CNA levanta custos de produção de mamão, batata e leite na Bahia

Publicado em 30/10/2020 14:55

A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) realizou, durante esta semana, painéis online do Projeto Campo Futuro para levantar os custos de produção de mamão, batata e leite, no estado da Bahia.

Os encontros virtuais são resultados das medidas de segurança adotadas pela CNA para evitar o contágio por coronavírus e continuar o levantamento das informações sobre a realidade produtiva das atividades pesquisadas.

Mamão – O painel de mamão ocorreu na quinta (29), com produtores do município de Itabela, e contou com a parceria da Universidade Federal de Lavras (UFLA) e o apoio da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado da Bahia (Faeb) e do Sindicato Rural de Itabela.

Dados preliminares revelaram alteração do modal representativo da região, que passou de 20 para 30 hectares de área produtiva em relação ao painel realizado em 2014. A produção é irrigada e semimecanizada, sendo que a maioria das operações é realizada por máquinas. A variedade cultivada na região continua a Havaí, mas teve um incremento de produtividade de 10 toneladas por hectare, passando de 70 para 80 ton/ha.

De acordo com o técnico do CIM/UFLA, Matheus Mangia, os resultados prévios indicaram que 54% dos desembolsos são destinados para a compra de insumos. Os dados informados pelos produtores também refletem uma preocupação do setor, que vem sofrendo com preços ruins durante o ano. O preço médio recebido pelo produtor foi de R$ 0,42 centavo por quilo de mamão comercializado.

“Durante a pandemia as restrições de mobilidade e no comércio afetaram as vendas do produto. A exportação de mamão foi severamente prejudicada devido à redução de voos, pois a fruta é exportada principalmente por modal aéreo. Como consequência disso, teve excesso de oferta do produto no mercado interno, o que impactou diretamente o preço”, disse o assessor técnico da CNA, Erivelton Cunha.

Segundo Cunha, mesmo que a flexibilização da quarentena e a retomada gradual das atividades favoreçam a comercialização do mamão, a procura pela fruta ainda está enfraquecida diante da economia nacional fragilizada.

Batata – Na quarta (28), o projeto levantou informações junto aos produtores de batata dos municípios de Mucugê e Ibicoara. Representantes da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado da Bahia e do Sindicato dos Produtores Rurais de Ibicoara participaram do encontro online.

As informações levantadas apontaram propriedade típica com área de cultivo de 750 hectares de batata, em sistema irrigado e semimecanizado. As variedades produzidas são Ágata, Orchestra e Cúpido.

Erivelton Cunha explicou, que de acordo com os produtores, nas duas regiões, não ocorre a prática de financiamento para cobrir os recursos financeiros necessários para arcar com as despesas referentes ao custeio das propriedades típicas. Os recursos são provenientes do próprio produtor.

Com relação ao cenário de custos desses produtores de Mucugê e Ibicoara, os insumos, como fertilizantes e defensivos agrícolas, são os que representam maior participação, com 68,93% do COE. Já os custos de colheita e beneficiamento representam 17,98% do Custo Operacional Efetivo. “A boa produtividade alcançada pelo produtor com 900 sacas por hectare e os bons preços pagos pelo produto tem garantido o bom resultado da atividade”, disse Cunha.

Leite – Ainda na quarta (28), os técnicos do Campo Futuro se reuniram virtualmente com produtores de leite do município de Itamaraju. O painel foi realizado em parceria com o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) e teve o apoio da Faeb e do Sindicato dos Produtores Rurais de Itamaraju.

Segundo os dados analisados, a propriedade modal da região é composta por animais mestiços, com predominação de raças zebuínas. A produção diária é de 100 litros, sendo 22 vacas em produção, com uma produtividade de 4,5 litros por vaca ao dia.

O assessor técnico da CNA, Gabriel Oliveira, disse que não há fornecimento de ração para os animais, apenas de sal mineral. A alimentação é composta por pastagem para o período das águas e suplementada na seca com capineira.

A renda da atividade leiteira na propriedade é composta por 57% da venda do leite e 43% da venda de animais, indicando um sistema misto, onde as matrizes com maior aptidão leiteira são ordenhadas, mas as crias são destinadas ao corte.

Oliveira informou que o COE da propriedade representa 78% da receita do produtor de Itamaraju, mas devido à baixa produtividade dos animais, os custos fixos não são diluídos, impedindo o produtor de ter margem líquida positiva.

“Existe a necessidade de aumentar os investimentos na atividade. Com a Assistência Técnica e Gerencial promovida pelo Senar, é possível que os produtores da região melhorem os índices técnicos em produção e reprodução, que hoje são os principais gargalos da propriedade para alcançar índices econômicos satisfatórios”, destacou o assessor técnico da CNA.

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CNA

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