CPI do arroz no Rio Grande do Sul deve apurar causas da crise no setor

Publicado em 18/08/2011 08:02
Em poucos dias, uma nova CPI poderá ser instaurada no Rio Grande do Sul. Entidades representativas do setor arrozeiro sugeriram a criação de uma CPI do arroz, a fim de apurar as causas da atual crise econômica e financeira da cultura, investigando a toda a cadeia produtiva do grão no Estado.
 
O deputado estadual Jorge Pozzobom se encarregou de coletar as assinaturas. Ele elaborou um relatório com base na Constituição Estadual, que define as políticas agrícolas e garante a política de preços e custos de produção. De acordo com o documento, todas as etapas da produção do grão devem ser investigadas.
 
– Por que o arroz que vem de fora é mais barato? Qual é o critério do arroz de fora poder vir aqui para dentro? Quais são os valores dos insumos do arroz de fora? Queremos investigar o custo de toda a cadeia produtiva, a distorção que tem nos preços – diz o deputado.

Com 29 assinaturas colhidas, o pedido de CPI já foi protocolado junto à presidência da Assembleia Legislativa gaúcha. A instauração do processo deve acontecer logo após a Expointer, feira agropecuária que ocorre do dia 27 de agosto a 4 de setembro, quando toda a cadeia produtiva do arroz no Estado deverá ser ouvida.
 
– Como é que se explica o arroz ter baixado 40% ao produtor nesta safra e para o consumidor baixou 7% ou 8% apenas? Isso significa que nós tivemos um desequilíbrio das margens de ganho da cadeia, então isso tem que ser investigado, isso tem que ser apurado. Num conceito moderno de cadeia produtiva, todos devem ganhar: setor produtivo, industrial e também o varejo – afirmou o presidente da Federarroz, Renato Rocha.

De acordo com o presidente da Federação, a CPI deve esclarecer a origem da crise no setor arrozeiro.
 
– Quem atua mais no setor sabe que há problemas como guerra fiscal, assimetrismo do Mercosul e desequilíbrio das margens da cadeia. Enfrentamos monopólios e oligopólios. Isso tudo o produtor enfrenta, além do clima.
 
Na safra 2010/2011, o município de Santo Antônio da Patrulha (RS) cultivou uma área de 1.900 hectares com arroz irrigado. De acordo com o presidente da associação dos arrozeiros da cidade, Zuênio Thomazi, o que era pra ser lucro acabou deixando os produtores com dívidas.
 
– Os produtores ficaram endividados, porque, como houve uma superssafra e muitos tinham compromissos a cumprir antes da medida do governo, então comercializaram a saca abaixo de R$ 20, gerando um prejuízo de R$ 8 a R$ 10 por saca – afirmou Thomazi.
 
Segundo Zuênio, muitos arrozeiros da região estão abandonando o campo por causa do endividamento. A Associação está apoiando a instalação da CPI.

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Fonte:
Canal Rural

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