Cotações do milho sobem 4% na Bolsa de Chicago nesta quarta-feira

Publicado em 03/07/2019 15:35

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A quarta-feira (03) chega ao final com os preços internacionais do milho registrando altas de 4% com relação ao último pregão na Bolsa de Chicago (CBOT). As principias cotações registraram valorizações entre 13,50 e 19,50 pontos neste último dia antes da pausa para o feriado de Independência Americana.

O vencimento julho/19 foi cotado à US$ 4,33, o setembro/19 valeu US$ 4,36 e o dezembro/19 foi negociado por US$ 4,41.

Segundo análise de Bem Potter da Farm Futures, os preços do milho tiveram uma grande alta antes do feriado, crescendo mais de 4% na quarta-feira em uma grande rodada de cobertura hoje.

“Este ano, em particular, a área plantada com milho e os rendimentos serão difíceis de prever por meses. Especialmente depois que o USDA admitiu que 15 milhões de acres (6,070 milhões de hectares) não foram plantados quando sua pesquisa anual de área foi realizada”, aponta Potter.

Bryce Knorr, analista de mercado de grãos da Farm Futures, prevê que a produção chegará a 13,35 bilhões de bushels (400,5 milhões de toneladas) . “Não o suficiente para provocar uma grande alta, mas o suficiente para fazer o mercado voltar a altas recentes ou um pouco melhor”, diz.

A produção de etanol também avançou ligeiramente na semana encerrada em 28 de junho, com uma média diária de 1,081 milhão de barris. Isso foi ligeiramente à frente da contagem da semana anterior de 1.072 milhões de barris por dia. Os futuros de milho também mantiveram os futuros de etanol flutuantes hoje, com ganhos de mais de 2%.

Além disso, o mercado permanece de olho no clima dos Estados Unidos. “O tempo mais úmido está a caminho de algumas partes do Meio-Oeste e das Planícies, com grandes porções de Nebraska, Iowa e Dakota esperadas para coletar mais chuvas até a próxima segunda-feira, pelo mais recente mapa de precipitação acumulado de cinco dias da NOAA”, destacou Potter.

Em entrevista ao Notícias Agrícolas, o analista de mercado da Brandalizze Consulting, Vlamir Brandalizze, afirmou que a menor área cultivada com o milho nos Estados Unidos e os índices de qualidade baixo para a safra devem manter a produção americana nesta safra menor do que o esperado. Sendo assim, a tendência do mercado do cereal é a manutenção dos bons preços.

"As lavouras estão muito ruins nesse começo de safra e o milho tem uma capacidade menor de recuperação do que a soja. Os estoques também devem ser reduzidos com este sendo o terceiro ano consecutivo de demanda global maior do que a oferta. Os preços devem trabalhar próximos aos US$ 4,80 e a situação deve permanecer parecida também para as safras 2020 e 2021", pontuou Brandalizze.

A possibilidade da China ampliar sua demanda por milho nos próximos anos também ajuda a sustentar essa ideia de manutenção das altas para o milho nos próximos anos. "A China está entrando no etanol e, no ano que vem, vai misturar 8% de etanol de milho na gasolina. Com isso a demanda por milho na China vai aumentar e o país deve se tornar um grande importador de milho", diz o analista.

Veja a íntegra da entrevista com o analista Vlamir Brandalizze.

Mercado Interno

Já no mercado físico brasileiro, a terça-feira acaba com as cotações permanecendo sem movimentações, em sua maioria. Em levantamento realizado pela equipe do Notícias Agrícolas, não foram percebidas desvalorizações neste dia.

As valorizações foram percebidas em Pato Branco/PR (1,66% e preço de R$ 30,70), Ubiratã/PR e Londrina/PR (1,75% e preço de R$ 29,00), Tangará da Serra/MT (6,38% e preço de R$ 25,00) e Campo Novo do Parecis/MT (6,67% e preço de R$ 24,00).

Segundo o analista Vlamir Brandalizze, os preços no Brasil não sentiram tantos reflexos desta alta em Chicago uma vez que os compradores já estão bastante cobertos para julho e agosto, e não deve haver mais pressão de compra em curto prazo.

“A perspectiva para o mercado interno é de posições de alta para o futuro, pois a demanda deve aumentar para entregas posteriores. A tendência é de cotações registrando de estabilidade para leves altas. Vai haver demanda e, a cada semana que passar com problemas de qualidade nos EUA os compradores vão se firmar mais aqui para garantir o abastecimento”, comenta.

Outro fator que contribuiu para o reflexo da alta internacional ser pouco sentido no mercado interno, de acordo com o analista, foi a cotação do dólar nesta quarta-feira, que acabou anulando a elevação do cereal.

Confira como ficaram as cotações nesta quarta-feira:

>> MILHO

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Tags:
Por:
Guilherme Dorigatti
Fonte:
Notícias Agrícolas

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