Cotações do milho na B3 acumulam queda de 3% na primeira semana de 2023
A sexta-feira (06) chega ao final com os preços futuros do milho operando em campo misto na Bolsa Brasileira (B3). As principais cotações oscilaram entre altas e baixas e encerraram o dia na faixa entre R$ 88,07 e R$ 91,51, mas acumularam desvalorização semanal.
O vencimento janeiro/23 foi cotado à R$ 88,07 com elevação de 0,59%, o março/23 valeu R$ 91,51 com queda de 0,22%, o maio/23 foi negociado por R$ 90,54 com perda de 0,17% e o julho/23 teve valor de R$ 89,25 com desvalorização de 0,34%.
Na comparação semanal, os contratos do cereal brasileiro acumularam baixa de 2,07% para o janeiro/23, de 2,75% para o março/23, de 3,02% para o maio/23 e de 0,76% para o julho/23, em relação ao fechamento da última quinta-feira (29).
Para o analista de mercado da Brandalizze Consulting, Vlamir Brandalizze, a B3 está seguindo a linha dos portos, que hoje indicam o milho mais barato para agosto, no pico da safrinha, em R$ 86,00 a saca e representando boas cotações.
“São níveis interessantes, porque pra frente ele tende a trazer mais condições para o produtor fazer negociação e isso é garantia para safrinha. Milho de R$ 85,00 a R$ 90,00 no porto é uma garantia de renda para o produtor que vai plantar safrinha nos próximos dias”, pontua Brandalizze.
O consultor de grãos e projetos na Agrifatto, Stefan Podsclan, aponta que a expectativa é bastante positiva para o mercado do milho em 2023 com projeções de aumento na produção, na demanda interna e na demanda externa.
Nas projeções de Podsclan, a safrinha de 23 deve registrar aumento de área semeada, impulsionada pela diminuição nos preços de fertilizantes na reta final de 2022, e produzir mais de 95 milhões de toneladas.
Do lado do consumo, a demanda interna deve seguir crescendo e representar algo próximo de 80 milhões de toneladas, sendo 11 milhões apenas para a produção de etanol de milho. Já as exportações, que encerraram 2022 batendo recorde e superando as 43 milhões de toneladas, tem potencial para chegar entre 46 e 47 milhões de toneladas, se aproveitando do apetite chines pelo grão brasileiro.
No mercado físico brasileiro, o preço da saca de milho registrou pouca movimentação neste último dia da semana. O levantamento realizado pela equipe do Notícias Agrícolas identificou desvalorização apenas em Brasília/DF e Cândido Mota/SP. Já as valorizações apareceram somente em Panambi/RS, Castro/PR e Porto Santos/SP.
Confira como ficaram todas as cotações nesta sexta-feira
De acordo com a SAFRAS & Mercado, o mercado brasileiro de milho iniciou o ano com poucas mudanças nos preços e um ritmo lento nos negócios. “Muitos agentes ainda estão fora de atividade nesta primeira semana de 2023 e a expectativa é de maior movimentação a partir da próxima semana”.
A semana vai encerrando com um pouco mais de procura no mercado interno e algumas ofertas aparecendo, mas ainda arrastado. A partir de agora, como diz o consultor de SAFRAS & Mercado, Paulo Molinari, aumentam as atenções para a mudança no quadro da logística ao final do mês com a entrada da safra de soja, que vai predominar no mercado, com o milho devendo ser deixado mais de lado.
A análise diária da Agrifatto Consultoria acrescenta que, “a demanda doméstica ativa seu apetite, elevando a saca do milho em Campinas/SP para próxima da casa dos R$ 88,00/sc, maior patamar desde abr/22”.
Mercado Externo
A Bolsa de Chicago (CBOT) encerrou as atividades desta sexta-feira somando avanços para os preços internacionais do milho futuro.
O vencimento março/23 foi cotado à US$ 6,54 com elevação de 1,25 pontos, o maio/23 valeu US$ 6,54 com alta de 6,54 pontos, o julho/23 foi negociado por US$ 6,48 com ganho de 1,50 pontos e o setembro/23 teve valor de US$ 6,06 com estabilidade.
Esses índices representaram elevações, com relação ao fechamento da última quinta-feira (05), de 0,31% para o março/23, de 0,31% para o maio/23 e de 0,31% para o julho/23, além de estabilidade para o setembro/23.
Na comparação semanal, os contratos do cereal brasileiro acumularam desvalorização de 3,54% para o março/23, de 3,54% para o maio/23, de 3,43% para o julho/23 e de 3,35% par ao setembro/23, em relação ao fechamento da última sexta-feira (30).
Segundo informações da Agência Reuters, as cotações futuras de milho em Chicago ficaram sustentadas nesta sexta-feira, após cinco sessões em baixa. Mesmo assim, os ganhos foram sido limitados pela fraca atividade de exportação.
Os exportadores dos Estados Unidos venderam 319.200 toneladas de milho durante a semana encerrada em 29 de dezembro, disse o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos), abaixo das estimativas comerciais que variam de 400.000 a 1,2 milhão de toneladas.
“O contrato de milho mais ativo da CBOT visava uma queda semanal de 3%, sua primeira queda semanal em quatro semanas e a maior desde a semana encerrada em 2 de dezembro de 2022”, destaca Christopher Walljasper da Reuters Chicago.
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