Brasil fecha acordo para exportar R$ 4 bilhões em milho à China
O vice-presidente Michel Temer e o ministro da Agricultura, Antônio Andrade, assinaram nesta quarta-feira (06.11) um acordo com a China para a exportação de milho. Com o acordo, o Brasil vai vender o equivalente a R$ 4 bilhões do grão para o país asiático. Temer e sua comitiva participam no país de eventos oficiais e reuniões com empresários brasileiros e chineses.
“O protocolo que assinamos hoje amplia o leque de produtos de alta qualidade e de preço competitivo que o Brasil pode propiciar à China”, disse o vice-presidente, comemorando a parceria com os chineses. A decisão foi tomada durante sessão plenária da Comissão Sino-Brasileira de Alto Nível de Concertação e Cooperação (Cosban), instância política de mais alto nível de diálogo regular entre os dois países.
A ampliação do agronegócio brasileiro para a China foi um dos principais assuntos da terceira reunião da Cosban. Em discurso após o encontro, o vice-presidente disse que recebeu das autoridades chinesas a indicação de que o processo de suspensão de embargo da carne bovina brasileira será concluído.
“Por isso, acordamos com as autoridades chinesas a mais rápida realização de visitas técnicas também com vistas à habilitação de novos estabelecimento exportadoras de carnes bovinas, suínas e de aves”, disse.
A partir do acordo, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) vai emitir um Certificado Fitossanitário para amparar as exportações a serem feitas. De acordo com o Mapa, a China vem importando volumes crescentes do cereal nos últimos anos e o Brasil tem perspectivas de se tornar um dos maiores fornecedores de milho para a China. “No ano passado, as exportações brasileiras do produto foram 19,8 milhões de toneladas”, informa o ministério em nota.
Ainda segundo o Mapa, um grupo de trabalho (GT) será criado para tratar de biotecnologia agrícola e biossegurança, “o que facilita os entendimentos entre o Mapa e as autoridades chinesas nas questões envolvendo produtos geneticamente modificados”. O vice-presidente disse que o GT vai facilitar atividades como a habilitação de novos tipos de sementes.
Temer, que foi escolhido pela presidenta Dilma Rousseff para representar o Brasil nas questões comerciais com outros países, tem também a missão de atrair investimentos chineses em empresas brasileiras. Segundo ele, os brasileiros receberam com “grande agrado [a notícia] do interesse da China em investimentos na área de energia e toda infraestrutura”.
Em entrevista à Agência Brasil antes de embarcar, o vice-presidente disse que o fato de as estatais chinesas CNPC e Cnooc participarem do consórcio que venceu a licitação para explorar o petróleo do Campo de Libra significa abertura para que outras empresas venham para o Brasil.
“Temos projetos de infraestrutura extraordinários. Basta dizer que vamos ter 7.500 quilômetros de rodovias que queremos duplicar, ferrovias, especialmente na questão do trem-bala, e sabemos que a China é um dos principais países onde se desenvolveu a tecnologia dos trens de alta velocidade, e temos aeroportos, que vamos conceder à iniciativa privada”, disse na ocasião.
O novo diretor da Empresa de Planejamento e Logística (EPL), Paulo Sérgio Oliveira Passos, acompanha o vice-presidente na comitiva. Passos foi ministro dos Transportes e deve assumir a presidência da empresa em breve. Segundo a EPL, este é o maior programa de investimentos em logística no Brasil, por meio do qual 7 mil quilômetros de rodovias e 10 mil quilômetros de linhas férreas devem ser concedidos ao setor privado.
Durante a visita, Temer participou do Fórum para a Cooperação Econômica e Comercial entre a China e os Países de Língua Portuguesa, em Macau, região que ficou sob domínio de Portugal durante mais de 400 anos.
“Faço votos para que a meta a que nos propomos de elevar nossas trocas comerciais para US$ 160 bilhões até 2016 seja atingida de forma exitosa”, disse na ocasião a representantes de Portugal, Angola, Moçambique, Guiné-Bissau, Timor Leste e Cabo Verde.
Temer será recebido em Pequim pelo presidente chinês Xi Jinping. Na capital chinesa, o vice-presidente se encontra com um grupo de empresários brasileiros e chineses. Além de Antônio Andrade, os ministros da Ciência e Tecnologia, Marco Antônio Raupp; da Secretaria de Aviação Civil, Wellington Moreira Franco, e os secretários executivos do Desenvolvimento Indústria e Comércio Exterior, Ricardo Schaefer, e de Minas e Energia, Márcio Zimmermann, participam da comitiva do vice-presidente.
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