Lavouras do milho safrinha agradam produtores do Paraná. Preços não ajudam
Nem parece safrinha. A espiga graúda serve de amostra para a bela produção prestes a ser colhida. Na fazenda do agricultor Jurandir Tomazi o milho cobre 50 hectares. É metade da área plantada no ano passado. Ele semeou menos, mas deve colher mais.
“Acredito que a produção é maior que o ano passado devido aos problemas de geada. Então, esse ano está melhor”, comparou seu Jurandir.
A situação do seu Jurandir acompanha o ritmo das plantações de todo o Estado. A área no Paraná é 11% menor do que a safrinha do ano passado. Mas a estimativa da Secretaria da Agricultura é de uma produção 31% maior.
Mas o preço é um fator capaz de atrapalhar a alegria do agricultor que colhe uma boa safra. Na hora da comercialização o produtor se depara com um mercado difícil, que tem deixado o valor da saca, inclusive, abaixo do mínimo estipulado pelo governo federal. O preço mínimo é de R$ 17,46, mas no oeste do Paraná ninguém paga mais que R$ 14. É bem menos do que os produtores recebiam no ano passado, quando a média foi de R$ 18.
Para Dilvo Grolli, presidente da cooperativa de Cascavel, a situação está longe de mudar. “A saída é que o governo lance o PEP, Prêmio de Escoamento de Produção, mais intenso, mais forte para que possamos equilibrar essa deficiência brasileira de logística com o preço internacional e viabilize o produtor internamente”, falou.
O agricultor Jorge Rebelatto já colheu uma pequena parte da lavoura e colheu bem. Foram 130 sacas por hectare. “A gente fica rezando o ano todo para colher talvez uma supersafra. E tem que rezar para dar preço e não dá preço”, falou.