Inpasa reconfigura o mercado de milho em Balsas/MA e impulsiona a expectativa dos produtores por preços mais justos
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A instalação da biorrefinaria da Inpasa em Balsas/MA deve fortalecer o mercado de milho e sorgo na região, oferecendo aos produtores maior segurança e liquidez por meio da compra direta das safras. Com negociações antecipadas e preços mais previsíveis, a iniciativa pode reduzir riscos financeiros, incentivar o aumento da produção e impulsionar a geração de renda, além de fomentar investimentos em tecnologia e qualificação agrícola local.
Com capacidade inicial para processar 2 milhões de toneladas de milho e sorgo por ano, a unidade produzirá anualmente cerca de 925 milhões de litros de etanol, 490 mil toneladas de DDGS — insumo destinado à nutrição animal — e 47 mil toneladas de óleo vegetal.
Do total processado, 1 milhão de toneladas de milho será adquirido de produtores maranhenses, ampliando a demanda local e garantindo novas oportunidades de mercado. Segundo o Vice-Presidente da companhia, Gustavo Mariano, a escolha de Balsas foi motivada pela alta produtividade agrícola da região e pelo seu potencial logístico, integrando o Matopiba à transição energética do país. “Esta fábrica representa um vetor de transformação econômica e social para todo o sul do Maranhão”, afirmou.
Ainda segundo o vice-presidente, Gustavo Mariano, destacou que a chegada ao Nordeste é estratégica para a Inpasa e deve proporcionar aos produtores liquidez e segurança para o cultivo contínuo de milho e sorgo. A empresa já projeta uma segunda fase de investimentos, estimada em R$ 800 milhões.
De acordo com o presidente da Associação Brasileira dos Produtores de Milho e Sorgo (Abramilho), Paulo Bertolini, a instalação de biorrefinarias, como a da Inpasa em Balsas (MA), altera o perfil produtivo das regiões de fronteira agrícola. Essas usinas garantem liquidez ao milho, permitindo que o produtor negocie a colheita antes mesmo do plantio, com maior previsibilidade de preços. Na região, o milho será cultivado principalmente como segunda safra, após a soja, o que favorece a rotação de culturas e beneficia ambas as lavouras.
Atualmente, o Brasil processa cerca de 17 a 18 milhões de toneladas de milho para produção de etanol, volume que pode dobrar nos próximos 10 anos. Para a Abramilho, a parceria entre indústria e produtor representa um modelo de “ganha-ganha” que fortalece a agricultura e impulsiona o crescimento do setor.
Segundo dados do Sistema FAEMA/SENAR-MA, o estado do Maranhão mantém posição estratégica no cenário agropecuário do Nordeste, respondendo por cerca de 45% de toda a produção de grãos da região. Em 2025, soja e milho continuaram sendo as culturas predominantes, representando mais de 90% da safra estadual, com produção estimada em 7,3 milhões de toneladas, de um total de 7,7 milhões de toneladas.
No Sul do estado, o município de Balsas tem se consolidado como principal pólo agrícola maranhense e referência da nova fronteira do (MATOPIBA.
De acordo com o Presidente do Sindibalsas, Airto Zamignan, a chegada da Inpasa na região acelera ainda mais o desenvolvimento da agricultura já vinha ocorrendo na região. “Para nós produtores é ótimo, pois vamos ter mais opção para negociar e também avançar com a cultura do milho e do sorgo significamente em nossa região”, comentou ao Notícias Agrícolas.
O Presidente da Associação dos Produtores de Soja e Milho do Maranhão (Aprosoja/MA), José Carlos Oliveira de Paula, reportou que a chegada da biorrefinaria vai incentivar produtores de todo o Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia (MATOPIBA) e também viabiliza a implementação do sorgo como uma segunda safra. “Com a cultura do sorgo sendo aprimorada vai ficar melhor e também vamos buscar manter a produção mesmo com esses preços que vêm sendo estabelecidos para o agricultor ter uma renda”, disse a liderança.
Com a chegada da Inpasa, a FAEMA destacou que a operação promete movimentar a cadeia produtiva do campo — do pequeno ao grande produtor — com aquisição direta de grãos da região.
“A chegada da Inpasa é um divisor de águas para o agro maranhense. O pequeno produtor, agora, tem um novo mercado para entregar sua produção; o médio e o grande ampliam horizontes; e todos ganham com a geração de renda, oportunidades e demanda por qualificação. O Sistema Faema/Senar está pronto para contribuir com esse avanço, por meio da formação profissional e da assistência técnica e gerencial”, afirmou Raimundo Coelho.
Para produtores rurais da localidade, como é o caso de Zildomar Manthey, a megaesmagadora representa tanto uma solução para os gargalos logísticos quanto uma aposta em um futuro de preços mais competitivos. A percepção, compartilhada entre diversos produtores, é de que a nova demanda criada pela usina poderá forçar uma valorização do milho no mercado interno.
"A minha expectativa é de que o mercado interno se force a ter uma melhora de preços", afirma Zildomar. Antes da instalação da Inpasa, os grandes produtores da região enfrentavam dificuldades para escoar suas safras. "O mercado interno aqui é muito pingado nas vendas", relata o produtor, destacando a dificuldade em comercializar grandes volumes. "Já a Inpasa consegue absorver esses grandes volumes", completa.
A nova planta industrial não representa apenas um novo comprador no mercado, mas também uma alternativa crucial para produtores que, como Zildomar, não dispõem de infraestrutura própria de armazenagem e secagem. Esta limitação impõe decisões estratégicas que nem sempre são as mais rentáveis.
"Em fevereiro, eu entreguei um pouco de milho lá por não ter outra opção naquele momento, porque eu precisava colher milho úmido para poder plantar a soja safrinha", explica Zildomar. Sem um secador na fazenda, a venda para a Inpasa tornou-se a opção mais viável para evitar os custos elevados dos serviços de secagem terceirizados. "Pagar para secar milho em empresas prestadoras de secagem o desconto e valores muito elevados", informou o produtor.
Já com os olhos voltados para o futuro, a Inpasa planeja nova unidade em Luís Eduardo Magalhães/BA, com previsão de início das operações em 2026. A nova fábrica será capaz de processar 1 milhão de toneladas de milho e sorgo por ano, produzindo aproximadamente 470 milhões de litros de etanol, 245 mil toneladas de DDGS e 23 mil toneladas de óleo vegetal, com grande impacto logístico, movimentando mais de mil caminhões por dia e envolvendo mais de 200 fornecedores.
🔍 Em breve no Notícias Agrícolas!
Na próxima reportagem especial, vamos mostrar como a chegada da Inpasa à região de Balsas/MA está impulsionando avanços importantes na infraestrutura e na logística do estado.
Com o aumento da demanda por milho e o fortalecimento da agroindústria local, o Governo tem direcionado investimentos estratégicos para melhorar as rodovias estaduais e federais, além de ampliar a capacidade do Porto do Itaqui, um dos principais corredores de exportação do Arco Norte.
Essas melhorias não só beneficiam os produtores maranhenses, como também favorecem o escoamento da produção de estados vizinhos, como o Piauí, tornando o Matopiba cada vez mais competitivo no cenário nacional do agronegócio.
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*A jornalista do Notícias Agrícolas viajou a Balsas/MA a convite do Governo do Maranhão para acompanhar a inauguração da maior biorrefinaria de etanol de milho da América Latina.
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