Clima na 1ª quinzena de maio piora cenário para safrinha no Brasil

Publicado em 17/05/2018 14:35
Nova queda nos números da INTL FCStone em junho se torna cada vez mais certa

Com a precipitação da primeira quinzena de maio ficando abaixo da média histórica em diversos estados importantes para o milho, o produtor nacional volta a ficar em estado de alerta quanto ao desenvolvimento da “safrinha” do cereal no ciclo 2017/18.

“No início de maio, as estimativas da INTL FCStone apontavam para quebra de 21% na safrinha de SP, 16% no MS e 15% no Paraná, contudo, diante do clima desta primeira quinzena é quase certo que os números de produção destes estados serão reduzidos novamente”, avalia o Analista de Mercado da consultoria INTL FCStone, João Macedo.

O foco da seca se manteve nos estados do Paraná, Mato Grosso do Sul e São Paulo, que em 2016/17 foram responsáveis por 38% da produção de safrinha, sendo o Paraná o segundo maior produtor nacional de milho. Segundo o analista Macedo, a expectativa inicial é de que o percentual de quebra nestas regiões se eleve para patamares entre 20% e 30%.

Alguns ajustes também são esperados para a produção de Goiás e Mato Grosso, em menor intensidade. “Nestes estados a falta de chuva se concentrou na região sul. No caso do Mato Grosso, o Centro-Sul do estado concentra apenas 7,3% da área de milho, o que limita o impacto do clima menos favorável, enquanto que no Goiás o Sudeste corresponde por parte significativa da produção, o que requer mais atenção para o impacto climático”, alerta a consultoria, em relatório.

Para a segunda quinzena de maio, as precipitações aparecem timidamente em algumas áreas, com previsão de volumes de até 70 mm no Paraná e até 30 mm no Mato Grosso do Sul nos próximos cinco dias, o que pode limitar novas perdas. Na semana seguinte, a tendência é de que o clima volte a ficar predominantemente mais seco.

As temperaturas também começam a apresentar um maior risco a partir de agora. As previsões apontam para uma queda vertiginosa da temperatura mínima nos dias 21 e 22 de maio, podendo chegar a 6°C no Paraná e 8°C no Mato Grosso do Sul e São Paulo, o que cria um cenário favorável para formação de geadas que podem causar danos às plantações do cereal.

“Desde o início de maio o indicativo de preço de milho no CEPEA subiu 6,2% para R$42,4 por saca, o maior nível desde março com o mercado observando o contexto de seca”, lembra João Macedo, da INTL FCStone. Nos próximos dias, a preocupação com geadas possui capacidade de manter o suporte das cotações do cereal.

FCStone sinaliza nova redução de safra de milho do país, alerta para risco de geadas

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SÃO PAULO (Reuters) - A estimativa de produção de milho segunda safra do Brasil, a principal colheita do cereal do país, poderá ser revisada para baixo novamente, diante da falta de chuvas na primeira quinzena de maio em importantes Estados produtores, como Paraná, Mato Grosso do Sul e São Paulo, afirmou nesta quinta-feira a consultoria INTL FCStone.

A consultoria ainda alertou para risco de geada no Paraná, segundo produtor nacional do cereal após o Mato Grosso, na semana que vem. O frio também deverá ser intenso no Mato Grosso do Sul e em São Paulo, segundo a empresa.

A advertência foi feita após a FCStone ter reduzido em 4 por cento a previsão de segunda safra 2017/18 do Brasil, para 60,5 milhões de toneladas na safra, em levantamento divulgado em 2 de maio.

"No início de maio, as estimativas da INTL FCStone apontavam para quebra de 21 por cento na safrinha de SP, 16 por cento no MS e 15 por cento no Paraná, contudo, diante do clima desta primeira quinzena (de maio) é quase certo que os números de produção destes estados serão reduzidos novamente", disse o Analista de Mercado da consultoria INTL FCStone, João Macedo, em nota.

(Por Roberto Samora)

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Fonte:
INTL FCStone + Reuters

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