Milho: Frente às preocupações com o clima e a demanda forte nos EUA, mercado fecha em alta em Chicago

Publicado em 24/03/2014 16:30

As posições futuras do milho negociadas na Bolsa de Chicago (CBOT) terminaram o pregão desta segunda-feira (24) com forte alta. Ao longo das negociações, os contratos ampliaram os ganhos e fecharam a dia com ganhos entre 7,75 e 11,00 pontos. O contrato maio/14 era comercializado a US$ 4,90, com valorização de 2,29% em relação à última sessão.

O clima frio nos Estados Unidos, em importantes regiões do Corn Belt, foi o principal fator de suporte aos preços em Chicago. E se o tempo mais frio em partes do cinturão produtor do país permanecer pode atrasar o plantio do milho norte-americano, assim como, afetar o desenvolvimento da safra 2014/15. 

As condições climáticas adversas têm prejudicado o transporte das commodities dentro dos EUA e também gerado um aumento demanda por ração, conforme explica o analista de mercado da Jefferies, Vinicius Ito. 

Paralelo a esse cenário, frente a perspectiva de redução na área cultivada com o milho na próxima safra, a demanda pelo produto norte-americano permanece aquecida e também tem exercido pressão positiva sobre os preços futuros. Nesta segunda-feira, o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) reportou as vendas semanais de milho, na semana encerrada no dia 20 de março, em 1.142.722 toneladas.

Na última semana, o número anunciado pelo departamento norte-americano foi de 976.742 toneladas (número revisado). No total acumulado no ano safra, que teve início no dia 1º de setembro, as vendas somam 21.068.669 toneladas, contra 10.482.102 milhões de toneladas no ano anterior. 

“Estamos com um nível de exportações norte-americanas altas a cada semana e, tanto os preços de soja como de milho, apesar dos mercados terem fundamentos um pouco diferentes, devem permanecer sustentados, por enquanto”, afirma Ito.

Além disso, os investidores ainda estão cautelosos em relação à situação na Ucrânia, já que um possível conflito pode direcionar a demanda para outros países, inclusive os EUA, conforme destaca a analista de agronegócio da Céleres Consultoria, Aline Ferro. E frente a essas incertezas, o mercado já trabalha com a especulação de redução de 20% na área agrícola no país, porém as informações ainda não foram confirmadas oficialmente. 

BMF&Bovespa

Nesta segunda-feira (24), os preços trabalham do lado positivo da tabela na BMF&Bovespa. As cotações têm refletido a quebra na safra de milho verão em importantes regiões produtoras e também em relação às incertezas sobre a segunda safra. Devido aos problemas com clima, seco em algumas localidades ou com excesso de chuvas, como no Mato Grosso, parte da safrinha foi cultivada após a janela ideal de plantio. Até a última sexta-feira (21), cerca de 95% da área já tinha sido cultivada, segundo levantamento da Céleres Consultoria. 

No estado do Paraná, em torno de 95% da área já tinha sido cultivada, no mesmo período. No Mato Grosso, 100% da área já foi semeada, no Mato Grosso do Sul, 95% da safrinha foi semeada e em Goiás, o percentual é de 93%. Ainda na visão da analista da Céleres, a tendência é que os preços permaneçam em patamares mais elevados do que os registrados no ano anterior, situação decorrente da oferta apertada e da forte demanda no mercado interno e externo. 

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Tags:
Por:
Fernanda Custódio
Fonte:
Notícias Agrícolas

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