Milho: Após atingir recorde de preços, queda na demanda pode impactar cotações no Brasil

Publicado em 06/04/2020 16:52 e atualizado em 07/04/2020 09:20
Chicago cai pela 7ª sessão consecutiva nesta segunda-feira

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Nos últimos dias o preço do milho atingiu os maiores valores nominais no mercado interno. De acordo com a Scot Consultoria, o câmbio valorizado, as incertezas com relação ao clima e as expectativas de estoques menores nesta temporada (2019/2020) têm dado sustentação às cotações do cereal, mesmo diante das incertezas geradas pela pandemia de Coronavírus. 

Segundo levantamento da consultoria, a saca (60kg) foi negociada em R$61,00 na região de Campinas-SP, sem o frete no final da última semana. Em relação ao mesmo período do ano passado, o milho está custando 60,3% mais este ano.

Apesar disso a publicação aponta que “para o curto e médio prazos, o câmbio, as incertezas climáticas e os estoques internos baixos são fatores de sustentação das cotações, em reais. Entretanto, é importante o monitoramento dos reflexos da pandemia sobre a demanda por milho no mercado brasileiro, pois em caso de queda no consumo, os preços poderão recuar”.

Diante deste cenário, o mercado interno brasileiro registrou estabilidade na maioria das praças pesquisadas em levantamento realizado pelo Notícias Agrícolas. Apenas Cascavel/PR e Ponta Grossa/PR registraram movimentações negativas neste início de semana (1,16% e preço de R$ 42,50) e (2,08% e preço de R$ 47,00) respectivamente.

Confira como ficaram as cotações nesta segunda-feira.

Ainda nesta segunda-feira, o Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços divulgou, por meio da Secretaria de Comércio Exterior, seu relatório semanal que aponta as exportações acumuladas de diversos produtos agrícolas até o final da primeira semana de abril.

Segundo o levantamento, as exportações de milho não moído atingiram a média de 290,4 toneladas por dia útil até o final da semana a que acabou em 05 de abril. No mesmo período do ano anterior, a média diária foi 16.637,2 toneladas, o que representa uma queda de 98,25%.

Na comparação com o mês anterior, março de 2020, as exportações brasileiras de milho brasileiro caíram 98,7% Já em termos financeiros, as exportações do grão em abril de 2020 somaram, até agora, 124,6 mil de dólares exportados até sexta-feira dia 05 do mês.

Mercado Externo

A segunda-feira (06) chega ao final com perdas para os preços internacionais do milho futuro na Bolsa de Chicago (CBOT). As principais cotações registraram quedas entre 2,50 e 3,25 pontos ao fim do dia.

O vencimento maio/20 foi cotado à US$ 3,27 com baixa de 3,00 pontos, o julho/20 valeu US$ 3,33 com desvalorização de 3,25 pontos, o setembro/20 foi negociado por US$ 3,39 com queda de 3,00 e o dezembro/20 teve valor de US$ 3,48 com perda de 2,50 pontos.

Esses índices representaram quedas, com relação ao fechamento da última sexta-feira, de 0,91% para o maio/20, de 0,89% para o julho/20, de 0,88% para o setembro/20 e de 0,57% para o dezembro/20.

Segundo informações da Agência Reuters, os futuros de milho em Chicago caíram pela sétima sessão consecutiva na segunda-feira, para o menor nível desde 2016, minados pelos enormes perspectivas de plantio americano e pela nova fraqueza no petróleo, que ressaltou a demanda em ruínas por etanol à base de milho.

A publicação ainda destaca que o milho estabeleceu índices mais baixos em três anos e meio no mês passado com o colapso dos preços do petróleo pressionando a demanda por etanol, que absorve cerca de um terço da colheita de milho nos Estados Unidos.

“Muitas dessas plantas estão prontas e não voltarão. É para isso que o mercado está olhando agora, a perda dessa demanda doméstica de milho”, disse Karl Setzer, analista de risco de commodities da Agrivisor.

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Tags:
Por:
Guilherme Dorigatti
Fonte:
Notícias Agrícolas

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