Milho: Escoamento garantido em Mato Grosso

Publicado em 26/04/2010 15:21

Se depender de caminhões, o escoamento das 9,5 milhões de toneladas previstas para a safrinha 2010, em Mato Grosso, está garantido. Pela previsão da Associação dos Transportadores de Cargas do Estado (ATC), a frota atual – cerca de 12 mil caminhões – “é mais do que suficiente” para realizar a remoção da safra aos consumidores finais, como também, aos portos. A colheita está prevista para começar no próximo mês, com término em julho em todas as regiões do Estado.

O diretor executivo da ATC, Miguel Mendes, diz que o escoamento da soja está praticamente concluído em Mato Grosso. “Não há a mínima chance de faltar caminhões para transportar o milho, mesmo diante da previsão de uma supersafra”, garante.

No pico da colheita da soja, ele admite que as tradings chegaram a enfrentar dificuldades devido à forte demanda para a remoção da safra aos portos exportadores, principalmente Santos (SP) e Paranaguá (PR). “Com o milho estamos folgados para atender, pois a demanda é bem menor”.

Mendes afirmou que o grande vilão do frete e das transportadoras é a falta de logística rodoviária e ferroviária adequadas. “As nossas rodovias estão em condições ruins e, nos terminais ferroviários da ALL (antiga Ferronorte), em Alto Araguaia e Alto Taquari, a situação é precária”. Segundo ele, o terminal da ALL em Alto Araguaia não tem infra-estrutura para receber o grande volume de cargas no pico da safra. “Estamos percebendo isso ano a ano, com o aumento da produção. É preciso tomar uma providência para melhorar as condições e garantir um atendimento adequado no local”.

Ele diz que a previsão para este ano é transportar, por ferrovia, entre 8 milhões e 10 milhões de toneladas de grãos – soja e milho, principalmente. “Notamos que o problema nos terminais se acentua quando estamos no pico da safra, época em que as tradings precisam atender os contratos e levar o produto aos portos. A ALL anunciou recentemente alguns investimentos nos terminais, mas percebemos pouca mudança até agora”.

Miguel Mendes conta que este ano os caminhoneiros enfrentaram transtornos nos terminais ferroviários da ALL. “Tivemos longas filas, que chegaram a se estender por mais de dez quilômetros ao longo das rodovias”.

Ele conta que os terminais estavam sempre lotados e faltava infra-estrutura básica para atender os caminhoneiros. “Ruas esburacadas no pátio, banheiros em condições precárias, muitos atoleiros e sistema de som funcionando no local durante a noite inteira. Tudo isso traz muito desconforto, transtorno e tira o sossego dos caminhoneiros na hora que eles precisam de descanso para aguardar mais um dia na fila de espera para efetuar o descarregamento”. Segundo ele, na época do pico da safra os caminhões chegam a ficar parados na fila por até quatro dias.

Mendes diz que a ATC/MT tem cobrado melhorias no terminal. “Temos um canal de comunicação direto com Curitiba, o que nos permite expor a situação dos caminhoneiros e cobrar providências. Na medida do possível eles nos têm atendido com medidas emergenciais”.

PREÇOS – Além dos problemas de logística, os caminhoneiros enfrentam ainda defasagem nas margens dos fretes. “Os produtores reclamam da elevação dos preços cobrados pelas transportadoras, mas não temos sentido este reflexo no nosso faturamento devido aos altos custos dos insumos como peças e combustíveis, e ainda os aumentos salariais. Na verdade, os preços não chegam cobrir os custos das transportadoras e acumulam perdas de pelo menos 20% nos últimos cinco anos”.

ALL – No ano passado a concessionária da ferrovia Senador Vicente Vuolo investiu R$ 11 milhões somente no terminal de Alto Araguaia. A aplicação das cifras teve como prioridade, dobrar a capacidade diária de recepção de grãos. Essa passou de 400 caminhões/dia em 2009 para 600/dia neste ano. Cada veículo transporta em média 37 toneladas.

Em entrevista em fevereiro deste ano ao Diário, anunciou para próximas duas safras, a oferta de novos terminais que vão descongestionar Alto Araguaia. Até 2011 estará operando um terminal em Itiquira (357 quilômetros ao sul de Cuiabá) e em 2012 – seguindo a retomada das obras de expansão da ferrovia em curso – uma unidade também em Rondonópolis (210 quilômetros ao sul de Cuiabá).

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Diário de Cuiabá

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