Milho: Meta de exportação vai ficando mais difícil de ser atingida; preços internos seguem firmes

Publicado em 15/09/2015 13:39

A diminuição das exportações de milho na semana passada, devido às chuvas, eleva ainda mais a média diária que permitiria a exportação total de 26,4 milhões de toneladas previstas pela Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) entre fev/15 e jan/16. Na semana passada, o carregamento foi de apenas 98,8 mil toneladas diárias, levando o acumulado das duas primeiras semanas de setembro para 1,061 milhão de toneladas (média diária de 132,7 mil t), segundo dados da Secex.

Conforme cálculos do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), da Esalq/USP, nos 4,5 meses que faltam para o fechamento da atual temporada, seria necessária a marca histórica média de 4,4 milhões de toneladas exportadas por mês – o que requereria média diária por volta de 220 mil toneladas, para 20 dias úteis. Neste ano, o melhor resultado foi obtido em janeiro, quando 3,4 milhões de toneladas de milho saíram de portos brasileiros – média diária de 152,2 mil toneladas. 

O câmbio, de fato, tem favorecido cada vez mais a competitividade do grão brasileiro. Por outro lado, os Estados Unidos iniciaram a colheita – será a terceira maior produção de sua história –, o que acentua a concorrência internacional.  

Ao estimar a exportação de 26,4 milhões de toneladas nesta safra, a Conab aponta estoque final de 14,7 milhões de toneladas, equivalente a 26,3% do consumo interno e a 48,6% da produção da primeira safra deste ano – nível recorde. Matematicamente se vê que, se as exportações ficarem aquém, o excedente interno será ainda maior.

Apesar disso, os preços no mercado spot e para exportação seguem em alta, indicando que a demanda tem se sobressaído à oferta mesmo nos níveis recordes deste ano – a primeira e segunda safra somaram 84,7 milhões, segundo a Conab. A sustentação vem dos contratos a termo para exportação tanto da safra atual quanto da seguinte. 

Conforme levantamentos do Cepea, para embarques em outubro e novembro por Paranaguá (PR), a média dos negócios já está superior a R$ 34,00/sc, o que justifica, inclusive, os contratos futuros da BM&FBovespa estarem acima de R$ 35,00/sc para os vencimentos entre Nov/15 e Set/16 (exceção para o contrato Maio/16).

Nas operações de pronta entrega, os preços no porto de Paranaguá atingiram nessa segunda-feira, 14, o maior nível desde janeiro/13, fechando a R$ 32,36/saca de 60 kg (valor à vista, calculado com a taxa de desconto CDI), aumento de 4,3% na parcial do mês. 

Na média das regiões acompanhadas pelo Cepea, desde o início do mês, houve alta de 5,6% no mercado de balcão (preço recebido pelo produtor) e de 6,2% no de lotes (negociação entre empresas). Na região de Campinas (SP), o Indicador ESALQ/BM&FBovespa avança 8,7% no mês, a R$ 30,61/saca de 60 kg nessa segunda-feira. Se considerados os negócios também em Campinas, mas com prazos de pagamento descontados pela taxa NPR, a média à vista foi de R$ 30,22/sc, alta de 8,9%. 
 

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Cepea

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