Milho: Mercado aguarda relatórios do USDA e termina sessão com leves altas

Publicado em 27/06/2014 17:20

As cotações futuras do milho negociados na Bolsa de Chicago (CBOT) terminaram o pregão desta sexta-feira (27) em campo positivo. Durante as negociações, os futuros do cereal ampliaram os ganhos e fecharam a sessão com altas entre 0,25 e 4,00 pontos. O vencimento julho/14 era cotado a US$ 4,43 por bushel. 

De acordo com o analista de mercado da Safras &Mercado, Paulo Molinari, as tensões pré-relatório do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) impulsionaram as cotações da commodity. Na próxima segunda-feira (30), o órgão irá divulgar os novos boletins de estoques trimestrais e área plantada. 

As expectativas dos participantes do mercado é que o departamento reporte os estoques dos EUA em 9,45 milhões de toneladas. A área cultivada deverá ser indicada próxima de 37,11 milhões de toneladas, índice em linha com o reportado pelo departamento no último boletim de oferta e demanda.
"Consequentemente, se as projeções forem confirmadas poderemos ver os preços recuarem em Chicago. As cotações têm potencial para chegar até a US$ 4,00 por bushel", afirma o analista de mercado. 

Ainda assim, Molinari destaca que é preciso aguardar a confirmação da safra norte-americana. Principalmente, nos meses de julho e agosto, quando as lavouras entram em fase de polinização, estágio crítico de desenvolvimento da planta. 

Por enquanto, o clima permanece favorável para as plantações de milho nos EUA. Após as preocupações com o excesso de chuvas e até inundações em algumas regiões do Centro-Oeste do país, as agências internacionais reportaram, durante essa semana, que a situação seria uma preocupação temporária para os produtores norte-americanos, já que as previsões indicavam que as chuvas iriam diminuir.

Para os próximos dias, a previsão é que a umidade continue favorecendo as lavouras de milho no país. Com isso, cada é mais forte o sentimento dos participantes do mercado de que os EUA deverão colher uma safra recorde na safra 2014/15, estimada em 353,97 milhões de toneladas pelo USDA.

Projeção do IGC

Nesta quinta-feira, o IGC (Conselho Internacional de Grãos, na sigla em inglês) revisou para cima em 8 milhões de toneladas a projeção para a safra mundial de milho na safra 2014/15. A produção global deverá totalizar 963 milhões de toneladas, número pouco menor do que o recorde da temporada anterior, de 972 milhões de toneladas.

A China deverá colher cerca de 220 milhões de toneladas do grão nesta safra. Com isso, os estoques globais do cereal deverão apresentar aumento pelo quarto ano consecutivo, e são projetados em 180 milhões de toneladas. 

BMF&Bovespa

Os futuros do milho na BMF&Bovespa trabalham em terreno misto na sessão desta sexta-feira. Os primeiros contratos da commodity exibiam ligeiras perdas, enquanto os mais longos apresentavam leves ganhos. O vencimento julho/14 era negociado a R$ 24,90 a saca, com desvalorização de 0,80%.
Durante toda a semana, as cotações do cereal acompanharam a movimentação registrada na Bolsa de Chicago. O câmbio negativo também contribui para o cenário, a moeda norte-americana terminou a sexta-feira cotada a R$ 2,19, com queda de 0,05%. 

Por outro lado, as exportações brasileiras permanecem lentas. De acordo com informações divulgadas essa semana, os embarques de milho somaram 32,7 mil toneladas até a terceira semana de julho. Uma queda de 61,2% no volume exportado em relação ao mês anterior e recuo de 83,1% em comparação com o mesmo período do ano anterior.

Segundo a Conab (Companhia Nacional de Abastecimento), este ano, o Brasil deverá exportar cerca de 20 milhões de toneladas de milho. E a expectativa é que os embarques ganhem ritmo a partir do segundo semestre. Mas, por enquanto, as cotações mais fracas nos Portos, ao redor de R$ 26,00 a R$ 26,50, não são atrativas aos produtores rurais.

Mercado interno

No mercado brasileiro, as cotações seguem pressionadas com o avanço da colheita da segunda safra no país. Nesta semana, enquanto os produtores tentaram segurar o produto à espera de melhores oportunidades, os compradores estão bem posicionados e ainda aguardam cotações menores para fazer aquisições.

Ainda na visão do analista de mercado, as cotações têm espaço para recuar um pouco mais, uma vez que a colheita está apenas começando. Frente a esse cenário, o mercado brasileiro dependerá das exportações para ter uma modificação no quadro. 

Já segue nosso Canal oficial no WhatsApp? Clique Aqui para receber em primeira mão as principais notícias do agronegócio
Tags:
Por:
Fernanda Custódio
Fonte:
Notícias Agrícolas

RECEBA NOSSAS NOTÍCIAS DE DESTAQUE NO SEU E-MAIL CADASTRE-SE NA NOSSA NEWSLETTER

Ao continuar com o cadastro, você concorda com nosso Termo de Privacidade e Consentimento e a Política de Privacidade.

0 comentário