Hortifruti: Fator renda e o impacto sobre o consumo na pandemia

Publicado em 03/09/2020 13:27

Um dos impactos econômicos da pandemia de covid-19 é a queda de padrão de vida do brasileiro. Segundo pesquisa do Instituto Locomotiva, a pedido do jornal O Estado de S. Paulo, 54% dos brasileiros relataram diminuição no padrão de consumo nos últimos meses. Conforme a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), a estimativa é de que o PIB per capita (soma da riqueza produzida pelo País por habitante) em 2020 apresente a maior retração da história do País, de 6,7%.

Assim, como demonstrado na edição de agosto da revista Hortifruti Brasil, o comportamento de consumo do brasileiro é diferente entre as camadas da população, variando conforme a intensidade do impacto na renda. A Nielsen divide consumidores em dois perfis principais: os relativamente não afetados e os que tiveram renda e despesas reduzidas.

Os menos prejudicados buscam reproduzir a experiência "fora de casa" na alimentação no lar, com receitas mais sofisticadas e kits prontos, além de se permitir mais indulgências, com pedidos de refeições via delivery. Já os que tiveram a renda impactada estão cortando as despesas, priorizando os descontos e os gastos essenciais.

No setor de HF's, é nítida essa diferença. As redes de hortifrútis premium registram aumento no faturamento com frutas e hortaliças frescas. Ao mesmo tempo, observa-se queda nas vendas das Ceasas, que têm como clientes principais os supermercados de pequeno e médio portes, sacolões, feiras livres e restaurantes.

Levando-se em conta os dados da última Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF 2017- 18), a cada 1% de queda na renda do brasileiro, o consumo geral de frutas e hortaliças recua 0,573% (dados calculados por Vaz e Hoffmann em 2019, com base na elasticidade-renda). Assim, estima-se que, se a renda do consumidor cair, em média, 6% em 2020, o consumo médio de frutas e hortaliças no lar tende a recuar entre 3 e 4%.

REFLEXOS NO VAREJO E FOOD SERVICE – Na última live da HF Brasil, de agosto, Luiz Roberto Baruzzi, diretor da Rede São Paulo Supermercados, indicou que um enorme desafio ao varejo, daqui em diante, será justamente o poder de compra da população. Segundo ele, "existem vários perfis de consumidores, mas, de forma geral, já observa-se certa migração para produtos mais baratos. Isso está acontecendo não só em FLV, mas no supermercado como um todo, assim como o crescimento das marcas próprias. As pessoas têm buscado não a menor qualidade, mas, sim, preços melhores".

E, no food service, não é diferente. Mayra Viana, analista de negócios de alimentação do Sebrae, afirmou que os restaurantes também têm sentido os reflexos da queda da renda do consumidor. "Inclusive, pesquisas mostram que o que os consumidores mais querem é que os preços baixem ou que sejam oferecidas opções mais baratas, sem afetar a qualidade. Neste sentido, o FLV é positivo, pois ajuda a compor um prato saudável, nutritivo e com preço bacana", disse, na ocasião.

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Fonte:
Cepea/Hortifruti

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