Milho: Na CBOT, mercado sobe pelo 2º dia consecutivo e dez/14 chega a US$ 3,69/bu

Publicado em 28/10/2014 07:48 e atualizado em 28/10/2014 09:26

No início do pregão desta terça-feira (28), os futuros do milho negociados na Bolsa de Chicago (CBOT), registraram ganhos expressivos. Pelo segundo dia consecutivo, as principais posições da commodity operam do lado positivo da tabela e, por volta das 8h31 (horário de Brasília) exibiam ganhos entre 6,25 e 6,50 pontos. O vencimento dezembro/14 era cotado a US$ 3,69 por bushel.

Os preços encontram suporte no atraso da colheita do cereal nos Estados Unidos. Nesta segunda-feira, o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) reportou que cerca de 46% da área cultivada havia sido colhida até o dia 26 de outubro. Na semana passada, o volume colhido era de 31%, já a média dos últimos cinco anos é de 65%. 

Outro fator que também contribuiu para a firmeza nos preços futuros registrados na sessão anterior foi o relatório de embarques semanais do departamento norte-americano.  Até o último dia 23 de outubro, os embarques do cereal totalizaram 702.906 mil toneladas. O volume ficou abaixo do indicado na semana anterior, de 717.653 mil toneladas do grão.

Veja como fechou o mercado nesta segunda-feira:

Milho: Preços no Brasil têm mais um dia de alta e chega a R$ 26,50 no Porto de Paranaguá

A segunda-feira (27) foi mais um dia de alta aos futuros do milho negociados na BM&F. No pregão de hoje, as principais posições do cereal encerraram o dia com ganhos entre 0,31% a 1,99%. O vencimento março/15 terminou dia cotado a R$ 29,00, após ter sido negociado a R$ 28,94 ao longo dos negócios.

Como principal fator de suporte aos preços está a preocupação com o atraso no plantio da soja da safra de verão, que irá impactar a janela ideal de cultivo do milho safrinha no próximo ano. Ainda assim, com o retorno das precipitações, em algumas localidades, especialmente no Centro-Oeste, os produtores conseguem dar continuidade aos trabalhos nos campos.

Ainda assim, na região de Jataí (GO), o atraso está entre 10 a 15 dias no plantio da oleaginosa, conforme destaca o produtor rural do município, Mozart Carvalho de Assis. "Temos atualmente cerca de 50% a 60% da área cultivada, porém, no mesmo período do ano passado, já tínhamos terminado a semeadura do grão. E isso gera uma preocupação para a próxima safrinha de milho", destaca.

Frente a essa situação, agricultores de várias regiões já sinalizam que poderão cancelar as vendas de sementes ou até mesmo reduzir à área destinada ao cereal na próxima safrinha. E essa situação deverá afetar a oferta e dar suporte aos preços do milho, conforme destaca o consultor de mercado da Brandalizze Consulting, Vlamir Brandalizze.

"Com o cenário de preços, em muitas regiões, os produtores reduziram a área destinada ao cereal na primeira safra, especialmente em favor da soja e do feijão preto", explica o consultor.

Com isso, a perspectiva do analista é que na primeira safra, os produtores brasileiros colham um número próximo de 25 milhões de toneladas do cereal, caso o clima seja adequado. A projeção está abaixo do volume colhido na safra anterior, de 29 milhões de toneladas do grão. 

"A segunda safra está comprometida, a maioria das lavouras de soja deverão ser colhidas no final de fevereiro e início de março. Consequentemente, boa parte da safrinha será feita fora dessa janela ideal, já chegamos a colher 78 milhões de toneladas, entre safra e safrinha, mas o número deve ficar próximo de 60 a 65 milhões de toneladas. E teremos menos milho para exportar e um quadro de aperto no mercado interno", ressalta Brandalizze.

Em contrapartida, o consultor também destaca que a demanda do setor de carnes também está aquecido. "Nesse momento, o milho só mostra potencial de crescimento", acredita. E devido a esse quando, Brandalizze ressalta que os produtores que tiverem condições de armazenar o produto podem ter melhores oportunidades de negócios mais adiante. “Já os agricultores que estão com custos de armazenagem devem fazer as contas e liquidar alguma coisa”, finaliza. 

Mercado interno

No mercado interno, as cotações do cereal também registraram algumas valorizações em algumas praças, segundo levantamento do Notícias Agrícolas. No Porto de Paranaguá, o valor da saca chegou a R$ 26,50, com valorização de 1,92%. Em Campo Novo do Parecis (MT), a saca também registrou alta de 3,85%, para R$ 13,50 e em Jataí (GO), o ganho foi de 0,42%, com a saca negociada a R$ 19,33. Nas demais praças, os valores se mantiveram estáveis.

Mais uma vez, os preços foram alavancados pela alta do dólar e os ganhos expressivos observados no mercado internacional. A moeda norte-americana terminou o dia cotada a R$ 2,52, com valorização de 2,68%. O câmbio subiu como reflexo da reeleição da presidenta Dilma Rousseff (PT).

Da mesma forma, as vendas mais lentas no mercado interno também influenciam positivamente as cotações. Em Jataí (GO), os preços da saca do cereal subiram de R$ 15,00 para R$ 19,00, mas, ainda assim, os produtores estão mais cautelosos nas negociações.

Bolsa de Chicago

Nesta segunda-feira (27), os futuros do milho negociados na Bolsa de Chicago (CBOT) terminaram o dia com altas expressivas. As principais posições da commodity fecharam o pregão com ganhos de mais de 10 pontos. O contrato dezembro/14 era cotado a US$ 3,63 por bushel. Em relação à última sessão, as cotações acumularam valorizações entre 2,62% a R$ 2,83%.

O mercado foi sustentado pelos números dos embarques semanais reportados pelo USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) nesta segunda-feira. Até o último dia 23 de outubro, os embarques do cereal totalizaram 702.906 mil toneladas. O volume ficou abaixo do indicado na semana anterior, de 717.653 mil toneladas do grão.

O número ainda é inferior as expectativas dos participantes do mercado, que apostavam em um volume próximo entre 840 mil a 970 mil toneladas de milho. No acumulado do ano, os embarques somam 6.396,449 milhões de toneladas, contra as 4.453,380 milhões de toneladas registradas no mesmo período do ano safra anterior.

Nas últimas semanas, os bons números reportados pelo departamento norte-americano têm contribuído para sustentar os preços futuros do cereal. Do mesmo modo, as notícias em relação ao clima no país e, o atraso na colheita também ajudou nas valorizações registradas recentemente.

No entanto, as previsões climáticas indicam que o clima deverá permanecer firme nos próximos dias, até o próximo dia 2 de novembro. Com isso, a perspectiva é que os produtores norte-americanos consigam avançar com os trabalhos nos campos. Na semana anterior, o USDA divulgou que a colheita estava completa em 31% da área cultivada nesta safra.

Para essa segunda-feira, a perspectiva do mercado é que o departamento anuncie um número próximo de 46% da área colhida, conforme dados do site internacional Farm Futures. "E como a previsão indica tempo melhor essa semana, estamos propensos a ver as colheitas serem retomadas muito rápido também", disse o analista do Rabobank International, Graydon Chong, em entrevista à Bloomberg. "Estamos nos aproximando da marca de meio caminho para a colheita de soja e milho nos EUA, então estamos ficando com um pouco mais de certeza sobre o tamanho da safra", completa.

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Tags:
Por:
Fernanda Custódio
Fonte:
Notícias Agrícolas

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