Embrapa lança publicação sobre a contribuição do Plano ABC para a redução das emissões de GEE

Publicado em 24/07/2020 14:38

Atualmente, o grande desafio para o setor agropecuário, segundo vários estudos, é manter a trajetória de aumento constante da produção, gerando segurança alimentar com sustentabilidade socioambiental. Esse desafio surge em meio aos debates e às pressões sociais por um novo modelo de desenvolvimento, que seja capaz de conciliar crescimento econômico e conservação do meio ambiente, aumentando a resiliência dos sistemas produtivos e reduzindo as emissões de Gases de Efeito Estufa (GEE).

Pensando nisso, a Embrapa e seus parceiros, por meio das ações da Plataforma Multi-institucional de Monitoramento das Reduções de Emissões de Gases de Efeito Estufa (GEE) na Agropecuária (Plataforma ABC), situada na Embrapa Meio Ambiente (Jaguariúna, SP), desenvolveram metodologias e estratégias para monitorar os avanços e os resultados do Plano ABC, destacando-se a proposta recente e inédita de um método de monitoramento, relatório e verificação (MRV), de baixo custo, passível de uso em larga escala no território nacional.

A publicação "Mitigação das emissões de Gases de Efeitos Estufa pela adoção das tecnologias do Plano ABC: estimativas parciais" apresenta um primeiro estudo efetuado sobre as tecnologias preconizadas pela Plataforma ABC (TECABC), de interpretação dos dados disponíveis sobre a adoção das tecnologias e os fatores de emissão para acompanhamento do Plano ABC em todo território nacional, cujo objetivo foi subsidiar a execução do Plano e gerar dados para sua modernização.

Avaliado e aprovado previamente pelo Comitê Diretor da Plataforma ABC, em maio de 2018, o trabalho teve como objetivos discutir e analisar a lógica produtiva das tecnologias em agricultura de baixo carbono, realizar uma estimativa inicial da contribuição do Plano ABC para a mitigação das emissões de GEE, ressaltando-se as variações e incertezas dos dados disponíveis sobre a adoção das TECABC, a diversidade de sistemas de produção e manejo do solo e a ausência de coeficientes de emissões regionalizados.

De acordo com os autores, “o estudo comprova o compromisso do estado brasileiro em relação à sustentabilidade da agropecuária, setor que representa a base do complexo agroindustrial responsável pelo superávit da balança comercial, além de ratificar sua responsabilidade com o Objetivo de Desenvolvimento Sustentável da ONU (ODS 13), o que prevê medidas urgentes para combater as mudanças climáticas e seus impactos”.

O pesquisador Celso Manzatto, um dos autores da publicação e coordenador da Plataforma ABC, diz que a implementação e o monitoramento em larga escala da adoção de TECABC, bem como a estruturação de estatísticas, bases de dados e coeficientes de emissão são demandas atuais de mercado sobre a sustentabilidade do agronegócio brasileiro e oportunidade de negócios nas finanças verdes. Entretanto, demandam a implementação da atuação da Plataforma ABC, a internalização e a integração institucional dos diversos atores do tema − pesquisadores, técnicos, extensionistas e produtores rurais − visando à definição de metodologias e responsabilidades por meio de uma Rede Colaborativa, cujas ferramentas de monitoramento em larga escala já estão disponíveis e validadas. “O desenvolvimento de uma metodologia de Monitoramento, Relatório e Verificação (MRV) recomendada pelo IPCC (Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas) é ainda uma meta do Plano ABC a ser cumprida”, enfatiza ele.

Fundamentado em bases científicas e tecnológicas, o Plano ABC reuniu as mais eficientes tecnologias de produção, que resultam em ganhos produtivos, longevidade, resiliência e contribuem também para a redução das emissões de GEE. “Com isso, torna-se imprescindível o acompanhamento das ações e a verificação do avanço da adoção das tecnologias, tanto para reconhecer o sucesso do Plano ABC quanto para compreender onde podemos avançar”, explica Manzatto.

Sobre o Plano ABC

A modernização e o crescimento do setor agropecuário permitiram ao Brasil elevar sua produção e produtividade, aproveitando a diversidade de suas condições edafoclimáticas. Neste contexto, o Brasil foi pioneiro em reunir estratégias de fomento de tecnologias sustentáveis no Plano Setorial de Mitigação e de Adaptação às Mudanças Climáticas, visando à consolidação de uma economia de baixa emissão de carbono na agricultura (Plano ABC), o qual logrou sucesso e foi base para a construção de políticas regionais. Trata-se do maior plano de fomento a tecnologias sustentáveis de produção do mundo, e que em 2020 completa 10 anos de execução.

Para o monitoramento da adoção das TECABC, o Plano ABC previu ainda a criação da Plataforma ABC, com o objetivo de avaliar a contribuição da redução das emissões de GEE (milhões de Mg CO2eq), decorrentes da implementação desta política pública. Segundo os pesquisadores, isto foi feito por que “a metodologia utilizada nos Inventários Nacionais de Emissões de GEE não refletem as variações dos estoques de carbono no solo relacionadas às práticas de manejo agrícola, histórico de uso da terra e tempo de adoção das tecnologias”, dizem.

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Fonte:
Embapa Meio Ambiente

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