Arroz: Conab confirma leilão público de opção para o dia 2 de junho
A Companhia Nacional de Abastecimento – Conab - divulgou nesta sexta-feira (27), o aviso de venda de contrato de opção público de arroz para apoiar a comercialização de 200 mil toneladas do grão. No pregão do próximo dia 2 de junho, o governo irá ofertar 7.408 contratos de 27 toneladas cada um. Do total, 6.677 são para Rio Grande do Sul e 714 para Santa Catarina.
O preço foi fixado em R$ 15,66 mil por contrato, para o arroz em casca da classe Longo-Fino, Tipo 1, rendimento entre 57% a 59% de inteiros – R$ 29 a saca de 50 kg – para ser exercido em 30 de novembro. O produtor poderá antecipar a venda ao governo a partir de 1º de setembro, com redutor de R$ 0,50 por mês. O edital limita a aquisição em 10 contratos por CPF.
A medida foi oficializada pelo ministro da Agricultura, Wagner Rossi, na quarta-feira (25), após reunião do deputado federal Luis Carlos Heinze (PP/RS) com o novo secretário de Política Agrícola daquela Pasta, Jose Carlos Vaz, e prevê a aplicação de recursos para a aquisição de até 500 mil toneladas. Segundo o parlamentar, o mecanismo é resultado das negociações da representação do setor orizícola com o governo e atende parte das reivindicações apresentadas. “Diante da gravidade da crise essa medida é paliativa, mas irá ajudar até que novos mecanismos sejam implementados”, afirma.
AJUDA HUMANITÁRIA: o plenário da Câmara dos Deputados aprovou na quinta-feira (26) o substitutivo do deputado Heinze ao projeto de conversão em lei da medida provisória 519, que autoriza o governo a doar estoques públicos de alimentos para assistência humanitária internacional.
Em seu relatório, Heinze elevou o volume de arroz, inicialmente previsto de 100 mil toneladas, para 500 mil toneladas. Segundo ele, a supersafra do grão no país contribui para a redução do preço do produto e ocasiona uma das mais graves crises que o setor já enfrentou. “É importante conjugar a doação de estoques públicos de alimentos para outros países, as estratégias de apoio à sustentação de preços. São mais 500 mil toneladas de arroz que deixarão de ser ofertadas. Essa ação irá contribuir para aquecer o mercado interno”, justifica.
Além do arroz, o governo brasileiro poderá doar até 100 mil toneladas de feijão e milho, 10 mil toneladas de leite em pó e uma tonelada de sementes de hortaliças.
PROGRAMA DE SUBVENÇÃO: mesmo diante da negativa do Ministério da Fazenda em autorizar a liberação de R$ 600 milhões para subvencionar parte dos prejuízos dos produtores de arroz, Heinze continua insistindo com o governo sobre a necessidade de implantação do mecanismo. Segundo ele, muitos orizicultores, pressionados pelos credores, já venderam parte da produção com preços bem abaixo do estipulado pelo Ministério da Agricultura. “A situação é dramática e o governo precisa ajudar essas famílias. Mesmo com a venda de todo o arroz colhido, os produtores não conseguirão pagar suas contas. A matemática não fecha”, garante.
Para debater o assunto, Heinze articula mais um encontro com os ministros da área econômica para a próxima semana.
PRORROGAÇÃO DE DÍVIDAS: outro assunto em pauta é a suspensão do pagamento das parcelas do crédito rural dos produtores de arroz. Nesta semana Heinze voltou a cobrar do ministro da Agricultura, Wagner Rossi, o anúncio das medidas. O parlamentar também se reuniu com o novo diretor de Agronegócios do Banco do Brasil, Ives Fünter, detalhou a crise do setor e pediu apoio da instituição para dilatar o prazo de pagamento dos débitos dos orizicultores.
Segundo Heinze, um levantamento preliminar revela que o volume de recursos que devem ser pagos neste ano pelos produtores de arroz, supera R$ 2 bilhões. “Precisamos encontrar uma solução para reescalonar essa dívida”, garante.
A representação dos produtores rurais – Farsul, Federarroz, Irga e Fetag – se reúnem com o deputado Heinze na segunda-feira, dia 30, às 14 horas na Casa Rural, em Porto Alegre, para montar uma proposta que será apresentada ao governo na próxima semana.