Milho: Previsão de chuvas para os EUA impulsiona preços na CBOT
As cotações futuras do milho negociada na Bolsa de Chicago (CBOT) voltaram a subir no pregão desta sexta-feira, após as perdas registradas na sessão anterior. Por volta das 12h08 (horário de Brasília), as principais posições da commodity exibiam ganhos entre 3,25 e 4,25 pontos. O contrato maio/14 era cotado a US$ 5,05 por bushel.
De acordo com o consultor em agronegócio, Ênio Fernandes, os preços futuros encontram suporte nas previsões climáticas para os Estados Unidos, que ganhou força nas últimas semanas. E a tendência é que o mercado mantenha o foco no clima até meados de agosto.
Segundo as previsões do site internacional de meteorologia, AccuWeather, a partir de domingo, importantes regiões do cinturão produtor norte-americano deverão receber chuvas. As temperaturas também deverão ficar mais baixas, cenário, que se confirmado, poderá comprometer os trabalhos nos campos.
Por enquanto, a área cultivada no país alcançou 6% até o dia 20 de abril, conforme informou o último relatório do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos). Já a média dos últimos cinco anos é de 14%.
Diante dessa incerteza, alguns participantes do mercado já especulam sobre uma redução ainda maior na área cultivada com o milho, caso as condições climáticas sejam desfavoráveis. Os produtores norte-americanos têm até o dia 30 de maio para finalizar o cultivo do grão.
Em contrapartida, a demanda pelo cereal norte-americano permanece aquecida. "A demanda está concentrada nos EUA, uma vez que as outras origens, como Brasil e Argentina não estão negociando expressivamente o produto", afirma Fernandes.
Nas últimas semanas, o USDA tem reportado bons números das exportações de milho. Nesta quinta-feira, o departamento informou que as exportações somaram até o dia17 de abril, 618.900 toneladas para a safra 2013/14. O número representa uma evolução de 15% em relação à última semana, com 601.900 toneladas.
Para a safra 2014/15, as exportações totalizaram no mesmo período, 382.900 toneladas. O México foi o principal comprador do produto norte-americano com 240 mil toneladas. Frente a esse quadro, analistas relatam que no curto prazo, as cotações do cereal devem trabalhar próximas de US$ 5,00 por bushel em Chicago.
Mercado interno
Durante a semana, a comercialização do milho no mercado brasileiro foi mais lenta e os preços se mantiveram estáveis em importantes praças. Os produtores, que estão capitalizados, esperam melhores oportunidades para negociar o produto. Esse é um cenário que se repete em várias regiões produtoras pelo país.
Ainda na visão do consultor em agronegócio, tanto no Brasil como na Argentina, os produtores rurais ainda estão mais focados na comercialização da soja, situação que também contribui para a lentidão nos negócios do milho. Do outro lado, os compradores adquirem o produto de maneira pontual, sem oferecer mais pelo produto.
Com déficit de armazenagem brasileiro, os compradores esperam o momento da colheita da safrinha de milho, pois sabem que os agricultores terão que negociar parte do produto. Ainda assim, a expectativa é que haja um equilíbrio no mercado e, consequentemente, os preços este ano sejam melhores do que os obtidos na safra passada.
A consolidação das exportações de milho do Brasil também deve contribuir para manter os preços do cereal em bons patamares, conforme relatam os analistas. No entanto, a estimativa é que sejam embarcadas até 19 milhões de toneladas do cereal este ano, número menor do que o registrado no ano anterior, próximo a 26 milhões de toneladas.
A redução é decorrente da quebra na produção brasileira de milho, que deverá totalizar em torno de 70 milhões de toneladas, segundo acredita Fernandes. A safra de verão foi severamente castigada pela ausência de chuvas e altas temperaturas em importantes regiões produtoras. Sem contar, que o cereal também perdeu espaço para a cultura da soja, que apresentou preços mais atrativos aos produtores.
Na safrinha, a situação se repete e é preciso ressaltar que boa parte da produção foi cultivada fora da janela ideal de plantio. Os produtores também reduziram os investimentos em tecnologia, especialmente na região Centro-Oeste devido aos preços baixos registrados no ano anterior. Outra situação que também preocupa e aumenta os custos de produção é o ataque de pragas, principalmente as lagartas e o percevejo barriga verde e marrom.
“Se exportarmos mais de 20 milhões de toneladas de milho, teremos uma briga entre a demanda interna e externa. Além disso, o nosso estoque de passagem também poderá ser menor, cenário que pode ocasionar bons preços para o milho no primeiro semestre de 2015”, explica o consultor.
Na BMF&Bovespa, os contratos do cereal operam com leves quedas nesta sexta-feira (25). O recuo é decorrente da diminuição das compras por parte das indústrias, que compram de mão pra boca. Entretanto, a tendência ainda é que os vencimentos trabalhem acima dos R$ 30,00, segundo alertam os analistas.
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