Colheita da safrinha pressiona e B3 já opera abaixo dos R$ 90,00 nesta 4ªfeira

Publicado em 01/06/2022 16:43
Chicago despenca 22 pontos com plantio dos EUA se aproximando da média histórica

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A quarta-feira (01) chega ao final com os preços futuros do milho acumulando o terceiro pregão consecutivo de recuos na Bolsa Brasileira (B3). 

O vencimento julho/22 foi cotado à R$ 87,10 com baixa de 1,50%, o setembro/22 valeu R$ 89,80 com desvalorização de 2,30%, o novembro/22 foi negociado por R$ 92,20 com queda de 2,12% e o janeiro/23 teve valor de R$ 94,60 com perda de 1,97%. 

Para o analista de mercado da Brandalizze Consulting, Vlamir Brandalizze, o mercado ficou muito tempo girando nos R$ 100,00, até ultrapassando este valor, e agora a definição da safra e a colheita começando a ganhar ritmo pressiona as cotações. 

“A B3 já cai abaixo dos R$ 90,00 em vários meses porque o porto, que na semana passada pagava de R$ 95,00 a R$ 100,00, hoje paga de R$ 88,00 a R$ 92,00 e tem pressão para baixo. O mercado interno olha essa pressão”, diz. 

Brandalizze ainda destaca que vai haver perdas de produtividade em diversas regiões brasileiras, mesmo assim a projeção é de grande produção nacional. “Vai haver perdas, mas a safra é muito grande em área. Em Goiás, por exemplo, tem muito milho na fase de maturação que perdeu pela seca, mas perdeu alguma parte do potencial. A grande questão é que está cheio de milho por aí para onde a gente olha e é isso que vai pesar, a área é muito grande”. 

No mercado físico brasileiro, o preço da saca de milho também teve um dia negativo. O levantamento realizado pela equipe do Notícias Agrícolas encontrou valorizações apenas no Porto de Paranaguá/PR. Já as desvalorizações foram percebidas em Ponta Grossa/PR, Cascavel/PR, Rio do Sul/SC, Rondonópolis/MT, Primavera do Leste/MT, Alto Garças/MT, Itiquira/MT, Rio Verde/GO, Brasília/DF, Amambaí/MS, Oeste da Bahia, Cândido Mota/SP e Itapetininga/SP; 

Confira como ficaram todas as cotações nesta quarta-feira 

De acordo com a análise diária da Agrifatto Consultoria, “o mercado físico sente a pressão da colheita com o milho recuando abaixo dos R$ 86,50/sc em Campinas/SP”. 

Mercado Externo 

Já a Bolsa de Chicago (CBOT) até começou a quarta-feira buscando a estabilidade e trabalhar no campo positivo, mas perdeu força ao longo do dia e os preços internacionais do milho futuro encerraram as atividades contabilizando grandes recuos.  

O vencimento julho/22 foi cotado à US$ 7,31 com desvalorização de 22,25 pontos, o setembro/22 valeu US$ 7,03 com perda de 21,25 pontos, o dezembro/22 foi negociado por US$ 6,91 com queda de 20,00 pontos e o março/23 teve valor de US$ 6,96 com baixa de 20,00 pontos. 

Esses índices representaram desvalorizações, com relação ao fechamento da última terça-feira (31), de 2,92% para o julho/22, de 3,03% para o setembro/22, de 2,81% para o novembro/22 e de 2,79% para o janeiro/23. 

Segundo informações da Agência Reuters, os futuros do milho seguram em queda, caindo para uma baixa de nove semanas, já que os agricultores dos Estados Unidos recuperaram o plantio após uma semeadura lenta no início. 

O USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) disse na terça-feira que o plantio de milho estava 86% concluído, perto da média de cinco anos de 87%. 

A publicação ressalta que, analistas esperam pressão sazonal do mercado à medida que o plantio se aproxima da conclusão, voltando a atenção para as condições de crescimento durante os meses de verão. 

“Estaremos observando o clima bem de perto. Se você se deparar com problemas climáticos, você coloca o prêmio de risco muito rapidamente”, disse Don Roose, presidente da US Commodities. 

Os futuros do milho também seguiram os do trigo com o mercado avaliando as negociações diplomáticas para desbloquear portos ucranianos. Os mercados de trigo continuaram em queda após comentários no início desta semana do presidente russo, Vladimir Putin, que indicou estar aberto à possibilidade de permitir que a Ucrânia envie grãos através dos portos do Mar Negro atualmente bloqueados pela Rússia. 

Um alto representante das Nações Unidas, que está tentando intermediar um acordo para permitir a exportação de grãos ucranianos e alimentos e fertilizantes russos, teve "discussões construtivas" em Moscou, disse um porta-voz da ONU nesta terça-feira.

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Por:
Guilherme Dorigatti
Fonte:
Notícias Agrícolas

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