Bunge aponta que a mudança por parte do México de importação de milho dos EUA para a América do Sul "não funciona"

Publicado em 16/02/2017 13:57

A Bunge minimizou o potencial de o México mudar suas importações de milho, que atualmente são, em grande parte, dos Estados Unidos para a América do Sul, em uma reação contra o presidente Donald Trump.

Soren Schroder, executivo-chefe da Bunge, disse que "não diria que é o caso, pelo menos não nesse momento" em relação ao México mudar a origem das suas importações do cereal.

Schroder aponta que, tanto no milho quanto na soja, a oferta dos Estados Unidos continua sendo a fonte mais barata de commodities agrícolas para o país.

Os comentários seguem após uma ameaça do senador mexicano Armando Rios Piter, que lidera uma Comissão Parlamentar de Relações Internacionais para introduzir uma lei que mudaria a demanda de importação de milho para Brasil e Argentina.

A proposta viria após os planos de Trump para construir um muro ao longo da fronteira dos dois países e também de adotar impostos sobre as importações provenientes do México.

Cedo para decidir

Uma mudança de origem por parte do México, que é um grande importador de milho, soja e sorgo, dependeria basicamente do preço, como destacou Schroder.

"No momento, não funciona" em termos de preço e "é muito cedo" para considerar se outros fatores podem estimular a mudança de mercado.

As importações de milho dos Estados Unidos, provenientes de Nova Orleans, são US$0,65 o bushel mais baratas do que os fornecimentos argentinos vindos do porto de Bahía Blanca, em Buenos Aires, para entrega em abril.

Para a entrega em agosto, a vantagem é de US$0,53 a US$0,63 o bushel em cima dos brasileiros, do milho proveniente do porto de Paranaguá.

Preços futuros

No entanto, Schroder destacou que há a perspectiva de uma onda de vendas por parte dos agricultores sul-americanos, que estão em ritmo lento até então, como forma de proteção e também em virtude de um fortalecimento do real brasileiro sobre o dólar.

"Nós acreditamos que, quando chegarmos em março e abril, começaremos a ver preços em alta", disse.

Perspectivas de safra

Schroder lembra que, no momento, os preços pagos pelo milho estão muito abaixo do ideal no Brasil, portanto, não há incentivo para que os agricultores vendam antecipadamente.

Com boas condições de cultivo, "parece que teremos uma safra de milho muito grande chegando no mercado", avalia, no que diz respeito à safra de verão. A colheita da safrinha influenciaria o mercado no segundo semestre do ano.

Na Argentina, a expectativa é para que os agricultores se tornem vendedores a partir de abril, maio e junho, quando o milho estará sendo colhido.

Tradução: Izadora Pimenta

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Fonte:
Agrimoney

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