Medidas do governo para mercado do arroz são insuficientes

Publicado em 17/06/2011 08:29
O preço do grão reagiu muito pouco nos últimos dias. No Rio Grande do Sul, os produtores estão preocupados.
O agricultor Luzardo Villa Verde planta arroz em 120 hectares na fronteira gaúcha. Parte da colheita foi vendida por R$ 17,80, bem abaixo do preço mínimo que é de R$ 25,80 por saca. Parte das dívidas ele conseguiu renegociar com o banco, mas está pessimista. “Hoje estamos pior do que quando colhemos há dois meses, porque nós vamos prorrogar as dívidas por seis meses e isso vai acarretar em mais juros e conta vai aumentar”.

O governo anunciou algumas medidas para auxiliar o setor, como as vendas futuras de arroz. São leilões que garantem ao produtor o preço mínimo de mercado. Também lançou operações de escoamento do produto, mas segundo a Federação dos Arrozeiros do Rio Grande do Sul, as medidas não estão surtindo efeito nos preços.

Na prática, apenas 20 mil toneladas de arroz foram retiradas do mercado, segundo a Federarroz, pois faltam armazéns para estocar o produto. Alegrete que é o quarto maior produtor do grão no país não tem sequer um silo credenciado pela Conab.

As associações dos arrozeiros da fronteira oeste do estado reclamam que as medidas são apenas paliativas e não vão resolver o problema. “Como aumentamos bastante a produção, a necessidade é de escoar esse produto. Nós precisamos fomentar o frete. Estamos longe dos grandes centros consumidores e temos uma desvantagem muito grande em relação ao Mercosul, fora os insumos na Argentina serem mais baratos. Nós temos o ICMS que acaba trazendo uma barreira para os agricultores”, explica Henrique Dornelles, presidente da Associação dos Arrozeiros.

O presidente da Federarroz, Renato Rocha, espera outras medidas do governo para o setor.
Em Brasília, o secretário de Política Agrícola, José Carlos Vaz, falou sobre o assunto. “Estamos vendo se é o caso de acionar mais algum instrumento de sustentação de preço ou de escoamento e de garantia de preço mínimo e se podemos superar as dificuldades operacionais”.

A Federarroz deve se reunir, em Porto Alegre, com autoridades de vários municípios gaúchos para tratar da questão.

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Fonte:
Globo Rural

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