Leilão de milho registra deságio em Goiás

Publicado em 22/07/2010 18:12
Os Leilões de PEP de milho realizados pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), na manhã desta quinta-feira (22), absorveram 100% do milho ofertado em Goiás. As negociações registraram deságio de mais de 40% na maior região produtora do cereal no Estado. Na região 1 (composta pelos municípios do Sudoeste e Norte) o deságio foi de 41% o que fez com que o prêmio por saca ficasse na casa dos R$ 3,18. Já na Região 2 (integrada pelos municípios do Sudeste e Norte do estado) o prêmio caiu para R$ 4,92 por saca devido ao deságio de 21%. 

O volume ofertado para Goiás, no leilão desta quinta-feira, foi de 130 mil toneladas de milho beneficiadas com prêmios de escoamento; 60% deste total para a Região 1 e 40% para Região 2. Esse foi o primeiro leilão que Goiás participou já divido em duas regiões com prêmios distintos. No edital divulgado na sexta-feira (16), o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) oficializou o atendimento à solicitação da Federação da Agricultura e Pecuária de Goiás (Faeg) de dividir o Estado em duas regiões.

O edital do leilão da próxima quinta-feira (29) será publicado ainda esta semana, mas já terá mudanças na quantidade ofertada para negociação. Em todo o país o volume sairá de um milhão de toneladas para dois milhões de toneladas de milho que serão beneficiadas com prêmios de escoamento. A mudança atende os pedidos de federações e associações agropecuárias feitos Brasil afora. De acordo com o engenheiro agrônomo e assessor técnico da Faeg para a área de grãos, Leonardo Machado, se o aumento for igualitário para todos os Estados, a estimativa é de que o volume destinado para Goiás saia das 130 mil toneladas para 260 mil toneladas do cereal. A confirmação desse número só poderá ser feita após a divulgação do edital pela Conab. 

Machado explica que essa mudança no volume ofertado fará com que o milho excedente seja escoado mais rápido. Porém, ainda há incerteza sobre os reflexos dessa medida na recuperação dos preços do produto. "Isso não garante que os preços passarão por um processo de recuperação em curto prazo", alerta. O técnico relembra que este já é o sexto leilão dos 12 programados pelo governo. Entretanto, os preços da saca de milho continuam em queda. No primeiro leilão de PEP de milho realizado no final de maio, a saca do produto estava sendo cotada no mercado a um preço médio de R$ 13,48. Hoje, os preços médios da saca giram em torno de R$ 12,75.

De acordo com o presidente do Sistema Faeg/Senar e titular da Comissão de Cereais, Fibras e Oleaginosas da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), José Mário Schreiner explica que Goiás encontra-se no limite de sua capacidade armazenadora. As 13 milhões de toneladas produzidas de milho é praticamente a capacidade de armazenagem do estado. Isso faz com que, ao final da colheita da safrinha que já começou, haja produto em excesso no mercado e os preços despenquem abaixo do custo de produção.

Schreiner relembra que o Estado registrou um estoque de passagem do último ciclo para o atual de cerca de um milhão de tonelada em armazéns governamentais, acrescido das aproximadas 400 mil toneladas que estão em armazéns particulares de produtores. "Levando-se em consideração que o consumo interno de milho gira em torno de três milhões de toneladas, a estimativa é de que mais de dois milhões de toneladas do cereal precisarão ser escoados de Goiás. Esperamos que este aumento no volume ofertado resolva o problema de excessos do produtor no mercado", diz Schreiner

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Faeg

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