Preço da banana melhora, mas produtor ainda tem perdas

Publicado em 22/12/2010 07:14
Agricultores estão se preparando para um novo período chuvoso que vem por aí.
Excesso de chuva no início do ano e de frio demais no inverno fizeram a produção de bananas cair pela metade em 2010 no Vale do Ribeira, Estado de São Paulo. Com isso, o preço subiu para os produtores, mas ainda não está suficiente para compensar as perdas. Agora, eles estão se preparando para um novo período chuvoso que vem por aí.

No levantamento da Associação dos Produtores em Registro, no sul de SP, a cotação subiu nos últimos dias. O quilo da banana prata nesta segunda ficou em R$ 0,85. Era R$ 0,60 no começo de dezembro. A nanica, a mais cultivada na região, fechou a semana a R$ 0,65, R$ 0,10 a mais do que no início do mês.

– Normalmente nós estaríamos vendendo a banana a R$ 0,35 o quilo. E esse ano, como vocês viram aí pela cotação, estamos vendendo a R$ 0,65 a banana nanica – diz o diretor tesoureiro da Associação dos Bananicultores do Vale do Ribeira (Abavar), Jefferson Magário.

A variação no preço é resultado do que ocorreu no inicio do ano, quando os pomares ficaram debaixo d’água. As plantações de banana nanica, em regiões mais baixas, foram cobertos pela enchente. Os pés de banana prata, nos morros, não foram afetados e a variação nos preços foi menor. O produtor rural José de Paula Teixeira planta mais da nanica. Ele percebeu que o preço subiu agora, mas diz que isso não significa que esteja ganhando mais.

– Pelo contrário. Talvez eu esteja ganhando até menos um pouco, devido à produção muito baixa – diz Teixeira.

Para a banana chegar ao ponto certo leva mais de um ano. O ciclo da produção é de 13 meses. E aí muita coisa pode acontecer neste tempo. A produção que ta saindo deste bananal aqui em Registro é, pelo menos, a metade que foi no ano passado.

Em São Paulo a produção de bananas ocupa uma área de 60 mil hectares, sendo 45 mil só no Vale do Ribeira. São mais de 10 municípios e até quatro mil produtores. O clima não ajudou este ano, diz o engenheiro da prefeitura de Registro Agnaldo José de Oliveira. Até fez os preços subirem, mas a produção caiu muito. E o problema, diz ele, é que os riscos e os custos são muito altos,  e a distribuição dos lucros não é justa no fim das contas.

– Quando ela chega ao mercado, é comercializada logo no dia seguinte. O supermercado recebe à vista, o comerciante recebe à vista. Ninguém vende a prazo para o consumidor. E o preço já passa para R$ 1,49 ou R$ 1,99 a banana nanica e R$ 2,50 até R$ 3,90 o quilo da banana prata – avalia o agrônomo Agnaldo José de Oliveira.

José de Paula Teixeira vende cada caixa por R$ 13. Porém, para chegar no ponto de vender, ele gastou pelo menos 60% deste valor. Enquanto equilibra as contas, o produtor torce para que neste verão não tenha outra surpresa, como teve no verão passado. Com a enchente em fevereiro, ele perdeu 40% do que esperava colher do bananal.

– Provavelmente de fevereiro em diante já começa a produção. Fevereiro, março nós devemos ter uma produção boa, e se o consumo for bom, que nós tenhamos um preço médio bom pra se trabalhar, a gente dá o equilíbrio rápido. Por enquanto nós estamos pagando pra trabalhar – desabafa Teixeira.

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Fonte:
Canal Rural

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