Milho: Preço sobe 1,59% e chega a R$ 32,00/sc em Paranaguá com o suporte do dólar

Publicado em 24/08/2015 17:30

A forte alta registrada no câmbio nesta segunda-feira (24) e a recuperação nos preços do milho no mercado internacional contribuíram para as cotações do cereal no Brasil. No Porto de Paranaguá, a saca do grão para entrega em outubro/15 fechou o dia a R$ 32,00, um ganho de R$ 0,50, e de 1,59%, frente ao valor de fechamento observado na última sexta-feira.

No mercado interno, as praças de Ubiratã e Londrina, ambas no estado do Paraná, a alta foi de 0,96%, com a saca do cereal a R$ 21,00. Nas demais praças pesquisadas pelo Notícias Agrícolas o dia foi de estabilidade. Já a moeda norte-americana finalizou o dia a R$ 3,55, com valorização de 1,62%. O patamar é o maior registrado em 12 anos e meio, conforme informou a agência Reuters.

O câmbio encontrou suporte na aversão ao risco registrado nos mercados globais depois que as bolsas chinesas recuaram expressivamente nesta segunda-feira. No acumulado de 2015 até agora, o dólar já registra uma elevação de 33,62%.

Ainda no mercado interno, as cotações do milho têm se mantido firmes, conforme dados divulgados pelo Cepea. Os preços têm encontrado suporte nas exportações crescentes, que até a terceira semana de agosto ficaram em 1.405,2 milhão de toneladas do grão. A média diária ficou em 93,7 mil toneladas do grão. Em comparação com o mês anterior, o número representa um ganho de 68,3%. Contudo, em relação ao mesmo período do ano passado, o volume é equivalente a uma queda de 29,9%, já que o acumulado de agosto de 2014, o número negociado foi de 2.457,8 milhões de toneladas e média diária de 117 mil toneladas.

Os embarques resultaram em uma receita ao Brasil de US$ 237,7 milhões, com média de US$ 15,8 milhões no mesmo período. As informações foram divulgadas pelo Ministério da Indústria e Comércio Exterior (MDIC) nesta segunda-feira. Para essa temporada, os analistas e consultorias estimam os embarques de milho entre 28 milhões a 30 milhões de toneladas. Dessa forma, o país poderá superar o recorde de 2013, de 26 milhões de toneladas exportadas.

BM&F Bovespa

A sessão desta segunda-feira também foi de alta aos preços do milho negociados na BM&F Bovespa. Os principais contratos do cereal terminaram o dia com valorizações entre 1,42% e 2,63%. O contrato setembro/15 era negociado a R$ 28,89 a saca. Com a recente valorização do dólar, os analistas já têm alertado os produtores que boas oportunidades para o travamento da safrinha de 2016 têm aparecido.

Bolsa de Chicago

Na Bolsa de Chicago (CBOT), os futuros do milho encerraram o pregão desta segunda-feira (24) em campo positivo, com ligeiros ganhos. As principais posições do cereal finalizaram o pregão com altas entre 3,00 e 3,50 pontos. O contrato setembro/15 era cotado a US$ 3,68 por bushel, depois de iniciar o dia a US$ 3,60 por bushel.

Durante a sessão, as cotações do cereal chegaram a registrar quedas expressivas devido às informações do mercado financeiro, principalmente em relação à China. Porém, ao longo do dia o mercado reverteu as perdas e voltou a trabalhar com leves ganhos. Na visão do economista da Granoeste Corretora de Cereais, Camilo Motter, no mercado internacional, o milho tem uma situação inversa a da soja.

“Temos o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) indicando a produção em 347,64 milhões de toneladas, entretanto, os números do Crop Tour Pro Farmer apontaram para uma produção de 338,42 milhões de toneladas do cereal. Então, temos uma produção mais comedida e estoques em queda. Com isso, a tendência é que o mercado se firme um pouco mais, não se sabe ainda como pode caminhar, tudo irá depender da demanda”, explica Motter.

Em relação ao clima, as projeções do NOAA - Serviço Oficial de Meteorologia do país - indicam tempo mais seco no Meio-Oeste do país nos próximos dias, conforme apontado nos mapas. Por outro lado, as temperaturas ficarão mais elevadas na região no período de 29 de agosto e 2 de setembro. Paralelamente, os investidores ainda aguardam o boletim de acompanhamento de safras do USDA.

Chuvas previstas nos EUA entre os dias 24 a 31 de agosto - Fonte: NOAA

Chuvas previstas nos EUA entre os dias 24 a 31 de agosto - Fonte: NOAA

Chuvas previstas nos EUA entre os dias 29 de agosto a 2 de setembro - Fonte: NOAA

Chuvas previstas nos EUA entre os dias 29 de agosto a 2 de setembro - Fonte: NOAA

Temperaturas previstas nos EUA entre os dias 29 de agosto a 2 de setembro - Fonte: NOAA

Temperaturas previstas nos EUA entre os dias 29 de agosto a 2 de setembro - Fonte: NOAA

Na semana anterior, o índice de plantações em boas ou excelentes condições recuou de 70% para 69%, fator que acabou dando suporte aos preços do milho. “A perspectiva é que o departamento mantenha o número de condições em boas ou excelentes condições em 69%”, disse Bob Burgdorfer, editor e analista do site Farm Futures.

Enquanto isso, os embarques semanais de milho totalizaram 883,987 mil toneladas até a semana encerrada no dia 20 de agosto. O volume ficou abaixo do reportado na última semana, de 901,408 mil toneladas do cereal.

Confira como fecharam os preços nesta segunda-feira:

>> MILHO

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Tags:
Por:
Fernanda Custódio
Fonte:
Notícias Agrícolas

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1 comentário

  • Leandro Lino Gasparotto Goioerê - PR

    Uma diferença de 11 reais por sacas de Paranaguá para as cooperativas do mesmo estado (Paraná)!!!..., dever dar uma boa lucratividade para as cooperativas em cima do produtor.... Guerreiro é o produtor que tem que carregar todo mundo nas costas.

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    • CESAR AUGUSTO SCHMITT Maringá - PR

      Ainda ninguém me explicou o porque do milho está sendo vendido aqui em Maringá a R$ 21,00 e em Paranaguá a R$ 32,00. Não, não acredito em Papai Noel nem em coelhinho de Pascoa. 34% do custo do milho é transporte?????????Tem picareta na jogada. Picareta merece pé na bunda.

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    • Alexandre Pessatto da Silva Maracaju - MS

      Faz muito tempo que as cooperativas deixarao de serem cooperativas, para serem usadas em benefício de uma minoria do alto escalão da diretoria

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    • Ernesto Almeida Malheiros Tupanciretã - RS

      É muito estranho Cesar aqui em Tupanciretã 500km de Rio Grande estamos pagando 4,00$ por saca de soja frete rodoviário alguém ai ta assaltando o produtor Paranaguá deve ser mais perto lamentável!

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    • Ernesto Almeida Malheiros Tupanciretã - RS

      Hoje também tinha uma diferença na soja safra nova de 77,00$ Rio Grande para 73,00 Paranaguá ou seja 4,00$ por saca porque tanta diferenças e 0,90 centavos no preço avista gostaria de saber o porque dessas diferenças?

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    • Dalzir Vitoria Uberlândia - MG

      Senhores...trabalhei em agroindustrias de grande porte e pude sentir o que os produtores colocam acima ...mas porque isto acontece...pela falta de qualidade de seus executivos...pela lentidão de seus executivos..a maioria dos executivos de cooperativas são agricultores que por alguma liderança chegaram ao poder...mas não tem perfil para tal cargo...digamos que os executivos do governo são tocados a OLEO CRÚ...das cooperativas a ETANOL...e das empresas privadas a combustivel de aviação...e por isto que acontece o que o Leandro...Alexandre..e o Ernesto colocaram nos seus comentários acima...claro que tem exceções mas são quase ZERO...

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    • Marcelo Luiz Campina da Lagoa - PR

      Talvez o amadorismo dos dirigentes cooperativistas fosse realidade no passado. Hoje elas são gigantes do agronegócio, com diretores e executivos contratados com excelentes salários. Não acredito que esta diferença de preço seja causada por ineficiência. A verdade é que as cooperativas tem um alto custo fixo (funcionários, estrutura,etc...) e precisam de uma lucratividade cada vez maior para sustentar isso. Por isso as empresas nanicas conseguem vender insumos e pagar pelos grãos um preço melhor do que uma cooperativa enorme. O gigantismo já matou o cooperativismo. É uma questão de tempo até o enterro. Na tentativa de adiar o inevitável, elas compram outras empresas, expandem sua áreas, o que só aumenta o custo. Infelizmente é a verdade. As cooperativas são empresas disfarçadas de cooperativas , para obter os benefícios fiscais. Para um produtor do Paraná, qual a vantagem de uma cooperativa deste estado ter filiais em Mato Grosso, Rio Grande, Santa Catarina, se o preço dos insumos é mais caro ???

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    • Thiago Rocha Tomazoli Nova Aurora - PR

      Aqui na região oeste do Paraná os cereais Soja e Milho tem seus preços administrados pelas grandes cooperativas devido a cadeia produtividade de carne que tem tais cereais como base de produção da ração! O Agricultor é quem paga a conta, pois " a correria sai do corro" a "sobra sai do bolso do produtor"...

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    • Dalzir Vitoria Uberlândia - MG

      Caro Marcelo Luiz...voce coloca...a verdade que as cooperativas tem um alto custo fixo(funcionarios..estrutura)...e ainda me diz que os executivos são BONS!!!!!!se fossem bons os custos seriam baixos e o lucro iria ao produtor...mas lembro que tem algumas exceções..a Aurora é uma delas..

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    • Dalzir Vitoria Uberlândia - MG

      Outra coisa... o poder é que quem!!!!! da diretoria...e a diretoria é quem na maioria dos casos!!!!!

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    • Dalzir Vitoria Uberlândia - MG

      Lembro também que a cooperativa com todos os problemas citados ajuda a aumentar a concorrência e com todos os problemas levantados ajuda de certa forma o produtor rural..

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    • Luis Rodrigo Ribas Lapa - PR

      Aqui na minha cidade , Lapa, Pr, tem diretor de cooperativa que de funcionario da emater virou fazendeiro, e hà pelo menos uns dez anos que não vejo um agricultor comprar um hectare de terra.

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    • Ernesto Almeida Malheiros Tupanciretã - RS

      Luis Ribas o senhor resumiu tudo é ai que vai a diferença 32,00$ menos 4,00$ frete menos 21,00$ produtor sobra a grosso modo 7,00$ vamos dizer que 3,50$ seja custos ainda sobra 3,50$ por saca da para comprar terras é muitos trabalhando para poucos!

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    • Dalzir Vitoria Uberlândia - MG

      Onde está o problema citado acima pelo Luiz e pelo Ernesto...o produtor rural continua muito inocente...pois só existe esperto se tiver trouxa..logo se se acabar com trouxas os espertos desaparecem...

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    • Ernesto Almeida Malheiros Tupanciretã - RS

      E como fica o produtor os míseros 21,00$ não cobre os custos de produção vai comprar terras como só se virar político de Brasília estamos perdidos!

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    • CESAR AUGUSTO SCHMITT Maringá - PR

      vamos acabar com os espertos então. Comecemos pelos ditos "consultores" e pelas empresas de "consultorias". Aquelas que só "plantam" noticias fajutas. Continuo dizendo: pé na bunda dos picaretas.

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    • Dalzir Vitoria Uberlândia - MG

      Caro Cesar...temos que transformar a classe rural para ser menos inocente..mais ativa...mais atuante..e votar melhor aí tornam-se todos mais espertos e aí ninguém consegue enrolar mais ninguém.. e não é só consultores e consultorias mas também jornalistas e lideranças pelegas...quer ver um exemplo...as chuvas no inicio da lavoura de soja nos EUA...voce já viu perdas expressivas de soja por chuva na fase inicial!!!!!!!mas plantaram esta noticia e muito produtor engoliu...olhe a previsão do tempo...quando nada tem a falar só se ouve EL NINHO..el ninho e que o problema vai ser chuvas na colheita dos EUA...e se não for!!!!!como não deve ser...aí fica o dito pelo não dito e o produtor perde boas oportunidades de venda por informações que nem sempre são verdadeiras mas de tanto repetir acaba engolindo...olha o quanto consultores e jornalistas falam sobre demanda...quando não tem explicação as bobagens que falam e escrevem bem ai é a DEMANDA...então temos que primeiro acreditar em principios que deram certo e em pessoas que acertaram e filtrando as batiadas do sino..pois ele bate dos dois lados..e desta massaroca sai a melhor solução..

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