Óleo em praias do NE não é brasileiro, diz Ibama; Justiça libera depósito de bauxita da Alunorte
RIO DE JANEIRO/SÃO PAULO (Reuters) - A Marinha e a Petrobras constataram, após análises, que a substância que atingiu nas últimas semanas praias de diversos Estados do Nordeste é petróleo, produzido no exterior, mas de origem ainda não identificada, informou o órgão ambiental federal Ibama em uma nota publicada em seu site nesta quinta-feira.
Uma série de ações estão sendo realizadas desde 2 de setembro entre Ibama, Corpo de Bombeiros do Distrito Federal, Marinha e a petroleira estatal, com o objetivo de investigar as causas e responsabilidades do despejo no meio ambiente.
Procurada, a agência reguladora do setor de petróleo, a ANP, disse que está acompanhando o caso com Ibama e Marinha, ressaltando que não foi identificado nenhum vazamento em atividades de produção e exploração de petróleo que poderia explicar o óleo nas praias.
As petroleiras que operam no Brasil são obrigadas a comunicar vazamentos à ANP, quando ocorrem, destacou a assessoria de imprensa da reguladora, por telefone.
"Se fosse vazamento em plataforma, ficaria concentrado em uma mancha, se fosse vazamento não chegaria a tantos lugares."
Sem conhecer ainda as causas do problema, a ANP reforçou ainda que "até o momento não há indícios concretos de que os produtos tenham origem em atividades de E&P (Exploração & Produção) na região".
Para o diretor-geral da ANP, Décio Oddone, o mais provável é que o petróleo tenha sido derramado por um navio que transportava o produto longe da costa brasileira.
Ainda que não tenha confirmação dessa hipótese, ele afirmou à Reuters que o petróleo, se saiu de algum navio tanque, acabou sendo dispersado pelo litoral nordestino, o que explicaria as manchas de óleo nas praias.
A Petrobras informou nesta quinta-feira que análise realizada pela empresa em amostras de petróleo cru encontrado em praias do Nordeste atestou, por meio da observação de moléculas específicas, "que a família de compostos orgânicos do material encontrado não é compatível com a dos óleos produzidos e comercializados pela companhia".
Segundo a estatal, os testes foram realizados nos laboratórios do Centro de Pesquisas da Petrobras (Cenpes), no Rio de Janeiro.
Na véspera, a empresa havia afirmado que está contribuindo com a limpeza das praias que apresentaram manchas de óleo.
Segundo o Ibama, a petroleira estatal irá disponibilizar ainda um contingente de cerca de 100 pessoas, nos próximos dias.
Os Estados atingidos, informou o órgão ambiental, são Maranhão, Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco, Alagoas e Sergipe.
"Após verificação dos relatórios e gráficos mais recentes sobre a situação das manchas de óleo nas praias do Rio Grande do Norte, os analistas da equipe de monitoramento concluíram que a situação no Estado é estável até o momento", afirmou o Ibama em comunicado publicado no seu site e atualizado nesta quinta-feira.
"Por isso, o grupo de comando foi transferido de lá para o Maranhão, onde estão chegando novos vestígios de óleo. O Ibama continuará acompanhando as ações de limpeza no litoral potiguar."
O Ibama pontuou que, entre os animais recolhidos, uma tartaruga-marinha foi devolvida ao mar por populares e uma tartaruga-oliva foi encaminhada com vida ao Projeto Cetáceos da Costa Branca pra reabilitação, ambas no Rio Grande do Norte.
"No Maranhão, uma das tartarugas oleadas encontradas estava viva e foi devolvida ao mar por populares. Os demais animais encontrados estavam mortos ou morreram posteriormente", afirmou.
Hydro diz que Justiça suspendeu último embargo à área de depósitos da Alunorte
SÃO PAULO (Reuters) - A Justiça Federal suspendeu nesta quinta-feira o último embargo ao novo depósito de resíduos de bauxita da Alunorte (DRS2), permitindo que a refinaria de alumina retome as atividades de instalação e comissionamento da estrutura e encerre um período de embargo de 19 meses, disse nesta quinta-feira a norueguesa Hydro, dona da unidade.
A Alunorte, gigante da produção global de alumina e fornecedora fundamental da indústria de alumínio, operou desde o ano passado com restrições por determinação judicial, devido à descoberta de despejos ilegais de efluentes não tratados pela fábrica na floresta amazônica, em fevereiro de 2018.
"Este é um marco para a Alunorte e contribuirá para nossa agenda rumo a uma Hydro mais rentável e sustentável", disse a presidente-executivo da norueguesa Hydro, Hilde Merete Aasheim, ao comentar a decisão judicial em nota.
Na última terça-feira, a Hydro disse que a Alunorte tentaria atingir 75%-85% da capacidade para o resto de 2019, avançando em direção à capacidade total em 2021.
A decisão da Justiça Federal de suspender o embargo ao DRS2 sob a ação criminal ocorreu após uma decisão na sexta-feira, 20 de setembro, de suspender o embargo ao DRS2 na ação civil.
Os embargos impediram a Alunorte de seguir a transição, originalmente planejada, da antiga área de depósito de resíduos de bauxita (DRS1) para a mais nova área de depósito (DRS2), em combinação com a tecnologia de filtro prensa, comentou a Hydro.
O filtro prensa é a mais moderna e sustentável tecnologia, disponível no mundo, para depósitos de resíduos de bauxita, segundo nota da empresa.
A construção do DRS2 começou em 2014, de acordo com a Hydro. "Os filtros prensa geram um resíduo com 78% de conteúdo sólido, o que permite o empilhamento por compactação, aumentando a segurança do DRS2 e reduzindo significativamente a área necessária para o descarte."
Vistorias internas e externas, incluindo inspeções de autoridades, confirmaram que não houve vazamento dos Depósitos de Resíduo de Bauxita da Alunorte, durante as chuvas extremas de fevereiro de 2018, ressaltou a empresa.
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Roberto Cosme Souza Serra - ES
A QUEM INTERESSA O CAOS???... OU, HÁ QUEM INTERESSA O CAOS!