Etanol de milho no foco da Aprosoja
O projeto, que deve obter a parceria da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), busca encontrar soluções para dois gargalos, segundo o presidente da Aprosoja, Glauber Silveira. O primeiro é o de otimizar as estruturas industriais já implantadas de produção de biodiesel, muitas delas ociosas. A segunda é de agregar valor à produção de milho do Estado, que tem "sobra" anual de mais de 6 milhões de toneladas.
Um projeto-piloto deve ser iniciado nos próximos 30 dias, segundo Silveira, na usina da Cooperativa Agroindustrial do Parecis (Coapar), localizada em Campos de Júlio (MT). A escala ainda será experimental. Mas, se a viabilidade econômica da usina "flex" for comprovada, o objetivo é que se estenda a produção para 40 usinas com potencial para processar juntas dois milhões de toneladas de milho. O volume equivale a 24% da produção do grão de Mato Grosso, que deve ser de 8,35 milhões de toneladas neste ano. "De tudo o que produz, o Estado só consome 2,2 milhões de toneladas do grão, basicamente para ração de frango e suíno", diz Silveira.
Ele explica que a maior parte das usinas de biodiesel que foram implantadas no Estado nos últimos anos está desativada ou produzindo apenas óleos (soja, girassol, etc). Entre outros fatores, há o fato de os preços dos óleos estarem mais atrativos que os do próprio biodiesel.
Assim, agregar uma usina de etanol de milho traria algumas vantagens e a necessidade de apenas metade dos investimentos demandados em uma usina convencional, pois há compartilhamento de equipamentos com a operação de biodiesel, explica. "O processo industrial do etanol de milho é basicamente esmagar e fermentar por meio de enzimas."
A Embrapa também estuda neste momento o cultivo de sorgo sacarino na safrinha do Mato Grosso para produção de etanol. "Já iniciamos uma aproximação com a Aprosoja no projeto com o milho e, agora avaliamos como a instituição se envolverá", diz o chefe-geral da Embrapa em Mato Grosso, João Flávio Veloso Silva. (FB)