Milho: geadas não afetaram como o esperado e B3 recua nesta 2ªfeira
A segunda-feira (23) chega ao final com os preços futuros do milho registrando movimentações negativas para as primeiras cotações da Bolsa Brasileira (B3), com as posições de 2022 recuando, enquanto os valores de 2023 subiram.
O vencimento julho/22 foi cotado à R$ 90,71 com queda de 1,56%, o setembro/22 valia R$ 93,88 com baixa de 0,87%, o novembro/22 era negociado por R$ 96,12 com perda de 0,39% e o janeiro/23 tinha valor de R$ 98,40 com alta de 0,60%.
Para o analista de mercado da Brandalizze Consulting, Vlamir Brandalizze, a B3 operou com pouca flutuação e leve pressão de baixa porque o mercado nacional já começou a desacelerar, mantendo apenas a exportação de dezembro e janeiro ainda pagando R$ 98,00.
“Perdeu a força da semana passada com as geadas que eram esperadas na quarta-feira e quinta-feira e acabaram não refletindo grande coisa e perdendo força”, pontua.
Brandalizze ainda acrescenta que, a partir de agora, a tendência do mercado nacional é de queda. “As lavouras afetadas pela seca foram as plantadas mais tarde, mas a maioria foi plantada no período ideal. Vai ter perda de produtividade? Vai, mas quem iria colher 150 sc/ha vai colher 120, o de 110 colhe 90, mas tivemos recorde de área e no balanço final vai surpreender”, diz.
No mercado físico brasileiro, o preço da saca de milho registrou mais quedas do que altas ao longo deste primeiro dia da semana. O levantamento realizado pela equipe do Notícias Agrícolas encontrou valorizações apenas em Brasília/DF, Dourados/MS e Luís Eduardo Magalhães/BA. Já as desvalorizações apareceram em Cascavel/PR, Sorriso/MT, Jataí/GO, Rio Verde/GO, Amambai/MS, Oeste da Bahia, Cândido Mota/SP, Itapetininga/SP, Campinas/SP e Porto de Santos/SP.
Confira como ficaram todas as cotações nesta segunda-feira
De acordo com a análise diária da Agrigatto Consultoria, “a queda do dólar e a colheita do milho colocam pressão de baixa para o mercado físico e futuro do milho”.
Ainda nesta segunda-feira, o Cepea divulgou sua nota semanal apontando que, “uma forte onda de frio passou pelo Brasil na semana passada, mas apenas algumas regiões produtoras do Paraná, de Mato Grosso do Sul e de Minas Gerais registraram geadas. Segundo agentes, o fenômeno climático aconteceu com intensidades de baixas a moderadas, o que não deve resultar em grandes quebras na produção”.
Diante disso, agentes consultados pelo Cepea voltaram a se mostrar otimistas com a segunda temporada do cereal.
Quanto às negociações, seguiram lentas, tendo em vista que agentes estiveram atentos ao clima frio e aos possíveis impactos sobre a produção. “No geral, parte dos compradores se mostrou abastecida e à espera da colheita da segunda safra. Vendedores, por sua vez, estiveram afastados do spot, de olho no campo”.
Mercado Externo
Já a Bolsa de Chicago (CBOT) teve um primeiro dia da semana positivo para os preços internacionais do milho futuro enquanto os participantes do mercado aguardavam as novas divulgações do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos).
O vencimento julho/22 foi cotado à US$ 7,86 com elevação de 7,50 pontos, o setembro/22 valia US$ 7,54 com valorização de 7,75 pontos, o dezembro/22 era negociado por US$ 7,39 com ganho de 7,00 pontos e o março/22 tinha valor de US$ 7,42 com alta de 6,50 pontos.
Esses índices representaram elevações, com relação ao fechamento da última sexta-feira (20), de 1,03% para o julho/22, de 0,94% para o setembro/22, de 0,96% para o dezembro/22 e de 0,95% para o março/23.
Segundo informações do site internacional Farming Futures, o mercado de milho voltou a subir, com o contrato de julho novamente muito forte nesta segunda-feira.
Na visão da Agência Reuters, os ganhos do milho foram puxados para cima pelas altas de trigo e também foram impulsionados por sinais de forte demanda de exportação.
Um relatório do USDA mostrou que as inspeções de exportação de milho totalizaram 1,699 milhão de toneladas acima do esperado na semana encerrada em 19 de maio, um aumento de 60% em relação à semana anterior.
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A analista da farm Futures, Jacqueline Holland, destaca também o papel do relatório de progresso de plantio do USDA que será divulgado após o encerramento do mercado desta segunda-feira. “Todos os olhos estarão voltados para os ritmos de plantio de milho no relatório de hoje. O relatório da semana passada viu 49% da safra plantada em 15 de maio. Embora as janelas de plantio variem de acordo com a região, é amplamente visto que meados de maio tende a ser a data ideal de plantio para garantir os rendimentos da linha de tendência. Quaisquer culturas plantadas após esse ponto provavelmente sofrerão rebaixamentos de rendimento no momento em que a colheita chegar”.
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