Crise política eleva preço do cacau
A crise começou depois das eleições presidenciais no final de 2010, quando Laurent Gbagbo, o presidente derrotado, se recusou a transmitir o poder a Alassane Ouattara, o candidato vencedor.
O país responde por 33% da oferta mundial de cacau e o agravamento da crise política traz apreensão ao mercado. Atualmente a Costa do Marfim se prepara para exportar 450 mil toneladas e qualquer atitude oficial sobre a suspensão dessas vendas deve influenciar o mercado.
Com isso, a tonelada da amêndoa alcançou US$ 3.020 em Nova York no início dessa semana. Estimativas divulgadas pela Organização Internacional do Cacau (OIC) indicam que a safra mundial do fruto deve subir para 3,94 milhões de toneladas.
Se confirmado esse volume, a alta será de 8%, o que ajudará a elevar os estoques mundiais para 119 mil toneladas. Na safra 2009/10 houve déficit de 66 mil toneladas entre oferta e demanda. A safra da Costa do Marfim deve alcançar 1,24 milhão de toneladas, volume inalterado em relação a 2008/9.
Já o Brasil, que deteve o título de maior produtor mundial de cacau na década de 1980, ocupa a sexta posição na produção mundial na safra 2009/10, com 161 mil toneladas, de acordo com a OIC.
A preocupação do mercado é que a intensificação da guerrilha no país, além de dificultar o transporte do produto, prejudique a produtividade na próxima safra. O cenário fica ainda mais complicado uma vez que o clima pode não ser tão favorável como foi nesta safra.