Milho: Em Chicago, mercado esboça recuperação nesta 5ª feira após perdas expressivas

Publicado em 15/01/2015 08:05

No início da sessão desta quinta-feira (15), os futuros do milho negociados na Bolsa de Chicago (CBOT) trabalham com leve alta. Por volta das 8h50 (horário de Brasília), as principais posições do cereal registravam ganhos entre 1,75 e 3,25 pontos. O vencimento março/15 era cotado a US$ 3,83 por bushel.

As cotações futuras da commodity testam uma recuperação após recuar expressivamente nos dois últimos pregões. Além dos estoques elevados nos Estados Unidos, o mercado também é pressioando pelos elevados estoques de etanol, que alcançaram o maior nível em dois anos devido à crescente produção de biocombustível, que é feito a partir do grão. 

Informações do noticiário internacional ressaltam que o produto está perdendo competitividade frente a gasolina, que está mais barata nesse momento, reflexo da queda nos preços do petróleo. Com isso, a expectativa é que a demanda do setor de etanol recue, justamente em uma temporada com produção recorde no país. 

Ainda nesta quinta-feira, o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) irá reportar o novo boletim de vendas para exportação, importante indicador de demanda.

Veja como fechou o mercado nesta quarta-feira:

Milho: Frente à queda no dólar e no mercado internacional, preços recuam no Brasil

No mercado interno brasileiro, a quarta-feira foi de queda aos preços do milho. De acordo com levantamento realizado pelo Notícias Agrícolas, o preço caiu 5,26% no Porto de Paranaguá, com a saca cotada a R$ 27,00, para entrega em setembro.

Em Ubiratã e Londrina, ambas praças do estado do PR, houve recuo 2,44%, com a saca do cereal negociada a R$ 20,00. Em Cascavel (PR), o valor também ficou em R$ 20,00, mas a queda foi de 4,76%. Na região de Jataí (GO), o valor caiu 2,87%, com a saca a R$ 20,33. Nas demais praças o dia foi de estabilidade.

O mercado acompanhou a movimentação negativa do dólar nesta quarta-feira e também as perdas no mercado internacional, conforme destaca o analista de mercado da Safras & Mercado, Paulo Molinari. A moeda norte-americana encerrou o dia a R$ 2,6213 na venda, com queda de 0,59%, após atingir R$ 2,6007 na mínima da sessão. Mais uma vez, o mercado reflete os números mais fracos sobre o varejo nos Estados Unidos que reforçam a estimativa de que o Federal Reserve, banco central do país, será mais cauteloso na elevação dos juros, conforme dados reportados pela agência Reuters.

"Se ainda temos alguma sustentação nos preços é via câmbio. Temos alguma especulação em relação ao clima nesse momento, especialmente para a safra de inverno e isso traz algum nervosismo ao mercado. Porém, acreditamos que 2015 seja um ano de neutralidade aos preços no Brasil e se houver alguma alta será mais veiculada ao dólar", diz Anderson Galvão, analista de mercado da Céleres Consultoria.

Na região de Campinas (SP), os preços deverão oscilar entre R$ 25,00 a R$ 27,00 a saca e em Rondonópolis (MT), ao redor de R$ 18,00 a R$ 20,00, segundo o analista da Céleres. Valores que deverão remunerar os produtores dependendo da produtividade das lavouras. "Em relação à comercialização, o produtor deve primeiro saber os custos de produção e ir participando do mercado, fazendo média", orienta Galvão.

BM&F Bovespa

Pelo 2º dia consecutivo, os preços do milho recuaram na Bolsa brasileira. As principais posições negociadas terminaram o pregão desta quarta-feira com desvalorizações entre 0,04% e 2,35%. A posição março/15 era cotada a R$ 29,10. Assim como no mercado interno, o mercado foi pressionado pela movimentação negativa do dólar observada nesta quarta-feira.

Bolsa de Chicago

A quarta-feira (14) foi mais um dia de queda aos preços futuros do milho negociados na Bolsa de Chicago (CBOT). O mercado recuou pelo 2º dia consecutivo e registrou perdas entre 3,50 a 4,00 pontos. O vencimento março/14 era cotado a US$ 3,82 por bushel. As posições do cereal mais negociadas perderam o patamar de suporte de US$ 4,00 por bushel.

O analista de mercado da Safras & Mercado, Paulo Molinari, destaca que o principal fator de pressão sobre as cotações do cereal é o estoque final norte-americano, bastante elevado. Apesar da redução indicada pelo USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) em seu último boletim de oferta e demanda, de 50,75 milhões para 47,68 milhões de toneladas, os estoques são bem expressivos.

"No mercado internacional, o dólar frente às outras moedas está forte, o que acaba pressionando todas as commodities. Além disso, temos os estoques de etanol elevados no país, situação que também influencia negativamente os preços", destaca o analista.

Segundo informações da AIE (Administração de Informação de Energia), os estoques de etanol nos EUA subiram 1,38 milhão de barris, para 20,23 milhões de barris, na semana encerrada no dia 9 de janeiro. Em comparação com a semana anterior, o volume representa um crescimento de 7%, e é o maior desde de que a administração começou a acompanhar os dados no ano de 2010.

Na visão do analista de mercado da Celeres Consultoria, Anderson Galvão, a queda dos preços do petróleo, que caminham para o nível mais baixo desde 2008, ao redor de US$ 40,00 o barril, acaba refletindo na competitividade do etanol a partir de milho. "Com isso, temos mais grão para uso geral e para a produção de ração e, esse é um fator baixista para o mercado", sinaliza.

Em relação à demanda pelo produto norte-americano, Molinari explica que, segue firme. Inclusive, nesta quarta-feira, o USDA reportou a venda de 125 mil toneladas de milho para Taiwan. "Porém, precisamos de novos fatores e informações para dar suporte ao mercado. Até lá, as cotações deverão trabalhar em um intervalo entre US$ 3,20 a US$ 4,00 por bushel", acredita.

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Tags:
Por:
Fernanda Custódio
Fonte:
Notícias Agrícolas

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