Vinte anos de cartel acaba com citricultura paulista

Publicado em 07/05/2010 09:40
Em 20 anos de cartel da laranja, desde 1999, os citricultores do estado de São Paulo acumularam enormes prejuízos. A remuneração da caixa de laranja na árvore que era equivalente, a preços de hoje, a mais de US$ 4,5, foi reduzida para um patamar inferior a US$ 2,5, enquanto os custos cresciam devido ao aparecimento de novas pragas e doenças e ao decréscimo de produtividade causada pela remuneração da laranja a preços que não cobriam os custos de produção.

Quem explica o esquema montado, segundo denúncias, pela empresa Cutrale, e que está sob investigação na Secretaria de Direito Econômico (SDE), é o presidente da Associação Brasileira de Citricultores (Associtrus), Flávio Viegas. “Estimamos que nesse período as indústrias plantaram entre 80 e 90 milhões de árvores, enquanto os citricultores eram forçados a erradicar um volume equivalente de plantas, caracterizando a transferência do  patrimônio dos citricultores para a indústria”.

Hoje, constata, a maioria dos citricultores que permanecem na atividade, tem seus pomares depauperados e muitos deles acumulam dívidas que oneram as suas propriedades. “Adicionalmente o crescimento da produção dos pomares da indústria impôs uma pressão adicional sobre os fornecedores, uma vez que ela (a indústria) tem uma produção própria que atinge cerca de 50% de suas necessidades e com isto aumentou muito seu poder de impor preços aos citricultores”.

Viegas informa que o processo iniciado em 1999 ainda está sob investigação na SDE e a análise dos documentos apreendidos na “Operação Fanta”, pela Polícia Federal, em 2006, se desenrolam lentamente, ora por intervenção da Justiça, ora por falta de recursos da SDE para imprimir um andamento mais célere ao processo.

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Porto Gente

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