Milho: Após perdas, mercado opera próximo da estabilidade no pregão desta 6ª feira

Publicado em 26/09/2014 08:38

Na manhã desta sexta-feira (26), os futuros do milho negociados na Bolsa de Chicago (CBOT) operam com ligeiros ganhos, próximos da estabilidade. Por volta das 8h33 (horário de Brasília), as principais posições da commodity exibiam leves altas de 0,25 pontos. O dezembro/14 era cotado a US$ 3,26 por bushel.

Focado na evolução da colheita do milho nos Estados Unidos e com perspectiva que a produção norte-americana possa ultrapassar as projeções iniciais, o mercado caminha para uma perda de 1,7% somente essa semana. De acordo com o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos), a produção do país deverá totalizar 365,65 milhões de toneladas nesta temporada.

E, até o momento, o clima tem sido favorável aos trabalhos nos campos. Segundo relatório da DTN, reportado pela agência internacional de notícias Bloomberg, o clima mais seco nos próximos 5 a 7 dias deverão contribuir com o avanço da colheita. 

Entretanto, a demanda permanece firme, mas insuficiente para ocasionar uma mudança no atual cenário conjuntural. Nesta quinta-feira, o USDA divulgou que até o dia 18 de setembro, as vendas para exportação da safra 2014/15 de milho totalizaram 836,3 mil toneladas, contra 659,7 mil toneladas reportadas anteriormente. A quantidade ficou dentro da estimativa do mercado, entre 600 até 900 mil toneladas de milho. No mesmo período, as vendas da safra 2015/16 foram projetadas em 270 mil toneladas.

Veja como fechou o mercado nesta quinta-feira:

Milho: No Brasil, expectativa de estoques mais altos deve impactar na formação dos preços

No Brasil, os preços do cereal mantiveram a estabilidade nas principais praças pesquisadas pelo Notícias Agrícolas. Somente em Jataí (GO), a cotação do cereal registrou um aumento de 1,07%, com a saca cotada a R$ 16,03. No Porto de Paranaguá, a quinta-feira foi de estabilidade, com preço de R$ 22,50.

De acordo com o economista da Granoeste Corretora de Cereais, Camilo Motter, o cenário permanece inalterado. As exportações brasileiras ainda caminham de maneira lenta e, até o momento, apenas 7,3 milhões de toneladas de milho foram embarcadas, contra 11,8 milhões de toneladas registradas nos mesmo período de 2013. 

“Temos uma diferença de quase 4 milhões e a tendência é que exportamos menos. O que significa que, mesmo com uma expectativa de redução na área destinada ao milho na safra de verão, entre 5% a 6%, teremos estoques mais altos do que em anos anteriores e a oferta será maior”, destaca Motter.

Caso o clima seja favorável, o Brasil poderá colher entre 28 até 30 milhões de toneladas de milho na primeira safra, segundo sinaliza o economista. “Então, poderemos ter estoques entre 15 até 20 milhões de toneladas, quadro negativo para a formação de preços no milho”, completa.

Entretanto, o câmbio mais valorizado, a moeda norte-americana encerrou a quinta-feira cotada a R$ 2,43, com valorização de quase 2%, tem contribuído para os negócios nos últimos dias. “Temos algumas exportações começando a aparecer, mas o volume ainda é pequeno. Precisamos de pelo menos R$ 20,00 a R$ 21,00 pela saca e o produtor anda muito recuado à espera de melhora no cenário”, acrescenta o economista.

Boa parte dos agricultores ainda segura o milho e aguardam melhores oportunidades para realizar a comercialização. “Muitos apostam que, pico da entressafra em novembro e dezembro, as cotações possam reagir. Situação que pode se confirmar”, acredita Motter. 

Bolsa de Chicago

Na sessão desta quinta-feira (25), as principais posições do milho negociadas na Bolsa de Chicago (CBOT) encerraram em campo negativo. Os futuros do cereal fecharam o dia com perdas entre 3,25 e 3,50 pontos e o contrato dezembro/14 era cotado a US$ 3,26 por bushel. Em comparação com a última sessão, o vencimento registrou desvalorização de 1,06%.

Em movimento de ajuste de posições, o mercado devolveu parte dos ganhos registrados no dia anterior, conforme destaca a analista de mercado da FCStone, Ana Luiza Lodi. Diante de uma safra projetada em mais de 365,65 milhões de toneladas e podendo ultrapassar esse número, conforme acreditam os participantes do mercado, os fundamentos permanecem negativos. 

E a perspectiva é que à medida que a colheita vai ganhando ritmo nos Estados Unidos, os preços recuem e o dezembro/14 pode chegar ao patamar de US$ 3,00 por bushel, de acordo com os analistas. Até o momento, a colheita atinge 7% da área cultivada nesta safra no país, segundo reporte do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos).

Além disso, as previsões indicando clima mais quente e seco nos próximos sete dias, se confirmados deverão contribuir com o avanço nos trabalhos nos campos norte-americanos. O economista da Granoeste Corretora de Cereais, Camilo Motter, afirma que a janela será boa para o andamento da colheita no país.

Contudo, a demanda permanece firme, mas insuficiente para ocasionar uma mudança no atual cenário conjuntural. Nesta quinta-feira, o USDA divulgou que até o dia 18 de setembro, as vendas para exportação da safra 2014/15 de milho totalizaram 836,3 mil toneladas, contra 659,7 mil toneladas reportadas anteriormente. A quantidade ficou dentro da estimativa do mercado, entre 600 até 900 mil toneladas de milho.

No mesmo período, as vendas da safra 2015/16 foram projetadas em 270 mil toneladas.

Safra mundial

Também é preciso ressaltar que, em outras regiões produtoras mundiais são esperadas boas colheitas de milho nesta temporada. Na União Europeia, os produtores deverão colher cerca de 71,3 milhões de toneladas, um crescimento de 11% em relação ao ciclo 2013, de acordo com estimativas da Consultoria Francesa Strategie Grains.

Ainda nesta quinta-feira, o IGC (Conselho Internacional de Grãos, na sigla em inglês), projetou a safra global do milho em 974 milhões de toneladas, 0,1% a mais do que o previsto em agosto. Na safra anterior, o volume colhido foi recorde, de 983 milhões de toneladas. Em seu último boletim de oferta e demanda, o USDA estimou a safra mundial do grão em 986,68 milhões de toneladas.

Safra de milho da Argentina 

Segundo informações da Bolsa de Buenos Aires, na Argentina, o plantio do milho no país chegou a 6,4% dos 3 milhões de hectares previstos para serem cultivados na safra 2014/15. Na semana anterior, a área semeada era de 2,1%

Em comparação com a temporada anterior, a área representa uma redução de 16%. Frente ao recuo nos preços futuros do cereal, o alto custo dos insumos e arrendamentos para a produção e a fraca fluidez de comercialização, foram os principais fatores que influenciaram na decisão dos produtores rurais, de acordo com dados da Bolsa.

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Tags:
Por:
Fernanda Custódio
Fonte:
Notícias Agrícolas

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