Milho: Chicago realiza lucros, mas no Brasil preços permanecem firmes

Publicado em 27/02/2014 17:59 e atualizado em 27/02/2014 18:39

Os futuros do milho negociados na Bolsa de Chicago (CBOT) fecharam o pregão desta quinta-feira (27) em baixa. Ao longo das negociações, as principais posições da commodity estenderam as perdas e terminaram o dia com desvalorizações entre 5,00 e 7,50 pontos. O contrato maio/14 era cotado a US$ 4,54 por bushel.

De acordo com o consultor em agronegócio, Ênio Fernandes, o mercado realizou os lucros, após as recentes altas nas cotações. No entanto, os preços devem parar de cair, uma vez que os produtores norte-americanos estão planejando as compras para a próxima safra 2014/15. 

“O Texas já começou o plantio, mas a grande parte do cinturão produtor dos EUA deve começar a cultivar a próxima safra mais adiante. Então, os preços devem se manter, pois se o mercado cair pode estimular aumento na área destinada à soja e o milho está lutando para não perder área”, explica Fernandes. 

Frente a esse cenário, a demanda pelo produto norte-americano permanece firme. Ainda nesta quinta-feira, o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) reportou a venda de 284.480 toneladas de milho para o México. O volume deverá ser entregue na temporada 2013/14.

Já as vendas semanais da safra 2013/14 totalizaram 840.800 toneladas, na semana encerrada em 20 de fevereiro, conforme informações divulgadas pelo departamento norte-americano. O número ficou acima do anunciado na última semana, de 691.400 toneladas. Para a temporada 2014/15, as vendas somaram 1.500 toneladas. 

Na BM&F Bovespa

O dia também foi negativo aos contratos do milho na BM&F. As principais posições apresentaram desvalorizações de mais de 2%. Na visão do consultor, depois da queda do dólar, os contratos passam por um ajuste técnico. A moeda norte-americana registrou uma baixa de quase 0,10 centavos desde o início de fevereiro. 

“O mercado subiu muito nos últimos dias e agora deu uma acalmada com  o comprador aproveitando para tirar o pé do acelerador e os investidores realizando lucros" .

No mercado físico, a quebra na produção da safra de verão continua sendo o principal suporte aos preços. Estados importantes, como São Paulo e Minas Gerais, registraram perdas em função do clima seco e das altas temperaturas. 

A tendência para o mercado interno ainda é de preços mais firmes, já que, a safra de verão deve ficar em torno de 32 milhões de toneladas e a safrinha próxima de 40 milhões, caso o clima seja favorável. Somente o mercado interno consome 50 milhões de toneladas, teoricamente, sobrariam apenas 22 milhões de toneladas para exportação e estoques, segundo relata Fernandes. 

Além disso, o plantio da safrinha brasileira segue atrasado em importantes regiões do país e a expectativa é que boa parte da produção seja cultivada após a janela ideal de plantio. Situação que aumenta os riscos com clima mais adiante. “O mercado para o milho da safra de verão é firme, mas para a safrinha, regiões como MT, MS e GO devem ficar atentas em relação aos problemas com logística e quando o mercado der oportunidade de vender, venda e não fique segurando. É preciso se precaver”, finaliza o consultor. 

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Tags:
Por:
Fernanda Custódio
Fonte:
Notícias Agrícolas

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