Estimativa da área de trigo do Rio Grande do Sul e custos de produção
Trazemos hoje aos assinantes da AF News, uma estimativa de plantio e de custos de produção do trigo no Rio Grande do Sul divulgada pela FECOAGRO (Federação das Cooperativas Agrícolas) do Rio Grande do Sul.
Quanto à estimativa de área, esta foi realizada pelo corpo técnico da instituição e aponta um incremento acima de 10% em relação à área de plantio do ano passado, a FAEP local, há cerca de dois meses apontou avanço de 15%. Considerando que a área de plantio gaúcha na safra passada foi de 793,1 mil hectares, segundo as previsões acima haverá um avanço entre 872,41 mil hectares e 912 mil hectares para a safra de 2011.
Já com relação ao custo de produção é apontado um custo total de 1.373,57 por unidade de área, considerando uma tecnologia média de 40 sacas por hectare. Ou seja, a produção não cobriria os custos de depreciação, manutenção, juro sobre capital de juro, etc., com uma excelente colheita de milho e soja no Estado e com preços bem acima da média histórica para estas duas culturas, pode-se imaginar que o produtor do Rio Grande do Sul se aproveite para girar o capital. Uma vez que o custo variável, responsável pela cobertura dos desembolsos para a produção, segundo o órgão das cooperativas se daria a partir da colheita de 36 sacas por hectare nos preços atuais ou 2,160 toneladas por hectare, algo plenamente possível dentro da média do Estado. Ficando o custo variável cotado a R$ 907,00 por hectare.
Esta estimativa diverge bastante do projetado pelo CEPEA no início do ano, com custo total de R$ 1.659,00/ha, o custo operacional de plantio segundo o órgão paulista estaria em torno de 1.363,81, não podendo comparar entre si as projeções, pois há várias metodologias para cálculo de custo e cenários possíveis a serem estimados para elaboração destes prognósticos. De qualquer forma o cenário internacional no atual momento de incertezas quanto a situação de plantios internacionais da suporte para que se espere a manutenção dos preços atuais até o momento da colheita nacional, agindo assim a exportação como regulador de preços no mercado interno, pois a queda dos preços no mercado nacional sem a queda nos mercados internacionais possibilitaria o envio de trigo ao exterior para recebimento por parte dos produtores de valores que cubram os custos de produção, sendo que atualmente não cobrem.