Mercado da China está aberto para a uva do Brasil, mas primeiros embarques devem ficar para 2025
Na última quarta-feira (20) os presidentes do Brasil e da China se encontraram como parte das agendas do G20 para discutir uma série de acordos bilaterais entre os dois países. Entre as tratativas, estava a abertura do mercado chines para as uvas brasileiras, o que efetivamente foi confirmado durante a reunião.
Agora, o setor produtivo e exportador de frutas do Brasil deve dar sequência nos tramites com liberações logísticas, mapeamento do mercado chines e prospecção de clientes no país asiático, para só então iniciar afetivamente as exportações.
“Depois da abertura do mercado e da análise de risco de pragas, vem aí o segundo passo que é o comercial. As empresas brasileiras precisam encontrar importadores chineses para apresentar o produto e mandar amostras. É preciso entender o mercado, mandar amostras, prospectar clientes, entender valores, custos e aí sim exportar”, diz Luiz Roberto Barcelos, Diretor da Abrafrutas.
Exportador de frutas na região do Vale do São Francisco, Junior Silveira, destaca a importância de se iniciar um trabalho forte de promoção das uvas brasileiras junto ao público chines, para definir variedades e potencial mercadológico.
“Ainda é muito embrionário, porque não se podia tratar do assunto diretamente sem a liberação. Daqui para frente temos que nos mobilizar. Em fevereiro vai acontecer a Fruit Logística em Berlim na Alemanha, que é a maior feira de frutas do mundo. Vai ser uma oportunidade de buscar agendas com representantes da China para entender quais variedades tem penetração, as melhores épocas do ano, os valores”, comenta o Sócio-diretor da Xportare.
Outro ponto ainda passível de ajuste é a questão logística. Hoje, existe uma linha marítima que liga Salvador e Recife à Ásia com tempo de trânsito por volta de 33 dias, que deve ser utilizada nesses embarques das uvas, mas ajustes ainda são necessários.
“A China é a maior produtora e consumidora de uva de mesa do mundo, então é um mercado muito importante que vai se abrir. Hoje estamos acostumados com exportações para os Estados Unidos e Europa que tem um tempo de trânsito de 15 dias, contra 30 ou 35 dias para a China. Então agora é preciso tratar com as armadoras, ver as opções de rotas, materiais de embalagem e os preços que compensam. Temos boa sanitização e qualidade nas frutas, mas precisamos garantir isso com tempo de prateleira no destino comprador”, relata Jaílson Lira, Presidente do Sindicato dos Produtores Rurais de Petrolina/PE.
Diante deste cenário, a expectativa do setor é que as exportações propriamente ditas devam ficar mesmo para meados de 2025.
“Um container para mandar uva sem semente para a China custa hoje em torno de US$ 60 mil, então é muito arriscado mandar tudo isso em um primeiro momento. Ao longo de 2024 devemos começar a mandar algumas amostras e caixas via aérea para testar a aceitação dos consumidores e começar a exportar containers mesmo em 2025”, diz Barcelos.
“Vamos realizar primeiro experiências e os primeiros embarques devem ficar somente para 2025”, conclui Lira.
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