Milho: Com foco no clima nos EUA, mercado reverte perdas e volta a operar em campo positivo

Publicado em 13/10/2014 13:23

Ao longo dos negócios desta segunda-feira (13), os futuros do milho negociados na Bolsa de Chicago (CBOT) reverteram as perdas e voltaram a operar em campo positivo. Por volta das 12h32 (horário de Brasília), as principais posições da commodity exibiam altas entre 6,50 e 6,75 pontos. O contrato dezembro/14 era cotado a US$ 3,40 por bushel.

As notícias de clima nos EUA, que continua indicando chuvas para boa parte do Meio-Oeste norte-americano, permanecem dando sustentação aos preços do cereal nesse início de semana. Para os próximos dias, as previsões climáticas apontam para precipitações torrenciais na parte Central e Sul do Corn Belt. Já as regiões Oeste e Norte conseguiram avançar com os trabalhos nos campos do país.

"A safra está muito boa, porém, precisamos retirá-la do campo. A expectativa é que tenhamos uma boa evolução da colheita a partir de quinta e sexta-feira, quando as chuvas deverão diminuir. Por enquanto, a colheita tanto de milho, quanto da soja seguem bem atrasadas nos EUA", afirma o economista da Granoeste Corretora de Cereais, Camilo Motter.

E devido ao feriado parcial no país, nesta segunda-feira é comemorado o Dia do Colombo e algumas instituições não trabalham e os boletins de acompanhamento de safras do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) e das vendas semanais, serão reportados nesta terça-feira (14). Até a última semana, a colheita de milho estava completa em apenas 17% da área cultivada nesta temporada.

Além disso, a área cultivada com o milho na safra 2014/15 ficou em 36,79 milhões de hectares, conforme último relatório de oferta e demanda do USDA, divulgado na última sexta-feira (10). O número ficou abaixo do previsto inicialmente, de 37,07 milhões de hectares. "A grande surpresa foi que a área colhida com milho nesta safra, de 33,63 milhões de hectares, será menor do que a colhida com soja, de 33,75 milhões de hectares", diz Motter.

Mas, apesar da redução da área cultivada com o cereal, o departamento revisou para cima a produção norte-americana de 365,65 milhões para 367,69 milhões de toneladas do grão. O mesmo aconteceu com a projeção para a produtividade das lavouras, que aumentaram de 181,72 sacas para 184,37 sacas por hectares.

Diante desse cenário, na última sexta-feira, o mercado fechou a sessão com perdas expressivas. As principais posições da commodity terminaram o dia com quedas entre 10,25 e 11,00 pontos. "O mercado devolveu parte dos ganhos obtidos recentemente, mas hoje passa por ajustes", explica Motter.

Mercado interno

Ainda segundo o economista, o mercado permanece com baixa liquidez nas exportações. Até o final do mês de setembro, cerca de 2,7 milhões de toneladas de milho foram embarcadas, uma redução de 22,28% em relação ao mesmo período do ano anterior. Em seu último relatório, a Conab (Companhia Nacional de Abastecimento), revisou para baixo a estimativa de exportação para essa safra de 21 milhões para 20 milhões de toneladas para a temporada 2014/15.

"E o câmbio nesse momento não favorece os negócios. Na última sexta-feira tivemos oportunidades de vender até a R$ 24,00 no Porto de Paranaguá, mas os vendedores estão bem retraídos e não querem negociar abaixo de R$ 21,00 a R$ 21,50 a saca. Com isso, a comercialização permanece travada e o pouco volume que chega ao mercado é para abastecer a indústria interna", explica o economista.

Ainda assim, Motter destaca que, no momento, a opção do produtor rural em segurar o produto é importante no curto prazo. Entretanto, se as chuvas retornarem às principais regiões produtoras, o recuo poderá resultar em mais oferta no pico da entressafra. E, mesmo com a redução expressiva na área destinada ao cereal na safra de verão, os estoques de passagem deverão ficar elevados e manter os preços pressionados, de acordo com o economista.

Para o final da safra 2014/15, a Conab projeta os estoques finais brasileiros em mais de 18 milhões de toneladas. No ciclo anterior, os estoques eram de 15.258,8 milhões de toneladas de milho. Enquanto isso, os produtores também aguardam a continuação das operações de Pepro (Prêmio Equalizador Pago ao Produtor).

A perspectiva é que uma nova operação, a quinta, seja realizada no próximo dia 23 de outubro e a expectativa é que as informações sejam divulgadas ainda essa semana. Mas, nesta segunda-feira, a companhia anunciou que irá realizar um leilão de Pepro para 90 mil toneladas de milho das safras 2013/14 e 2014 no próximo dia 17 de outubro. A medida será destinada aos produtores rurais do Estado do Tocantins.

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Por:
Fernanda Custódio
Fonte:
Notícias Agrícolas

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