Pepino: cotação e clima favorecem a produção em Minas Gerais
De janeiro a julho de 2011, Minas Gerais colheu 15,4 mil toneladas de pepino. Um crescimento de 27,2% em relação ao mesmo período do ano passado, informa a Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento, “Quanto mais elevada for a temperatura neste inverno, maiores serão as possibilidades de aumento da safra, com produtos de alta qualidade e mais valorizados”, prevê o superintendente de Política e Economia Agrícola da Secretaria, João Ricardo Albanez.
No município de Mateus Leme, região Central do Estado, os produtores cultivam pepino em 15 hectares e estão apostando que o clima vai possibilitar uma colheita maior que a registrada nos primeiros seis meses deste ano, que foi de 600 toneladas. Com este volume, Mateus Leme ocupa o terceiro lugar na produção estadual, atrás de Uberlândia e Araguari, com 1,2 mil e 660 toneladas, respectivamente.
De acordo com Afrânio Nogueira, extensionista da Emater, os produtores do município, em sua maioria agricultores familiares, destinam o maior volume do pepino de suas lavouras à Ceasa Minas de Contagem, na Região Metropolitana de Belo Horizonte. Ele explica que uma parte é transportada para outros mercados, como São Paulo. Isso ocorre atualmente porque os paulistas tiveram problemas nas lavouras em razão do frio e não podem recorrer à produção de Santa Catarina, que também teve perdas pela mesma razão.
Em busca do lucro
O agricultor Marcos José de Andrade faz parte do grupo de produtores de Mateus Leme que já iniciaram o cultivo. Ele vai ocupar 3 hectares da Fazenda Funil com pepino, e a expectativa é colocar o produto no mercado com antecedência para garantir um preço melhor.
“Na safra 2010/2011 conseguimos preços entre R$ 13,00 e R$ 15,00 para a caixa de 20 quilos colocada na Ceasa”, ele diz. “Já o custo de produção por caixa foi da ordem de R$ 7,00.” Marcos José concorda que o lucro de quase 50% estimula a produção, mas ele prefere diversificar e aproveita ao máximo o espaço na lavoura cultivando também abobrinhas, tomate e pimenta. “Esses produtos sempre ajudam na formação da renda”, acrescenta o produtor.
A valorização do pepino tem estimulado também o cultivo na Fazenda Bueno, de Ademilson Ferreira dos Santos. “Na safra passada a procura foi muito grande e o preço da caixa colocada na Ceasa alcançou até R$ 15,00,” diz o agricultor.
A exemplo da maioria dos agricultores do Mateus Leme e da Região Central do Estado, Ademilson concentra suas entregas na Ceasa de Contagem, Região Metropolitana de Belo Horizonte. Em 2010, o entreposto recebeu 12,3 mil toneladas de pepino e neste ano já registrou a entrada de um volume em torno de 7,5 mil toneladas.
Ademilson também cultiva outras hortaliças, principalmente a berinjela, e atende compradores inclusive de outros Estados, como São Paulo. “A produção da hortaliça nas lavouras paulistas sofreu queda e, por isso, a cotação do produto alcança atualmente R$ 20,00 a caixa de 13 quilos”, ele informa. De acordo com o produtor, isso vem contribuindo para a melhoria da renda dos agricultores do município.