Milho esboça recuperação na Bolsa de Chicago e tem valorização semanal de até 4,44%

Publicado em 09/12/2016 17:00

Os futuros do milho negociados na Bolsa de Chicago (CBOT) tiveram uma semana positiva. As principais posições do cereal acumularam valorizações entre 3,25% e 4,44%, segundo levantamento do economista do Notícias Agrícolas, André Lopes. Nesta sexta-feira (9), o dezembro/16 fechou a sessão a US$ 3,52 por bushel, enquanto o março/17 era negociado a US$ 3,59 por bushel. Já o maio/17 encerrou a sessão a US$ 3,66 por bushel.

Em meio aos fundamentos já conhecidos, as cotações do cereal encontraram suporte nas informações vindas do lado de demanda e também da participação mais ativa dos fundos de investimentos no mercado no início da semana. Além disso, nos últimos dias, os investidores também ajustaram suas posições diante do relatório de oferta e demanda do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos), reportado nesta sexta-feira.

Apesar das especulações, o departamento trouxe poucas alterações no boletim desse mês. A produção global de milho subiu para 1.036,73 bilhão de toneladas e os estoques finais mundiais também foram revisados para cima e ficaram em 222,25 milhões de toneladas.

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A oferta norte-americana foi mantida em 386,76 milhões de toneladas. No entanto, a demanda tem se mostrado aquecida. Essa semana, as vendas para exportação ficaram em 1.496,4 milhão de toneladas, acima das expectativas dos investidores, entre 700 mil toneladas a 1 milhão de toneladas. Do total, cerca de 1.495,4 milhão de toneladas da safra 2016/17 e o restante, de 1 mil toneladas, da temporada 2017/18.

No acumulado dessa temporada, as vendas do cereal já totalizam 31.577,8 milhões de toneladas, bem acima do registrado no mesmo período do ano anterior, de 18.111,2 milhões de toneladas. Para essa temporada, as exportações são estimadas em 56,52 milhões de toneladas. Até o momento, em torno de 55,87% desse volume já está comprometido.

Em contrapartida, os investidores ainda acompanham as informações sobre o andamento da safra na América do Sul. E, especialmente, as previsões climáticas indicando chuvas em algumas localidades da Argentina, que registraram período mais seco, trouxeram alívio ao mercado essa semana. A partir de janeiro, a perspectiva é que as especulações sobre a nova safra americana volte ao mercado e influencie o andamento das cotações.

Mercado brasileiro

No mercado doméstico, a semana foi de ligeiras movimentações aos preços do milho, ainda de acordo com levantamento do Notícias Agrícolas. Em Sorriso (MT), o preço do cereal baixou 4,35%, com a saca a R$ 22,00. Já em Assis (SP), a perda ficou em 3,20%, com a saca a R$ 29,31. Os preços também recuaram no Rio Grande do Sul. Em Não-me-toque, a saca de milho fechou a semana a R$ 35,00, e queda de 2,78%, em Panambi, a desvalorização ficou em 2,67%, com a saca a R$ 35,04  .

No Oeste da Bahia, as cotações cederam 1,90%, com a saca a R$ 38,75. Porém, na praça de Campo Grande, em Mato Grosso do Sul, o valor subiu 1,79%, com a saca a R$ 28,50. No Porto de Paranaguá, a saca de milho apresentou ganho de 2,94%, com a saca do cereal negociada a R$ 35,00.

Os analistas ainda destacam que, os preços permanecem pressionados em meio ao recuo nas exportações brasileiras e as importações. Essa semana, a Conab (Companhia Nacional de Abastecimento), revisou para cima as estimativas de importação para 2,4 milhões de toneladas. Até o início de novembro, os compradores brasileiros já haviam adquirido 1,9 milhão de toneladas de milho.

"Basicamente, o Brasil importou milho oriundo dos países do Mercosul: Argentina e Paraguai. Somente o Paraguai exportou para o Brasil 1 milhão de toneladas e por via rodoviária, o que permitiu chegar a uma paridade de importação bem abaixo dos preços do mercado doméstico", reportou em seu boletim.

As exportações também foram revistas para baixo, para 18 milhões de toneladas na temporada. No acumulado de fevereiro a novembro, os embarques totalizam 16,4 milhões de toneladas. "E os line-ups para dezembro estão indicando, até o momento, um volume de 680 mil toneladas, levando a crer que o máximo que deve se exportar nos próximos dois meses somente é 1,6 milhão de toneladas", divulgou a entidade.

Diante desse cenário, os estoques finais da safra 2015/16 subiram para 7,9 milhões de toneladas. "E com a chegada da primeira safra, que está indo muito bem até o momento, com o clima favorável, somado às exportações mais fracas, estoques de passagem maiores e uma perspectiva de aumento na área cultivada na safrinha, tudo isso está levando a uma baixa nos preços", destaca o consultor de mercado da Carlos Cogo Consultoria Agroeconômica, Carlos Cogo.

Ainda de acordo com boletim de acompanhamento de safras da companhia, na safra de verão deverão ser colhidas 27,74 milhões de toneladas do cereal. Já na safrinha, a produção deverá ficar próxima de 56,07 milhões de toneladas.

Dólar

A moeda norte-americana fechou a sessão desta sexta-feira a R$ 3,3729 na venda, com perda de 0,30%. O nível é o menor desde 22 de novembro, quando o câmbio encerrou a R$ 3,3565. Conforme dados da Reuters, o dólar foi influenciado pelo ingresso de recursos após uma semana intensa no cenário político brasileiro.

Confira como fecharam os preços nesta sexta-feira:

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Por:
Fernanda Custódio
Fonte:
Notícias Agrícolas

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