Investimentos em rodovias estaduais demandariam R$ 266 milhões, aponta estudo
Publicado em 17/07/2012 14:24
Levantamento do Movimento Pró-Logística apontou 120 trechos prioritários para o escoamento da produção de Mato Grosso.
O Movimento Pró-Logística apresentou aos produtores rurais e entidades ligadas ao setor o projeto Corredores Estaduais do Agronegócio nesta sexta (13). Os técnicos elegeram 120 trechos de rodovias estaduais que são fundamentais para o escoamento da produção de Mato Grosso. O projeto levou em consideração as cadeias de produção da soja, milho, pecuária bovina, madeira e insumos agrícolas. Só nestes trechos são mais de dez mil quilômetros que precisam de investimentos em pavimentação e recuperação na ordem de R$ 266 milhões.
“Já temos um bom trabalho junto ao governo federal para viabilizar obras nas rodovias federais, ferrovias e hidrovias. Agora precisamos focar também nas rodovias estaduais e este projeto visa pontuar o que é prioridade”, explicou o presidente da Aprosoja e do Movimento Pró-Logística, Carlos Fávaro.
Todas as rodovias estaduais precisam de atenção do governo, mesmo as que já estão pavimentadas. O Movimento Pró-Logística afunilou ainda mais o estudo sobre os corredores do agronegócio e escolheu 21 trechos em todas as doze regiões do estado para que sejam a prioridade inicial dos investimentos. Somente para estas rodovias, que totalizam 2.500 quilômetros, seria necessário um aporte de R$ 82 milhões do poder público estadual. “Este trabalho servirá como subsídio para o governo do estado saber onde deve investir verbas destinadas a estas melhorias”, explicou o coordenador do Movimento, Edeon Vaz Ferreira.
Mato Grosso conta uma malha viária estadual de 25 mil quilômetros, mas deste universo somente 5,4 mil quilômetros estão pavimentados. O alto custo do frete é uma das consequências da má conservação das estradas. O produtor rural de Nova Xavantina Endrigo Dalcin explicou que este transporte fica muito caro. “Atualmente a maioria das estradas que temos como opção para escoamento é de terra. Assim, os produtos que chegam até nós, como insumos, ficam mais caros e o que enviamos para fora da região também. Não conseguimos ser competitivos”, disse.
“Não vemos o retorno do Fethab para as estradas”, reclama o produtor rural de Querência Gilmar Dell”Osbell. Segundo ele, quando as estradas estão ruins os próprios produtores precisam ajudar as prefeituras dos municípios da região a arrumá-las. “Pagamos duas vezes pela manutenção das estradas: quando recolhemos o Fethab e quando temos que investir na melhoria em épocas críticas”, afirmou. O Fundo Estadual de Transportes e Habitação (Fethab) recolhe um percentual sobre a produção agropecuária do estado para investimentos em rodovias.
Os municípios de Querência e Nova Xavantina estão na região Leste de Mato Grosso, a chamada nova fronteira agrícola. Mas as estradas em condições desfavoráveis podem dificultar essa expansão. “É difícil trazer o calcário para esta região e este insumo é essencial para transformar a área de pastagem degradada em lavoura”, explicou Dell”Osbell.
Movimento Pró-Logística – Entidades dos setores agropecuário, industrial, comercial e da sociedade civil organizada organizaram-se em torno do Movimento Pró-Logística para acompanhar todos os investimentos e projetos de logística previstos para Mato Grosso, além de buscar estudos técnicos que possam indicar a viabilidade de modais de transporte.
Fazem parte deste movimento a Aprosoja, a Famato, a Federação das Indústrias no Estado de Mato Grosso (Fiemt), o Sistema Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de Mato Grosso (Fecomércio/MT), a Associação dos Criadores de Mato Grosso (Acrimat), Associação Mato-Grossense dos Produtores de Algodão (Ampa), Frente Parlamentar de Logística de Transportes e Armazenagem (Frenlog), o Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia de Mato Grosso (Crea/MT), a Associação Mato-grossense dos Municípios (AMM), o Instituto Ação Verde e Governo de Mato Grosso.
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Fonte:
Aprosoja
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