Milho: Nesta 3ª feira, preços sobem na BM&F e março/15 alcança R$ 32,80

Publicado em 18/11/2014 08:50 e atualizado em 18/11/2014 12:21

As principais posições do milho na BM&F Bovespa trabalham em campo misto na manhã desta terça-feira (18). Pelo segundo dia consecutivo, os futuros do cereal operam de forma mista e, por volta das 9h11 (horário de Brasília), as posições mais longas exibiam ganhos entre 0,17% e 0,34%, o contrato março/15 era cotado a R$ 32,80 a saca. Já o contrato janeiro/15, recuava 0,06%, negociado a R$ 32,55 a saca.

O principal fator que influencia o mercado é o dólar. E, nesta terça-feira, a moeda norte-americana iniciou o dia com ligeira perda de 0,11%, negociado a R$ 2,5984 na venda. Na segunda-feira, o câmbio fechou próximo da estabilidade diante das expectativas de que será o novo ministro da Fazenda.

Ainda assim, as especulações em relação à produção brasileira do milho também exercem pressão positiva aos preços do milho. A redução da área cultivada na primeira safra e as incertezas em relação à safrinha contribui para dar firmeza às cotações. 

Bolsa de Chicago

Os futuros do milho negociados na Bolsa de Chicago (CBOT) operam com ligeira queda no início da sessão desta terça-feira (18), próximos da estabilidade. Por volta das 9h19 (horário de Brasília), as principais posições da commodity exibiam leves perdas entre 0,75 e 1,00 pontos. O vencimento dezembro/14 era cotado a US$ 3,77 por bushel.

O mercado de milho ainda opera de maneira técnica, respeitando os intervalos de US$ 3,30 a US$ 4,00 por bushel. Além disso, nesta segunda-feira, o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) reportou que a colheita do cereal norte-americano avançou de 82% para 89%, até o último domingo. 

"O atual clima frio tem um impacto limitado sobre as condições de colheita", disse Arnaud Saulais, corretor de commodities na Suíça, em entrevista à agência internacional de notícias Bloomberg. Os índices de área colhida no país vieram em linha com as expectativas do mercado. 

Ainda nesta segunda-feira, o órgão divulgou o boletim de embarques semanais do milho e os números recuaram em comparação com a semana anterior. Até o dia 13 de novembro, os embarques ficaram em 401,11 mil toneladas de milho, contra 528,042 mil toneladas na semana anterior.

Veja como fechou o mercado nesta segunda-feira:

Apesar da leve alta do câmbio, mercado avança e março/15 chega a R$ 32,69 na BM&F

As principais posições do milho na BM&F Bovespa fecharam a sessão em campo misto. Os vencimentos novembro/14 e maio/15 terminaram a segunda-feira (17) com leves quedas entre 0,46% e 0,17%, respectivamente. Já o contrato janeiro/15 subiu 2,00%, negociado a R$ 32,58 e o março/15 registrou valorização de 1,21%, cotado a R$ 32,69.

Ênio Fernandes, consultor em agronegócio, ressalta que o dólar impacta diretamente nos preços do cereal na BM&F. A moeda norte-americana terminou a segunda-feira com leve alta. "Mas, caso o novo Ministro da Fazenda seja o Henrique Meirelles, podemos ter os preços se acomodando um pouco", explica o consultor.

Do mesmo modo, a especulação em relação à safra brasileira também tem contribuído para dar firmeza ao mercado. Na primeira safra já há uma redução na área destinada ao cereal consolidada. Isso porque, no momento do planejamento da safra, a diferença entre as cotações da oleaginosa e do cereal, fez com que os produtores investissem mais na cultura da soja.

Por outro lado, a segunda safra ainda é uma incerteza, já que com ao atraso no plantio da soja, devido à irregularidade climática, a perspectiva inicial é de redução na área cultivada com o grão no próximo ano. "A janela de plantio da próxima safrinha de milho já está comprometida, no entanto, ainda não conseguimos quantificar", acredita Fernandes.

De acordo com informações da consultoria AgRural, até o momento, em torno de 63% da área foi plantada com a oleaginosa, uma atraso de 6% em relação ao mesmo período da ciclo anterior.

Em algumas regiões, como é o caso de Rio Verde (GO), com o atraso da soja, aliado aos custos de produção elevados, os agricultores poderão reduzir a área semeada, mas também os investimentos em tecnologia. Cenário que também pode se repetir em outras importantes localidades produtoras pelo país.

Mercado interno

As cotações do milho praticadas no Porto de Paranaguá terminaram a segunda-feira com queda expressiva. A saca do cereal recuou de R$ 29,00 para R$ 28,30, uma desvalorização de 2,41%. Em Londrina e Cascavel, ambas as cidades do Paraná, registraram valorização de 2,56% e com saca do milho cotada a R$ 20,00 cada. Nas demais praças, o dia foi de estabilidade.

Apesar da leve alta registrada no dólar, a queda observada no mercado internacional pesou mais sobre os preços do cereal. A moeda  norte-americana encerrou o primeiro dia da semana cotada a R$ 2,60, com ligeiro ganho de 0,02%. De acordo com informações da agência Reuters, o câmbio encerrou a segunda-feira próximo da estabilidade, porém, ainda reage às incertezas em relação ao futuro da política econômica do Brasil.

Bolsa de Chicago

No pregão desta segunda-feira (17), os futuros do milho negociados na Bolsa de Chicago (CBOT) terminaram em queda. Ao longo dos negócios, as principais posições da commodity ampliaram as perdas e fecharam a sessão com perdas entre 3,75 e 4,25 pontos. O vencimento dezembro/14 era cotado a US$ 3,77 por bushel.

Para o consultor em agronegócio, Ênio Fernandes, o mercado está trabalhando de maneira técnica. No mercado do cereal, os preços futuros têm operado no intervalo entre US$ 3,30 por bushel a US$ 4,00 por bushel. E na semana passada, as cotações futuras do milho registraram valorização entre 2,71% e 3,25% e se aproximaram do patamar de resistência.

"Com isso, o mercado acaba realizando lucros. E para quebrar a resistência somente se tivermos problemas com a safra no Hemisfério Sul. Por enquanto, a perspectiva é que o mercado de milho continue operando dessa forma, até o relatório de oferta e demanda de janeiro, que será divulgado pelo USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos)", destaca Fernandes.

Paralelamente, os embarques semanais ficaram em 401,11 mil toneladas de milho até o dia 13 de novembro, conforme dados do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos). O número ficou abaixo do reportado na semana anterior, de 528,042 mil toneladas. No mesmo período do ciclo anterior, o número era de 783,414 mil toneladas.

O total embarcado também ficou aquém do esperado das perspectivas do mercado, entre 640 mil e 840 mil toneladas. No acumulado do ano safra, os EUA já embarcaram mais de 7.782,407 milhões de toneladas de milho, contra 6.470,320 milhões de toneladas no mesmo período da safra 2013/14. A projeção do USDA para essa temporada é de 44.500,00 milhões de toneladas.

Ainda assim, o consultor sinaliza que, mesmo que o relatório viesse dentro ou acima das expectativas do mercado, os preços cairiam. "O mercado precisa de uma justificativa, que poderia ser o boletim do USDA, a recessão no Japão, para não quebrar a resistência dos US$ 4,00 por bushel", afirma Fernandes. 

Em contrapartida, os participantes do mercado ainda aguardam o relatório de acompanhamento de safras do USDA. Até a última semana, cerca de 82% da área cultivada com o grão já havia sido colhida, conforme dados reportados pelo USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos).

"Estimamos que a colheita da safra de milho dos EUA será concluída em meados desta semana e que a colheita da soja já terminou", disseram os analistas do Citigroup Global Markets Inc., em entrevista à Bloomberg.

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Tags:
Por:
Fernanda Custódio
Fonte:
Notícias Agrícolas

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