ser melhorada) para aproveitar este bom momento do mercado mundial e emplacar um segundo fator de competição no seu mercado interno, que poderia elevar as cotações domésticas e retirar do governo a obrigação anual de salvar a renda dos triticultores e, ao mesmo tempo, elevar também a sua produção interna diminuindo a dependência das exportações externas . Estamos falando da exportação. A experiência bem sucedida ocorrida no início de 2011 e as perspectivas mostradas acima para os próximos anos poderiam servir de padrão para a fixação de normas regulatórias para este incentivo. De quebra, a exportação do trigo poderia gerar a sua expansão e melhoria de qualidade internamente, como aconteceu com a soja, o milho, o café, o algodão, a cana de açúcar, o suco de laranja e outros produtos alavancados pela troca de tecnologias e receitas obtidas no exterior. Este é, em nossa opinião, um momento de ouro, que não deve ser desperdiçado, daqueles tipo cavalo encilhado.

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Fonte:
Trigo & Farinhas

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