No valor: Salles ordena 'pente-fino' no Fundo Amazônia
A promessa do governo Bolsonaro de fazer uma devassa no Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) começa a mostrar os primeiros sinais. Em uma iniciativa considerada dentro da legalidade, mas inusual, o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, pediu ao banco, no começo de janeiro, todos os contratos do Fundo Amazônia, criado em 2008 para financiar projetos de desenvolvimento sustentável que ajudem a reduzir o desmatamento. Em dez anos, o fundo aprovou e contratou 103 projetos, a maior parte com organizações não governamentais (ONGs), e recebeu doações de R$ 3,4 bilhões, sendo mais de 90% da Noruega. Desse total, já houve desembolso de mais de R$ 1 bilhão.
A iniciativa de Salles de pedir todos os documentos do Fundo Amazônia, reunindo operações de dez anos, provocou mal-estar nas áreas técnicas do BNDES, que é o gestor do fundo. Não está claro para os técnicos do banco quais seriam os objetivos de Salles com o pedido, uma vez que o fundo tem um sistema estruturado de governança no qual o Ministério do Meio Ambiente (MMA) está diretamente envolvido. Além disso, o fundo passa por auditorias regulares, e acabou de sofrer uma fiscalização do Tribunal de Contas da União (TCU). Também houve avaliação do fundo por parte do órgão equivalente ao TCU na Noruega.
Ao Valor, o ministro afirmou: "Queremos saber como o recurso do Fundo Amazônia, que é doado para o Brasil, é usado. A doação não é para o BNDES ou qualquer terceiro. Vamos analisar a forma de utilização dos recursos, se as opções prioritárias da utilização estão alinhadas com o que se pretende e se a execução desses contratos está sendo [feita] de maneira adequada. Qualquer avaliação além deste ponto é prematura porque nós não tivemos acesso aos documentos ainda. Depois que tiver tido acesso aos documentos, vou poder dar uma opinião de mérito sobre o que foi visto lá."
Confira a notícia na íntegra no site do Valor Econômico.
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