Milho: Índice de plantio nos EUA e previsão de chuvas garantem mais um dia de alta em Chicago
Na Bolsa de Chicago (CBOT), as cotações futuras do milho fecharam o pregão desta terça-feira (29) do lado positivo da tabela. Pelo terceiro dia, as principais posições do cereal encerraram em alta, com ganhos entre 5,25 e 8 pontos. O vencimento maio/14 registrou valorização de 1,6%, em relação ao dia anterior, e fechou a sessão cotado a US$ 5,15 por bushel.
De acordo com o analista de mercado da New Agro Commodities, João Pedro Corazza, as cotações do milho foram impulsionadas de plantio do grão nos EUA, que até o último dia 27 alcançou 19% da área projetada, conforme informações do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos). E os participantes do mercado, aguardavam um número ao redor de 30% da área cultivada.
Ainda de acordo com dados do departamento norte-americano, na última semana o percentual da área semeada com o grão era de 6%. Já no mesmo período do ano passado, o plantio estava completo em apenas 5% da área, porém a média dos últimos cinco anos é de 28%. Com 64% da área cultivada, o Texas é o estado mais adiantado no plantio.
De acordo com informações divulgadas pela agência internacional Bloomberg, as condições climáticas devem ser desfavoráveis aos trabalhos nos campos e plantio no Centro-Oeste norte-americano, esta semana, com condições de chuvas e temperaturas mais frias. E não há uma boa oportunidade para a continuidade do cultivo do milho nos EUA durante os próximos 7 a 10 dias.
Em Madison, capital do estado de Wisconsin, o tempo ficará nublado e há possibilidade de precipitações nos próximos 10 dias, conforme previsões do site internacional de meteorologia, AccuWeather. As temperaturas deverão ficar entre 11ºC até 18ºC. Já em Des Moines, em Iowa, também há possibilidade de chuvas nos próximos dias.
"Mas se o clima melhorar, os produtores rurais norte-americanos poderão fazer o plantio do milho dentro da janela ideal, que termina no final do mês de maio. No entanto, caso as condições climáticas sejam desfavoráveis, o grão pode perder mais área para a cultura da soja", alerta o analista.
Do lado fundamental, a demanda pelo produto norte-americano segue firme, uma vez que em outras origens como Argentina e Brasil as vendas seguem lentas. Ainda nesta segunda-feira, o USDA divulgou que as vendas semanais somaram 1,156.332 milhões de toneladas na semana encerrada no dia 24 de abril, contra 1,633.180 toneladas reportadas anteriormente.
Frente a esse cenário, o analista ainda destaca que, os preços em Chicago tendem a permanecer próximos de US$ 5,00 por bushel.
Mercado interno
O cenário permanece sem grandes alterações no mercado interno brasileiro, uma vez que, os produtores estão capitalizados e seguram as vendas à espera de melhores cotações. Na outra ponta, os compradores saem do mercado e esperam uma oferta maior no segundo semestre, com o avanço da colheita da safrinha.
Com isso, a comercialização da safra permanece em ritmo lento, mas os preços do produto continuam sustentados. O Imea (Instituto Mato-Grossense de Economia e Agropecuária) informou que no MT, as vendas são lentas frente à produtividade incerta das lavouras do cereal.
Além disso, a diferença entre os preços futuros, registrados na última semana no estado, com média de R$ 15,40/saca, para entrega em agosto e pagamento e setembro, também contribui para diminuir o ritmo das negociações. A situação se repete no PR, onde a comercialização da safrinha atinge 2% da produção, conforme dados do Deral (Departamento de Economia Rural).
A tendência para os 4 a 5 meses é de estabilidade nos preços, com o mercado equilibrado e sem prevalecer nenhuma das pontas da cadeia, compradora ou vendedora, segundo o pesquisador do Cepea, Lucílio Rogério Alves.
Ainda na visão do analista de mercado, os produtores brasileiros ainda terão boas oportunidades para negociar a produção de milho. “Mas é necessário fazer as contas e calcular os custos de produção e a margem de lucro, também é preciso ressaltar que o mercado é muito volátil”, orienta Corazza.
Desde o final do ano passado, as cotações do cereal já subiram em torno de 15% a 18% em algumas praças, frente às projeções que indicam uma redução na produção da safrinha. As projeções para a safra brasileira de milho ainda são divergentes, muitos analistas acreditam em uma produção ao redor de 70 até 76 milhões de toneladas, mas a expectativa é que esse número fique próximo de 74 até 75 milhões de toneladas.
Em relação à safra, a colheita da safra de verão está chegando ao fim em importantes regiões produtoras. No PR, a colheita já atinge 91% da área cultivada nesta safra, ainda segundo informações do Deral. Já a Emater/RS, informou que no RS a colheita já alcança 75% da área e a produtividade média gira em torno de 95 sacas por hectare.
Na safrinha, as lavouras apresentam boas condições, especialmente nos estados de MS e GO. Na contramão desse quadro, a produtividade ainda é incerta nos dois maiores produtores, o PR e MT. Analistas afirmam que, as fortes chuvas registradas no estado paranaense na fase de pendoamento da cultura podem ter prejudicado a polinização e, consequentemente a produtividade.
No MT, mesmo com as precipitações até o momento grande parte do milho está em fase de pendoamento, estágio onde a água é fundamental e determinante para garantir um bom rendimento das plantas. Entretanto, algumas cidades já começam a sofrer com a ausência de chuvas, como é o caso de Tapurah, onde não chove há mais de 20 dias.
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