Milho tem melhor preço dos últimos dois anos em MG
Um armazém em Três Corações, Minas Gerais, pode guardar até duzentas mil sacas de milho, mas esta bem longe de atingir a capacidade máxima. O milho que chega fica por aqui só o tempo de ser beneficiado, logo é colocado nas carretas para seguir viagem para vários destinos do país. A explicação para esse grande movimento está no preço pago pelo produto, o melhor nos últimos dois anos.
De acordo com o diretor comercial do armazém, Paulo Sérgio Ribeiro, o produtor queria guardar mais, mas infelizmente pelo endividamento e pelos comprometimentos dos anos anteriores ele esta aproveitando este momento aparentemente bom e esta vendendo uma grande parte da sua safra.
O engenheiro agrônomo, Cícero Caldeira, explica que por causa dos preços nos anos anteriores muitos produtores deixaram o milho de lado e optaram pela soja, em função disso os estoques reduziram e o consumo permaneceu alto. “Hoje o milho está ligado a diversas cadeia produtivas, como o leite, avicultura e suinocultura”. Para Cícero a tendência do mercado é que preço suba ou fique estável. Apesar disso ele diz que “o processo é muito dinâmico, a gente não pode afirmar. O governo pode tomar algumas decisões, algumas providências que podem fazer o processo inflacionário importar milho para regular o preço do produto internamente”.
Nesse período só existe um problema para os produtores de milho, a colheita está em ritmo lento. O excesso de chuva atrapalha o trabalho na lavoura. De acordo com agricultor José Olavo, o clima afeta a produtividade. Ele já deveria ter colhido 50 % da safra, mas ainda nem começou. José espera conseguir aproveitar os preços. “É o momento que eu acho que o produtor tem que pôr o pé no chão e saber trabalhar com esse dinheiro. Procurar investir para ter retorno na própria rentabilidade da lavoura, entre outras coisas”, explica.
A alta dos preços também afeta as indústrias que tem o milho como matéria-prima. Em uma fábrica de ração, também em Três corações, são utilizadas 4 mil toneladas do produto por mês. Segundo o coordenador de compras, Mauro de Oliveira, agora é preciso trabalhar reajustando os preços : “É inevitável, não tem como a empresa assumir este custo sozinha”.