Brasil, Colômbia e Peru trabalham por agenda comum para o Cacau Sustentável da Amazônia

Publicado em 04/03/2021 12:11
- Países buscam aliança inédita para plano conjunto a ser apresentado na COP26; - Objetivo é atrair compradores e investidores com novo posicionamento do fruto nos mercados globais.

A TFA (Tropical Forest Alliance) costura um acordo inédito entre diversos envolvidos na cadeia de produção de cacau do Brasil, Colômbia e Peru que, juntos, preparam um plano de desenvolvimento para a marca Cacau Sustentável da Amazônia. Existe consenso entre os produtores dos três países de que o cacau de origem amazônica reúne atributos com potencial para atrair compradores e investidores interessados no combate ao desmatamento por meio de uma cadeia de fornecimento que promova a inclusão social e seja orientada pela bioeconomia.

"O cacau cultivado na Amazônia colabora na restauração de terras degradadas e na diminuição do desmatamento", afirma Fabíola Zerbini, diretora da TFA para a América Latina. "Essa narrativa positiva, que inclui o potencial que o cultivo sustentável representa para a melhoria de vida das comunidades locais e fazendeiros, tem tudo para se transformar em um diferencial atraente para os mercados globais e em um novo caminho para a proteção da Amazônia".

Desde o início de 2020, a TFA América Latina promove uma série de Diálogos que reúne diversos players dos setores público e privado, envolvidos nas cadeias de valor da soja, da carne e do cacau. O objetivo é buscar pontos de interesse comum que possibilitem a colaboração vertical entre todos e a geração de acordos para ações coletivas que resultem na diminuição do desmatamento relacionado à produção destas commodities .

Em relação ao cacau, os participantes dos Diálogos identificaram como ponto crítico a necessidade da mobilização de investimentos para o fruto cuja cultura tem potencial de grande impacto positivo na restauração de áreas degradadas e na redução do desmatamento. Em 2020, um dos Diálogos do Cacau foi dedicado à apresentação de um amplo estudo realizado pela organização colombiana Alisos, que mapeou dados sobre produtividade, custos e dinâmica de mercado de cada país, o que trouxe subsídios fundamentais para o desenvolvimento da agenda coletiva que estabelece os atributos que podem fazer do cacau amazônico um produto diferenciado para os mercados globais.

"A Amazônia é uma das regiões de maior potencial para a nova cultura do cacau na Colômbia", complementa Wendy Arenas, Diretora da Fundação Alisos e Diretora da Secretaria Técnica para a Iniciativa Cacau, Florestas & Paz. "Temos a oportunidade de desenvolver um cacau de origem amazônica que seja sustentável, com zero desmatamento e diferenciado, que promova modelos produtivos de cacau que protejam e restaurem as florestas, melhore os meios de vida dos agricultores e ajude a consolidar a paz no nosso país".

"Os países amazônicos têm o grande desafio de se posicionar globalmente com uma produção diferenciada de cacau que seja lucrativa para as famílias produtoras e contribua para uma relação positiva com as florestas e seu ecossistema, onde a agricultura seja intensiva em produtividade mas não em extensão de terras", comenta José Yturrios, da Aliança Cacau Peru. "O desafio de construir um mercado para o cacau sustentável deve ser respondido de forma articulada entre nossos países, considerando a dinâmica do mercado e suas tendências em nível global".

A região amazônica reúne o cacau mais diversificado do mundo em termos genéticos, de sabor e de diferentes espécies. Nativo da região, o fruto faz parte da cultura amazônica há mais de 14 mil anos, sendo cultivado e cultuado por diversas comunidades indígenas ao longo do tempo.

A combinação entre local, genética, práticas agrícolas e benefícios pode significar a obtenção de um cacau de alta qualidade, sob práticas de sustentabilidade, conectividade da paisagem e de acordo com comportamentos culturais consistentes com a área. Isso pode levar à produção de cacau com preços mais elevados e maior valor agregado.

"Este projeto é inovador no sentido em que busca o desenvolvimento de um novo produto e de um novo mercado", destaca Fabíola Zerbini. "O objetivo não é atender a uma demanda existente e sim, construir uma demanda. Aliada aos aspectos que diferenciam o cacau amazônico, está a necessidade de conversar com todos os atores envolvidos no mercado interno e também, com as comunidades indígenas e as famílias agricultoras. É deste intenso diálogo, das ideias compartilhadas, que surge o desenvolvimento de uma proposta estratégica e prática que deve incluir suporte técnico, infraestrutura, crédito, e certificações, que resultarão em significativas melhorias na logística e em aumento de produtividade e rentabilidade".

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Assessoria de Comunicação

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