Feijão é o preferido para rotação de cultura em Bozano/RS

Publicado em 30/03/2011 07:43
O preferido dos brasileiros para combater a fome e a desnutrição também foi o escolhido para a rotação de culturas no Noroeste do Estado. Além de ganhar um dinheirinho extra com a produção de feijão, os agricultores familiares testam novas variedades na lavoura e na cozinha.

O ciclo curto do feijão - o produtor espera de dois a três meses para fazer a colheita, e o preço, hoje cotado em torno de R$ 70 a saca, faz com que o grão se encaixe perfeitamente no ciclo produtivo das pequenas propriedades rurais da região Noroeste. "Plantamos feijão em fevereiro, na mesma área onde acabamos de colher melão e melancia", disse o produtor Joceli Rosa, que divide os negócios com o pai, Olivo, e um dos irmãos, no interior de Bozano.

Em abril, o local onde os Rosa plantaram seis variedades de feijão será tomado pelo moranguinho e cebola. "A venda de melão, moranguinho e melancia nos rendeu R$ 9 mil", comemorou Rosa, sem contabilizar o ganho que ainda terá com a venda do feijão. Retorno financeiro obtido em apenas um hectare. "O feijão está vindo na carona", disse o técnico agrícola da Emater/RS-Ascar, Edevin Bernich, defensor do plantio. "É fácil de vender", garantiu outro produtor, Geraldo Bigolin. Com a ajuda dos filhos, Orestes e Marcos, Bigolin plantou feijão da variedade Guapo Brilhante em um hectare, mesmo local que serviu à já concluída safra da melancia.

A estratégia de manter pequenas áreas de terra produtivas o ano inteiro, segundo o técnico da Emater/RS-Ascar, agrega renda e dá o que fazer a praticamente todas as pessoas da família. "Além de fazer a rotação de culturas, o plantio do feijão aproveita a mão de obra disponível na pequena propriedade", disse Bernich.

Embora os gaúchos prefiram as variedades do grupo preto, Guapo Brilhante, Ouro Negro, Macanudo, Minuano e Xamego, a Emater/RS-Ascar distribuiu outras variedades aos agricultores, dentre elas Azuqui, 54 OPM, carioca, Pérola e Iraí, totalizando 30 variedades de feijão. "Gosto de todos", ponderou a agricultora Gleci, matriarca da família Rosa.

Na propriedade da família Vieira, o agricultor Ângelo e o filho, Geder, plantaram todas as variedades oferecidas pela Emater/RS-Ascar, mas sem a intenção de comercializá-las. Os grãos servirão de amostras para testes que Bernich pretende realizar. "Algumas variedades produzem muito pouco, no entanto, revelam aptidão diferenciada na alimentação", ponderou o técnico da Emater/RS-Ascar.

Feijão no RS e no Brasil
O Brasil é o maior produtor mundial de feijão, com produção média anual de 3,5 milhões de toneladas. Os maiores produtores nacionais são Paraná (298 mil toneladas) e Minas Gerais (214 mil toneladas). Para os próximos dez anos, o governo projeta um aumento de 1,22% no consumo e haverá necessidade de importação, porém, em quantidade pouco expressiva.

No Rio Grande do Sul, segundo estimativas da Emater/RS-Ascar, a área cultivada com o grão ficou 0,36% menor na safra 2010/2011, em função da estiagem na região Sul. Contudo, a produtividade das lavouras gaúchas cresceu 12,10%, atingindo 1.334 Kg/ha, considerada a maior produtividade média da história da cultura no Estado. A produção da primeira safra de feijão, de aproximadamente 98 mil toneladas, também cresceu, foi 22,57% maior que a da safra anterior.

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Fonte:
Emater/RS-Ascar

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