Chuvas exigem cuidado redobrado de citricultores

Os citricultores têm de redobrar os cuidados com a lavoura por causa das chuvas das últimas semanas. Nessa época, as laranjas ainda estão se desenvolvendo, e o excesso de umidade em janeiro pode favorecer o aparecimento de doenças fúngicas. Qualquer descuido pode representar prejuízos na época da colheita. Entre as principais doenças estão a podridão floral – também conhecida como estrelinha – a pinta preta, a verrugose e a melanose.

– A podridão floral causa queda prematura do fruto, reduzindo drasticamente a produção de laranja do pomar. Já a pinta-preta interfere na qualidade do fruto, além de manchar a casa do fruto depreciando o valor para o mercado. Ela também causa queda de fruta, infestações muito altas diminuindo a produção para quem trabalha com fruta para a indústria. No caso da verrugose e da melanose, são doenças que afetam a casca e interferem no produto que chega a mesa – explica o agrônomo Rodrigo do Vale Ferreira.

O citricultor Belém Zorzo conhece bem todas essas doenças. Ele cuida sozinho dos dez hectares de laranja. Neste ano, atrasou um pouco a pulverização das plantas e parte do pomar foi contaminado com a estrelinha. A laranja temporão, aquela que dá fora de época, ficou comprometida.

– No temporão vai ter perda, pelo menos no meu pomar. Não fiz na época certa. Eu achei que não ia chover tanto, achei que ele ia segurar como segurou nos outros anos. Mas esse ano eu dancei – lamenta Belém, que calcula uma perda de 80%, cerca de 300 caixas a menos de laranja temporão.

Para evitar problemas como o da estrelinha e perdas como a do seu Belém, o agrônomo Ferreira dá a dica:

– Quando eu faço com a irrigação, utilizo uma roçadeira ecológica e tento fazer as aplicações de fungicidas no período correto do ano. Isso me traz uma segurança muito grande no controle da doença.