Segunda geração do milho ao alcance dos gaúchos

Publicado em 30/07/2010 08:49
Sementes do cereal modificado poderão ser usadas na nova safra de verão.
Uma nova geração de sementes de milho transgênico está prestes a chegar ao mercado. No caso dos produtores do Rio Grande do Sul, a tecnologia estará disponível somente para quem planta mais tarde, a partir de novembro.

O milho transgênico de segunda geração tem duas proteínas do Bacillus thuringiensis, em vez de uma, o que permite o controle das principais pragas da cultura: as lagartas do cartucho e da espiga e as brocas europeia, asiática e do colmo. Segundo o gerente de Vendas da Monsanto, Marcelo Gatti, a tecnologia possibilita a redução da área de refúgio de 10% para 5% do total.

– A diferença é que essa cultivar permite o controle dos insetos e não apenas a supressão – explica.

Supressão é quando a eficiência de um produto fica entre 60% e 80%. Por isso, a área de refúgio deve ser de 10% do total. O controle é quando a eficiência é superior a 80% e permite a redução do refúgio para 5%. Esse diferencial, de acordo com Gatti, vai proporcionar uma rentabilidade em média 7% maior em relação ao milho BT da primeira geração. A economia começa com a redução do uso de inseticidas e consequentemente de maquinário para aplicação.

– O produtor poderá reduzir a área de refúgio pela metade, podendo plantar mais, e ainda contará com um controle mais efetivo das pragas – garante.

O milho YieldGard VT Pro é da Monsanto e será vendido exclusivamente sob as marcas Dekalb, Agroceres e Agroeste. Conforme Gatti, a empresa ainda não divulgou os valores da nova semente nem o percentual de diferença de preço em relação à cultivar Bt já existente no mercado.

Levantamentos feitos por consultorias do setor apontam que mais de 50% do milho cultivado no país este ano é geneticamente modificado. A Comissão Técnica Nacional de Biossegurança aprovou a primeira tecnologia para a cultura em 2008. A expectativa, agora, é para o milho transgênico de terceira geração, que já está em testes no Brasil. A tecnologia vai permitir o controle das pragas e ainda o manejo com herbicida glifosato.

Área de refúgio é uma “reserva” que o produtor de milho transgênico precisa plantar com a cultivar convencional para evitar o surgimento de lagartas resistentes à proteína do Bacillus thuringiensis, implantada por meio de transgenia nas cultivares geneticamente modificadas.

O engenheiro agrônomo da Cooplantio, Dirceu Gassen, explica que a lógica é semelhante à das reservas legais:

– O refúgio é uma área com vegetação natural para equilíbrio da natureza. Mantê-lo é muito importante para evitar a seleção de populações de lagartas resistentes.

A resistência ocorre quando algumas lagartas sobrevivem na área de milho transgênico. Quando elas se reproduzem, formam uma população de insetos que não morre em contato com a toxina do Bacillus thuringiensis. A área de refúgio serve para que essas lagartas cruzem com insetos normais, gerando lagartas suscetíveis e mantendo a eficiência da tecnologia.

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Fonte:
Zero Hora

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