Milho: Demanda internacional aquecida confere nova semana de preços altos no Brasil e em Chicago
Os preços do milho terminaram esta sexta-feira (11) em alta na B3, o mercado futuro brasileiro. Os ganhos entre as posições mais negociadas do cereal foram de 0,4% a 0,7%, levando o maio a R$ 104,40 e o o julho a R$ 99,36 por saca. O mercado acompanhou os ganhos registrados na Bolsa de Chicago, além do dólar - que fechou com R$ 5,05 e alta de 0,8% - depois de uma semana também bastante volátil, como se deu nos demais grãos.
No entanto, diferente do mercado da soja, o brasileiro de milho não registrou um volume muito intenso de negócios nesta semana, principalmente em relação à anterior. Nas últimas duas semanas, segundo o consultor de mercado Vlamir Brandalizze, da Brandalizze Consulting, o Brasil negociou cerca de dois milhões de toneladas do grão, com a demanda internacional tendo aumentado para o produto brasileiro depois do fechamento das exportações da Ucrânia.
Com os 18 portos do país fechados, os compradores têm olhado para o milho do Brasil com mais avidez, estimulando os prêmios e também os preços nos portos, com a paridade de exportação subindo de forma bastante expressiva. Os principais importadores têm sido países da África, do Oriente Médio, e alguns da Europa.
"A paridade de exportação no Brasil saiu de R$ 92,00 antes do carnaval para R$ 114 a saca. As cerealistas no Sul de São Paulo ou estão ofertando milho CIF Paranaguá a R$ 112-114,00 a saca ou CIF Campinas a R$ 109-110,00 pelo diferencial de frete. Mas não foi só os prêmios para embarques curtos que subiram, os longos subiram forte também", explica Eduardo Vanin, analista de mercado da Agrinvest Commodities.
E ele complementa ainda dizendo que os prêmios do milho para embarque em novembro saltou de 110 para 185 cents de dólar sobre os valores do contrato dezembro na Bolsa de Chicago, além de uma expressiva valorização que se deu também entre os vencimentos mais curtos. "Brokers de milho já falam em 20 navios negociados desde o carnaval para embarque abril e maio", complementa.
MERCADO INTERNACIONAL
Na Bolsa de Chicago, os futuros do milho fecharam a sexta-feira com leves altas entre as posições mais negociadas, depois de também ter registrado uma semana bastante volátil. Parte do suporte veio de novas altas que foram registradas pelo mercado do trigo - o mercado do cereal subiu mais de 30 pontos - mas também da demanda crescente pelo grão dos EUA.
O reporte semanal de vendas para exportação informado nesta quinta-feira (10) pelo USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) trouxe números acima das expectativas do mercado e bastante fortes.
As vendas semanais de milho dos EUA foram de 2,143,7 milhões de toneladas da safra 2021/22 e também superaram as expectativas do mercado, que variavam entre 500 mil e 1,2 milhão de toneladas. O volume semanal foi o mais alto da temporada, segundo o USDA, e a maior parte foi destinada a destinos não revelados. Em todo ano comercial, o total do cereal já comprometido pelos americanos chega a 50.202,2 milhões de toneladas, ainda abaixo do mesmo período do ano passado, quando eram mais de 59 milhões.
Da safra nova, as vendas foram de 22,9 mil toneladas de milho tão somente, enquanto o mercado apostava em um intervalo de 50 mil a 700 mil toneladas e o destino principal foi o México.
"Os preços do milho continuaram a subir moderadamente nesta sexta-feira, uma vez que o otimismo das exportações permanece relativamente forte, especialmente depois que outra venda foi anunciada nesta sexta", afirmaram os analistas do portal Farm Futures.