Safrinha de milho poderá atingir novo recorde em MT

Publicado em 12/01/2011 06:25

No ano passado, o milho safrinha foi plantado na época certa, porém, a estiagem começou mais cedo e em abril as chuvas já estavam escassas. Mesmo assim, Mato Grosso fez uma grande colheita, 8,7 milhões de toneladas. Em 2011, apesar do atraso no plantio da soja – que retarda a semeadura do grão - e da redução prevista de 10% na área cultivada, a safrinha de milho poderá atingir novo recorde, atingindo pela primeira vez a marca de 9 milhões de toneladas no Estado.

A previsão foi feita ontem pela Associação dos Produtores de Soja e Milho do Estado (Aprosoja), que aponta o fator climático como o principal motivo do crescimento da produção de milho em 2011.

“Se em 2010 tivemos um regime de chuva satisfatório no começo do plantio e semeamos 1,9 milhão de hectares, este ano a situação é inversa: vamos plantar em torno de 1,7 milhão de hectares, mas vamos colher tanto quanto no ano passado ou até mais, porque apesar do atraso no plantio da soja – que abre espaço para o plantio do milho -, o regime de chuvas deverá ser melhor, ou seja, não teremos estiagem durante o desenvolvimento da cultura, como aconteceu em 2010”, afirma o diretor administrativo da Aprosoja, Carlos Henrique Fávaro. Chovendo até maio, a produção poderá superar a safra anterior, devendo ficar entre 8,5 milhões e 9 milhões de toneladas.

Fávaro informou que o plantio do milho safrinha deverá começar no final do mês, com o avanço da colheita da soja. Até o final da semana passada, segundo ele, apenas 0,3% da área de soja havia sido colhida no Estado. A colheita de soja superprecoce deverá ir até o final de janeiro, permitindo o início do plantio da safrinha de milho.

PREÇOS – De acordo com o Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), o mercado interno de milho começou 2011 com preços melhores em relação ao ano passado, devido aos baixos estoques tanto em nível nacional quanto internacional. Segundo Carlos Fávaro, os preços atuais do milho estão excelentes, porém, praticamente não há mais produto disponível no mercado. Quem guardou um pouco de milho para comercializar agora acabou lucrando mais, pois os produtores chegaram a vender o milho ao preço de R$ 15 a R$ 17 (valor do produto e prêmios já incluídos) nos leilões da Conab.

Nas últimas semanas, os preços dispararam no mercado interno mato-grossense, subindo cerca de R$ 2,50 a saca (SC) de dezembro para janeiro. A primeira semana de 2011 foi marcada por uma reação à demanda do cereal, devido sua escassez no mercado interno.

MERCADO FUTURO - Fávaro informou que, este ano, parte da safra de milho vai ser vendida pelo mercado futuro. “Este sistema de vendas é bom para o produtor, que pode travar preços e fixar uma quantidade de produtos para entrega futura com remuneração dos custos. Isso dá estabilidade e segurança ao produtor durante o período de plantio”. Ele estima que em 2011 entre 20% a 30% da safra mato-grossense de milho deve ser comercializada pelo mercado futuro.

Segundo o Imea, o valor nominal para a saca disponível em Nova Mutum (269 quilômetros ao norte de Cuiabá) está entre R$ 15 e R$ 16. Já o preço futuro do cereal ficou em torno de US$ 7/saca, cerca de R$ 12, em Nova Mutum e Lucas do Rio Verde. Para Campo Verde (139 quilômetros ao sul de Cuiabá), o valor pago por saca para entrega em junho de 2011 indicado pelos compradores é de R$ 14,50/saca.

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Diário de Cuiabá

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5 comentários

  • LEONARDO DA SILVA COSTA Cuiabá - MT

    É preciso ter cautela, está chovendo muito em todo o Mato Grosso, e se a chuva não der trégua , a colheita de soja pode acarretar em atrasos que impactarão diretamente no plantio de milho, este já está prejudicado para algumas áreas o seu futuro plantio, por falta de tempo hábil até a época do enchimento dos grãos. há boatos também que as chuvas para o Mato Grosso cessarão a partir de abril, onde a produtividade poderá vir abaixo do esperado. Agora, o inteligente é fixar o preço futuro e se garantir contra as quedas, e não ficar esperando a boa vontade do governo.

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  • Hilário Casonatto Lucas do Rio Verde - MT

    SR LUIZ ALFREDO , O PRODUTOR PLANTA MILHO SAFRINHA NO MT PORQUE É BOM AGRONOMICAMENTE E TEMOS PREÇO MINIMO DE R$ 13.98 POR SACA " GARANTIDO PELO GOVERNO",,,,HOJE LIQUIDANDO MILHO EM LUCAS DO RIO VERDE MT A R$ 19.00 LIVRE,,,AGORA QUE O MILHO PASSEIA , PASSEIA E MUITO ISSO É VERDADE

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  • Luiz Alfredo Viganó Marmeleiro - PR

    O produtor matogrossense planta milho safrinha na expectativa do governo sálva-lo com os leilões da Conab, o que certamente irá ocorrer nessa safra, remunerando bem os "pobres" produtores do Centro-Oeste. Enquanto isso, nós aqui do Sul, pra produzir milho com tecnologia, investimos pesado na atividade, e quando colhemos ficamos na mão de duas ou três empresas compradoras, que mandam no mercado, que usam sempre a mesma retórica, alegando que compram milho do Mato Grosso, posto nas regiões de consumo de SC (Joaçaba, Chapecó), mais barato que o milho local. Esse é o Brasil, o governo paga pro milho "passear" de graça 2000 km...

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  • Hilário Casonatto Lucas do Rio Verde - MT

    NO FINAL DA COLHEITA DE MILHO DE 2010, A CONAB ANUNCIOU TOTAL DA PRODUÇÃO EM 8.4 MILHÕES DE TONS

    A SEMANA PASSADA 7.7 MILHÕES DE TONELADAS DE MILHO COLHIDA

    AGORA DIRIGENTE DA APROSOJA DIZ QUE FORAM 8.7 MILHÕES,,,PAPEL ACEITA TUDO MESMO

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  • Telmo Heinen Formosa - GO

    É assim que as pessoas são mantidas na ignorância, um importante Jornal escreve uma meia verdade que é uma mentira completa. As palavras MERCADO FUTURO nesta noticia estão muito mal empregadas. Mercado Futuro para os leitores daqui é sinônimo de hedge na BM&FBovespa ou possuir Contratos de Opção. Pelo contexto dá para inferir que parte do milho tará sido comercializada pelo "Mercado a Têrmo" (Fixação antecipada de preço para posterior entrega do produto fisico). No tempo do Chacrinha já se dizia "A ignorança atravanca o progréssio"... e assim continua! [O lugar do pingo é em cima do i e til não é acento gráfico]. O milho brasileiro continua sendo produzido mais em função de conveniência agronômica do que conveniência econômica, por isto as deduções baseadas na oferta e na procura são artiificiais.

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